Usuário se torna agricultor virtual e recebe os produtos em casa em até três semanas. Fazenda fica em Tatuí, no interior de São Paulo.
Por Paola Patriarca, G1 Itapetininga e Região
Hortas verticais e técnicas para produzir a própria comida têm motivado os fãs da cozinha saudável a criar as mais variadas estratégias.
No entanto, muitas "fazendas urbanas" ainda não comportam os famosos galinheiros e, para tentar ajudar esse nicho, o engenheiro de software Antoine Dubacq, de 29 anos, desenvolveu uma plataforma online que dispensa o gazebo e possibilita até adotar uma galinha pela internet.
Sozinho, Antoine criou o "Garde Manger", que permite que o morador de São Paulo se torne um agricultor virtual. O detalhe é que os alimentos cuidados pela web realmente são cultivados em uma área que fica em Tatuí (SP), são orgânicos e entregues na casa.
O engenheiro, que é francês e há quatro anos se mudou ao Brasil para trabalhar em uma empresa, percebeu que havia dificuldade em cultivar o próprio alimento na capital e cuidar das galinhas.
“Eu cultivava os alimentos com minha família. Quando vim para cá, me vi impossibilitado de fazer isso na Capital, no meu apartamento. Então, pensei em criar uma forma de ter o cultivo em uma área no campo, mas que eu pudesse acompanhar mesmo estando em uma metrópole. Foi então que tive a ideia que o cultivo poderia ser feito em uma fazenda no interior, mas que eu poderia acompanhar pela web, como nos joguinhos de fazenda”, explica.
Antoine conta que começou a desenvolver a plataforma em janeiro de 2016 e o investimento foi de aproximadamente R$ 60 mil. Após buscas, ele comprou uma área de 4.500 metros quadrados em uma fazenda no interior de São Paulo.
“Um amigo meu me falou dessa área sem uso e comprei, já que fica uma hora e meia da Capital. Foi aí que tudo começou e criei a plataforma que traz uma horta virtual, mas que realmente existe”, conta.
Horta 'virtual'
Segundo o francês, o usuário pode aderir a três planos, sendo referentes ao tamanho da horta e a quantidade de pessoas que consumirão os alimentos. O preço varia de R$ 250 a R$ 450.
“Temos o tamanho pequeno que é para até duas pessoas, o médio que é de duas a três pessoas e o grande que é até quatro pessoas”, conta.
Em seguida, o cliente pode escolher os alimentos que serão cultivados, sendo legumes, verduras, ervas, temperos, frutas e flores.
“Temos mais de 60 produtos que os clientes podem escolher para serem cultivados. A partir do momento que ele escolhe, recebemos a notificação e a horta do usuário passa a ser cuidada de verdade pelos funcionários que estão na fazenda. Atualmente trabalham em Tatuí dois funcionários que cuidam dessas horas”, diz.
Além disso, o usuário pode também adotar uma galinha, dar nome ao animal e receber os ovos. “Identificamos a galinha escolhida com uma etiqueta e colocamos o nome que o usuário escolheu. Temos já a Clotilde, Mafalda e outras 17 galinhas”, afirma.
Futuro
Enquanto o alimento é cultivado em Tatuí, o cliente pode acompanhar pela plataforma como estão os alimentos e visitar o espaço aos sábados. As entregas são feitas por uma empresa terceirizada em um prazo de três semanas. Até o momento são realizadas entregas apenas em São Paulo. Porém, Antoine afirma que a ideia é ampliar para outras cidades.
“É uma forma de termos o campo, o cultivo dos alimentos sem defensivos agrícolas mesmo morando na cidade grande. É importante saber a origem do que come com um pouco de tecnologia e muita sabedoria de antigamente. Temos 30 clientes fixos e outros que compram pelas feiras virtuais. A ideia é ampliar para outras áreas”, diz.
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