Pai e filha recifenses estão sendo investigados no Texas, nos EUA.
Dupla só percebeu que notas eram falsas ao tentar depositar o dinheiro.
Uma família pernambucana está acusando a agência central do Banco do Brasil (BB) no Recife de ter trocado notas de dólar falsas, no último dia 18 de junho. A estudante universitária Amanda Parris, que mora na cidade de Houston, Estados Unidos, e o seu pai, João Neto da Silva, só perceberam que o valor de 2.820 dólares eram falsos no momento em que tentavam realizar um depósito em um banco norte-americano, na quarta-feira (24). A polícia foi acionada, e os dois agora estão sendo investigados pelas autoridades do estado do Texas.
Quem comprou os dólares foi a aposentada Maria de Fátima da Silva, tia de Amanda. Ela, que é funcionária aposentada do BB, foi até a agência localizada no Recife Antigo e, após receber o valor, deu ao irmão para que ele entregasse à sobrinha. João Neto da Silva viajou aos Estados Unidosna última terça (23) e decidiu depositar o valor no banco onde a filha mantém uma conta, na cidade de Galveston, na área metropolitana de Houston, Texas.
Ao chegarem à agência, após não conseguirem fazer o depósito nos caixas eletrônicos, pai e filha foram à boca do caixa. Foi quando a funcionária que fazia a transação percebeu que as notas eram falsas, através de aparelhos eletrônicos e diversos procedimentos, e acionou a polícia imediatamente. Os policiais chegaram ao local e constataram, através do número de série, a falsidade do dinheiro, notificando João e Amanda pelo porte das cédulas. No local, além de colher informações pessoais dos dois, disseram que João não poderia voltar ao Brasil até a conclusão das investigações.
“Eu insisti que era impossível aquilo, porque o dinheiro foi trocado em um banco federal brasileiro. Quando acionaram a polícia, eles passaram todas as minhas informações e de meu pai, falando cor de roupa, idade. Foi constrangedor, na frente de todo mundo do banco. E eu não tinha o que fazer, porque fizemos todo o procedimento no Brasil de forma correta, no principal banco do país”, contou Amanda ao G1, por telefone. Ela disse que chegou a mostrar o comprovante da transação no Banco do Brasil aos policiais norte-americanos.
No Recife, a aposentada Maria de Fátima passou toda esta quinta-feira (25) tentando resolver o problema na agência do Recife Antigo. “É uma chateação enorme o que estamos passando, e o menor dos problemas é o dinheiro. A gente quer agilidade, que eles resolvam o problema de forma mais rápida possível. Para mim, eles assumiram que havia esse lote de notas falsas e que tentaram entrar em contato com as pessoas [que compraram esses dólares], mas que não conseguiram falar comigo”, contou. O Banco do Brasil, através de transição pelo Western Union, já depositou o valor de 2.820 dólares para Amanda, nos Estados Unidos.
O que a família pede agora é que o banco assuma a responsabilidade por meio de um documento escrito, para que pai e filha possam provar a origem do dinheiro às autoridades e serem liberados. “Eu acho que só assim a gente vai poder ter essa comprovação e resolver esse problema. Meu pai, que não vejo há 1 ano, veio passar 11 dias comigo, e tudo virou um pesadelo. Não tem como aproveitar mais essa viagem, infelizmente. Não consigo nem dormir”, disse a estudante.
Pai e filha agora aguardam que sejam chamados pela polícia federal dos Estados Unidos para prestar depoimento. A estudante deve procurar o consulado brasileiro em Houston ainda na sexta-feira (26), para pedir ajuda diplomática.
O G1 entrou em contato com o Banco do Brasil. Por meio da assessoria de comunicação, o banco informou que está apurando as informações para se posicionar.
A família de Amanda também acionou a Polícia Federal no Recife. Também por meio da assessoria, a PF disse que Maria de Fátima registrou a ocorrência, mas que o órgão precisa esperar o desfecho do caso nos Estados Unidos, já que foi lá onde aconteceu o caso. Dependendo da análise das informações concedidas pela família, um procedimento investigativo poderá ser instaurado.
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