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terça-feira, 1 de agosto de 2017

Bateria é a maior responsável pelo tempo de vida de smartphones, dizem especialistas

Usuários se preocupam com autonomia do aparelho, mas duração de celulares está ligada diretamente à validade das baterias.

Por Cesar Soto, G1
 

(Foto: Divulgação/Asus)
Na hora de comprar um celular, você se preocupa com quanto tempo a bateria dura sem ter que recarregar? Muita gente pensa assim. E uma pesquisa da agência de consultoria IDC mostra que a bateria é o terceiro fator – atrás de preço e câmera – mais importante para o consumidor.
Faz sentido se preocupar tanto com a bateria. Ela é uma das maiores responsáveis pelo tempo de vida do aparelho, segundo Leonardo Munin, analista da IDC na América Latina.
Como a bateria tem um ciclo de mil recargas, e os aparelhos são recarregados três vezes por dia em média, os celulares teriam cerca de dois anos de vida.
“Como o preço de uma nova bateria é muito elevado, quando você vai trocar às vezes nem compensa e acaba comprando um aparelho”, explica Maria de Fátima Rosolem, pesquisadora de do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD).

Mas a bateria envelhece?

As baterias de íon de lítio, usadas pela maior parte dos fabricantes de smartphones, utilizam reações químicas como uma das bases de seu armazenamento de energia. E os compostos parte das reações se desgastam conforme o aparelho é recarregado e descarregado.
“Desde que foi introduzida, essa tecnologia apresentou um salto gigantesco, e as químicas evoluíram muito”, afirma a pesquisadora. Por que, então, os smartphones atuais não conseguem passar dias sem serem recarregados como seus antepassados “burros”?
“Por um lado, você tem a bateria que evoluiu bastante, e por outro você tem o celular que deixou de ser um simples telefone. Aliás, hoje a coisa que você menos faz é falar nele. Um smartphone não duraria nada com uma bateria daquelas antigas”, diz Rosolem.
Agora, o consumidor não precisa mais se preocupar se o aparelho ficará “viciado”, quando a bateria dura cada vez menos. O fenômeno era comum em modelos de níquel cádmio, tecnologia que não é mais usada em aparelhos mais modernos.

Sem calor, sem umidade, sem pirataria...

Essa evolução não é motivo para deixar de tomar certos cuidados com as baterias. Especialistas ouvidos pelo G1 contam o que usuários podem fazer para que sua bateria dure mais:
  1. O mais importante é a temperatura, porque ela acelera as reações químicas na bateria. Então tem que tomar cuidado pra não deixar o celular exposto ao sol, dentro do carro, essas coisas.
  2. Além da temperatura, o dono do aparelho deve ficar atento a questões de segurança. O básico é não deixar o celular na umidade.
  3. E não usar carregadores piratas, que podem danificar o circuito e até causar um curto, fazendo o aparelho pegar fogo.
  4. Mas acessórios oficiais não são uma garantia total. É preciso ter atenção com carregadores novos, muito rápidos. Quanto maior a velocidade do carregamento, mais as reações ficam desgastadas.
A Apple, por exemplo, afirma que o carregamento nos iPhones acontecem de forma acelerada até 80%, então mudam para carga mais lenta com objetivo de aumentar sua longevidade.
Produção do Galaxy Note 7 foi interrompida depois de reiterados casos de explosão  (Foto: Reuters)Produção do Galaxy Note 7 foi interrompida depois de reiterados casos de explosão  (Foto: Reuters)
Produção do Galaxy Note 7 foi interrompida depois de reiterados casos de explosão (Foto: Reuters)

E os riscos de explosão?

Baterias de íon de lítio não são responsáveis pela energia apenas de smartphones. Elas são usadas em notebooks e em carros elétricos. Por isso, são alvo de pesquisas.
O maior desafio é aumentar a proporção de densidade/energia. Ou seja, diminuir o tamanho da peça enquanto cresce a quantidade de energia armazenada.
Tudo sem correr riscos de segurança, porque uma superfície menor é traduzida em temperaturas maiores. Algo parecido ao que aconteceu com os modelos Galaxy Note 7, da Samsung, que ficaram conhecidos por provocarem explosões e até foram banidos de aviões.
"No caso da Samsung, eles fizeram um empacotamento [da bateria] que ficou muito apertado. Ela se deformou com o tempo e acabou gerando a explosão", explica Rosolem.

Novas baterias

Cientistas do Instituto de Pesquisas Toyota da América do Norte trabalham em baterias à base de magnésio, que prometem densidade muito maior, além de serem mais baratas e terem vidas mais longas. As pesquisas estão em fase de testes e devem demorar anos até chegarem ao mercado.
Já uma equipe da universidade americana de Drexel desenvolve uma bateria com um material supercondutor que permite carregamento completo em segundos. Para celulares, pode parecer exagero, mas pode resolver problemas de veículos elétricos.

Por que as baterias são fixas?

Se uma bateria dura em médio dois anos sem apresentar grandes problemas, então porque ela é fixa? Não seria melhor voltarmos aos tempos em que a troca da bateria era possível?
A Motorola explicou ao G1 que suas baterias são fixas “para oferecer mais segurança e proteção dos componentes do aparelho”.
“Elas foram projetadas para ter uma duração compatível com o ciclo de vida de um smartphone. A bateria fixa permite uma melhoria significativa no design, deixando telefones mais finos e elegantes, que é algo que o consumidor sempre busca.”
Segundo a Motorola, comparadas com as baterias com tecnologia tradicional, as de íon de lítio carregam mais rápido, duram mais e têm maior densidade de carga, aumentando a vida útil da bateria mesmo em uma estrutura menor.

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