Moradora de Araguaína viu a ideia na internet e a casa fica pronta em abril.
Engenheiro civil diz que construção é segura e mais barata.
Para realizar o sonho da casa própria, a projetista Arlete Maria de Sousa, moradora de Araguaína, norte do Tocantins, está usando um material que é considerado lixo para muita gente: a garrafa pet. Além de sustentável, o projeto é mais barato do que o convencional. A ideia foi vista na internet. Nas paredes, nada de tijolo, apenas as garrafas de plástico e cimento.(Veja o vídeo)
A Arlete já fez inúmeros desenhos de casas, com decoração de ambientes. Mas o sonho da casa própria ficou parado por muitos anos. Quando ela ficou desempregada, a situação só piorou. "Comecei a pesquisar e olhar formas que eu poderia alcançar o meu sonho de uma maneira que não pesasse tanto no bolso".
A projetista já tinha o terreno, mas ainda faltava o dinheiro para comprar o material. Ela pesquisou e acabou decidindo construir a casa com o material reciclável.
"Fui ver os tipos de casa construídas com garrafas, têm várias formas, mas essa foi a que eu mais agradei porque não foge do que eu estava esperando, as paredes, a estrutura, tudo do jeito que eu sonhava. Esse é o meu sonho realizado e ajudando o meio-ambiente também".
Mais de duas mil garrafas foram recicladas. O mestre de obras é o pai da projetista, João Evangelista de Sousa. "Ela falou para mim: 'Pai, eu quero fazer uma casa e tem de ser com garrafa pet. O senhor consegue fazer?' Eu disse: 'consigo. Se você arrumar os litros eu faço'. E está aí, quase no final da obra", relata com orgulho.
A dúvida de muitas pessoas é se uma casa construída com o material reciclável é realmente segura. O engenheiro civil, Renan Modesto, conta que para dar certo todos os projetos precisam estar integrados. "Projeto estrutural, elétrico, hidráulico, arquitetônico. Eles precisam se comunciar para que não tenha nenhum tipo de interferências negativas no processo executivo".
Segundo ele, a construção oferece inúmeras vantagens. Além de segura, ela é mais barata, 30% a menos que uma casa de alvenaria, por exemplo. "Das vantagens que a gente pode ressaltar, a gente tem um ganho de acústica, um ganho térmico, um cronograma enxuto pela rapidez da obra. A gente tem uma economia no custo da obra, a gente tem uma resistência bem maior e um ganho ambiental".
A obra termina em abril, mês em que Arlete terá o sonho realizado. "Eu fico imaginando assim, tantas garrafas que a gente vê jogadas no rio. Se ao invés de jogarmos no lixo, achassemos um destino para elas, olha que maravilhoso", reflete a projetista.
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