O impacto sofrido pela presidente Dilma Rousseff (PT), o governo e o
Congresso Nacional deverá ser sentido agora em diante e com demora de
amenização. Assim avaliam os comentaristas políticos Jorge Almeida e
Carlos Zacarias quando indagados a respeito das manifestações do último
fim de semana que levaram mais de dois milhões às ruas das principais
cidades do País.
Para o professor de Ciências Políticas da Universidade Federal da Bahia (Ufba) Jorge Almeida, as manifestações são resultado de uma confluência de fatores que levam ao desgaste do governo e, principalmente, ao Congresso. “Tem uma rejeição também ao Legislativo e à corrupção. Existe uma situação de crise econômica e social que acaba por estimular esse movimento”, disse. “As pesquisas mostram a queda da avaliação da presidente Dilma e muito por reflexo destas manifestações. Isso vai demorar de ser resolvido. Vai ter muita notícia de corrupção nesse período”, completou.
Almeida ainda ressaltou que as atuais denúncias tiveram maior impacto na governabilidade devido ao contexto vivido pelo povo. “O problema da corrupção nem sempre gerou desgaste como este. No Mensalão o impacto foi grande, talvez maior do que desta época, mas foi no período de melhora nas condições de vida da população. Havia, naquele período, muitas denúncias de corrupção, mas uma sensação de melhora de vida no âmbito econômico e social, e desta vez é tudo ao contrário”, analisou.
Quando é feita a comparação com as movimentações de 2013, o professor lembra que em junho daquele ano as ações respingaram na campanha e a prova foi o acirramento da disputa. “Ali era refletido um começo de dificuldades futuras do governo. Hoje existe uma certa continuidade disso. Por mais que os veículos de comunicação inflaram muito as manifestações de domingo, ela não tem ainda a mesma importância que teve em junho de 2013, no período da Copa das Confederações. Tinha de tudo ali, e um grau de demanda maior de políticas públicas, e agora só foi puxada pelas pautas da direita”, discorreu.
Para Zacarias, professor de História da Universidade Federal da Bahia (UFBA), as manifestações não devem ser ignoradas pelos políticos e nem pelo cidadão comum. “A manifestação de domingo, a opositora do governo, teve uma extensão que há muito tempo não se via. A novidade foi a dos setores da direita nas ruas”, disse.
“Uma manifestação de direita nas proporções de domingo há de amedrontar, causar temor, provocar deslocamento. O governo demonstrou preocupação e vimos isso no mesmo domingo nos pronunciamentos dos ministros, e Dilma deu declarações pregando humildade nesta semana. Já é reflexo dessa mobilização”, completou.
Segundo ele, existem setores de direita que haviam abandonado as ruas e não faziam grandes manifestos desde a década de 60. “As últimas manifestações deles foi em 64 com a marcha da família, antes da Ditadura. Volto a ressaltar o caráter histórico disso, pois a direita não vem a público dizer o que pensa, salvo nas eleições. Mas, no entanto, vimos uma instigação ao ódio, pautas genéricas não muito habituais”, salientou.
O comentarista também mencionou outro caráter histórico. “O ódio ao PT é recorrente e a história do Brasil mostra isso com a ideologia anticomunista do século passado. Identificam o partido com Cuba, Venezuela e até com o Irã, e isso é uma expressão sem conhecimento dos contextos da história”, rememorou.
BAHIA - Quando indagado na influência que os manifestos podem ter na Bahia, na gestão política local, Zacarias classificou o governador Rui Costa (PT), por hora, como um sortudo. “A sorte de Rui foi a federalização do protesto. No âmbito do estado tem respingo muito pequeno. Não se viu faixa, cartazes, contra o governador. Porém, como existe a identidade de ser do mesmo partido, fica maculado. Acho que ele deve ficar alerta também”, disse.
Para o professor de Ciências Políticas da Universidade Federal da Bahia (Ufba) Jorge Almeida, as manifestações são resultado de uma confluência de fatores que levam ao desgaste do governo e, principalmente, ao Congresso. “Tem uma rejeição também ao Legislativo e à corrupção. Existe uma situação de crise econômica e social que acaba por estimular esse movimento”, disse. “As pesquisas mostram a queda da avaliação da presidente Dilma e muito por reflexo destas manifestações. Isso vai demorar de ser resolvido. Vai ter muita notícia de corrupção nesse período”, completou.
Almeida ainda ressaltou que as atuais denúncias tiveram maior impacto na governabilidade devido ao contexto vivido pelo povo. “O problema da corrupção nem sempre gerou desgaste como este. No Mensalão o impacto foi grande, talvez maior do que desta época, mas foi no período de melhora nas condições de vida da população. Havia, naquele período, muitas denúncias de corrupção, mas uma sensação de melhora de vida no âmbito econômico e social, e desta vez é tudo ao contrário”, analisou.
Quando é feita a comparação com as movimentações de 2013, o professor lembra que em junho daquele ano as ações respingaram na campanha e a prova foi o acirramento da disputa. “Ali era refletido um começo de dificuldades futuras do governo. Hoje existe uma certa continuidade disso. Por mais que os veículos de comunicação inflaram muito as manifestações de domingo, ela não tem ainda a mesma importância que teve em junho de 2013, no período da Copa das Confederações. Tinha de tudo ali, e um grau de demanda maior de políticas públicas, e agora só foi puxada pelas pautas da direita”, discorreu.
Para Zacarias, professor de História da Universidade Federal da Bahia (UFBA), as manifestações não devem ser ignoradas pelos políticos e nem pelo cidadão comum. “A manifestação de domingo, a opositora do governo, teve uma extensão que há muito tempo não se via. A novidade foi a dos setores da direita nas ruas”, disse.
“Uma manifestação de direita nas proporções de domingo há de amedrontar, causar temor, provocar deslocamento. O governo demonstrou preocupação e vimos isso no mesmo domingo nos pronunciamentos dos ministros, e Dilma deu declarações pregando humildade nesta semana. Já é reflexo dessa mobilização”, completou.
Segundo ele, existem setores de direita que haviam abandonado as ruas e não faziam grandes manifestos desde a década de 60. “As últimas manifestações deles foi em 64 com a marcha da família, antes da Ditadura. Volto a ressaltar o caráter histórico disso, pois a direita não vem a público dizer o que pensa, salvo nas eleições. Mas, no entanto, vimos uma instigação ao ódio, pautas genéricas não muito habituais”, salientou.
O comentarista também mencionou outro caráter histórico. “O ódio ao PT é recorrente e a história do Brasil mostra isso com a ideologia anticomunista do século passado. Identificam o partido com Cuba, Venezuela e até com o Irã, e isso é uma expressão sem conhecimento dos contextos da história”, rememorou.
BAHIA - Quando indagado na influência que os manifestos podem ter na Bahia, na gestão política local, Zacarias classificou o governador Rui Costa (PT), por hora, como um sortudo. “A sorte de Rui foi a federalização do protesto. No âmbito do estado tem respingo muito pequeno. Não se viu faixa, cartazes, contra o governador. Porém, como existe a identidade de ser do mesmo partido, fica maculado. Acho que ele deve ficar alerta também”, disse.
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