Parentes
de passageiros que estavam no voo da Malaysa Airlines MH370 – que
desapareceu há exatamente um ano – criticaram um novo relatório do
governo sobre o acidente.
O fato de documento não dar novas pistas
sobre o que teria acontecido com o avião revoltou os familiares e fez
com que muitos o descrevessem como “inútil” e “sem sentido”.E uma das informações contidas no relatório frustrou ainda mais as famílias: a bateria de um localizador subaquático estava vencida há um ano quando o avião desapareceu.
Isso pode ter dificultado o trabalho das equipes de, ainda que a bateria de um outro localizador estivesse funcionando.
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O documento também informa que o voo não enfrentou problemas relacionados à equipe ou à manutenção
A aeronave desapareceu no dia 8 de março de 2014 enquanto sobrevoava o Mar do Sul da China. O avião partiu de Kuala Lumpur, na Malásia, e deveria aterrissar em Pequim, na China, seis horas depois.
Autoridades acreditam, no entanto, que o avião tenha caído no mar em algum ponto a oeste da cidade australiana de Perth, a milhares de quilômetros longe de sua rota original.
Os premiês da Austrália (onde estão as áreas de buscas) e da Malásia afirmaram que seguem comprometidos na tarefa de encontrar o avião, que levava 239 pessoas quando sumiu dos radares.
'Cruel'
Segundo o correspondente a BBC em Kuala Lumpur, Jonathan Head, o relatório contém uma infinidade de informações técnicas sobre o MH370, seu registro de manutenção, dados sobre a tripulação e também sobre o controle aéreo do dia.Sarah Bajc, cujo parceiro Philip Wood estava a bordo, ridicularizou o fato de os investigadores terem entrevistado apenas 120 pessoas.
“É menos gente do que nossa investigação minúscula e sem verba ouviu”, disse, em referência a uma investigação privada organizada por um grupo de familiares.
Raymund Gagarin, primo da passageira Anne Daisy, disse acreditar que o governo estaria escondendo informações das famílias.
“Eles colocam as emoções de muitas pessoas emu ma montanha-russa. É cruel.”
Outro parente, que não quis se identificar, disse que o relatório é “inútil”.
Tan Tan Kee, que é pai do passageiro Tan Chong Link, disse acreditar que seu filho ainda esteja vivo. “Tenho medo de que nosso governo pare de procurar o avião.”
No começo do ano, o governo da Malásia declarou que o MH370 desapareceu com todos a bordo, uma declaração considerada necessária para que seja iniciado o processo de compensação dos parentes.
Lágrimas e protesto
Na manhã deste domingo, as famílias dos tripulantes fizeram uma cerimônia de homenagem na casa de um dos supervisores de voo, Patrick Gomez.“A gente sempre se pega lembrando o que aconteceu exatamente naquele dia, as conversas que tivemos, as lágrimas, os abraços que demos”, disse Jacquita Gonzales, esposa de Gomez.
Diante de grupo de policiais que bloqueava a entrada da embaixada, os familiares gritavam frases dizendo que iam lutar até o fim e pedindo que o governo da Malásia peça desculpas públicas a eles.
O premiê australiano, Tony Abbott, disse que as buscas vão se concentrar em outra área caso a atual operação não trazer novas pistas.
“Devemos isso aos familiares das vítimas e a todos que viajam: fazer todo o possível para resolver esse mistério”, disse.
Seu colega malaio, Najib Razak, disse que se mantém esperançoso de que o avião será encontrado.
“Não há palavras para descrever a dor dos familiares dos que estavam a bordo. A falta de respostas e de provas definitivas – como a fuselagem do avião – tornam essa situação ainda mais difícil.”
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