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quinta-feira, 19 de março de 2015

Em 2017 podemos ter o primeiro transplante de cabeça

Um cirurgião italiano listou técnicas que tornariam o transplante possível. Método ajudaria prolongar a vida de pessoas vítimas de câncer ou aquelas que sofrem de degeneração dos músculos
No futuro não muito distante, mais especificamente em 2017, há uma probabilidade (ou um certo exagero?) de termos uma pessoa a andar por aí sem a própria cabeça ou, bem, sem o próprio corpo. Pelo menos é o que defende o cirurgião italiano Sergio Canavero, do Grupo de Neuromodulação Avançada de Turim.
No caso, se isso de fato vir acontecer, seria o primeiro transplante de cabeça da história. A previsão, segundo Canavero, é que isso possa se concretizar em apenas dois anos. Ou seja, antes da Copa do Mundo a ser realizada na Rússia em 2018, poderemos ler manchetes sobre o assunto. As informações são da revista NewScientist.
De acordo com a reportagem, a proposta deve ser apresentada durante conferência médica nos Estados Unidos neste ano.
Mas por que alguém se sujeitaria a fazer um transplante de cabeça ou de corpo? Para salvar ou prolongar vidas, defende o médico.
A técnica consistira em implantar a cabeça de um paciente (vítima de alguma doença grave) no corpo de um doador que tenha tido morte cerebral.
A expectativa é que tal procedimento possa prolongar a vida de pessoas que sofrem de degeneração dos músculos e nervos ou ainda pacientes que tenham câncer, explicou Canavero em entrevista à New Scientist.
É claro que a cirurgia passa por questionamentos simples, do tipo: “como isso seria possível?” e questões que tangem preocupações éticas.
Segundo a reportagem, o cirurgião publicou em fevereiro deste ano uma lista de técnicas que tornariam o transplante possível, como o resfriamento da cabeça do receptor e do corpo do doador, cortar os tecidos do pescoço e conectar veias e artérias a tubos finos e, por fim, seccionar os nervos da espinha.
E se a primeira etapa for concluída, o que viria depois? O paciente ficaria em coma durante semanas para depois passar por intensas sessões de fisioterapia. Superada essa fase, o paciente conseguiria mover músculos do rosto e manter, inclusive, a própria voz.
Cientistas tentaram fazer algo semelhante em 1970. Na ocasião, os testes foram aplicados em um macaco. A NewScientist lembra que o animal conseguiu respirar com ajuda de aparelhos, porém não podia se mover uma vez que sua cabeça não havia sido conectada aos nervos da espinha. A tentativa fracassou, o animal veio à óbito alguns dias depois.
Canavero disse estar ciente que o procedimento geraria muita polêmica. Mas garante que diversas pessoas já teriam se candidatado ao procedimento.
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