UE acusa gregos de boicote a acordo para ampliar resgate e de retrocesso em compromissos
“O tratamento
aos funcionários da troika é inaceitável”, diz o documento, já que
Atenas tenta se ver livre do trio formado por FMI, Banco Central Europeu
e Comissão Europeia. O Governo grego fez descarrilhar esta semana as
discussões técnicas com as instituições antes conhecidas como troika: só
aceita contatos políticos. O primeiro-ministro, Alexis Tsipras,
desafiou, na quarta-feira, a UE a aprovar uma lei para mitigar a grave
crise humana de seu país sem informar aos aliados, apesar de a ampliação
do resgate impedir ações unilaterais. “Não há colaboração com as
equipes de Bruxelas e Atenas, e as possibilidades de superar o exame de
abril são remotas”, reforça a nota.
Apesar das facas longas, Tsipras foi ontem a Bruxelas disposto a pedir um gesto aos aliados. Encontrou um ambiente dos mais hostis: “O tempo e a paciência estão se esgotando”, asseguraram fontes europeias. Os membros desconfiam. A distância entre as duas partes é considerável e crescente. A vontade de oferecer facilidades à Grécia acabou. E tampouco Atenas parece disposta a aceitar as reformas exigidas pelo Eurogrupo.
Diante desse panorama, há três cenários possíveis. Um: uma negociação política na qual a chanceler Angela Merkel e companhia convençam Tsipras da necessidade de dar uma virada e aceitar o dinheiro europeu com condições. Dois: um bate-boca técnico no Eurogrupo, no qual os ministros consigam regatear as demandas gregas e encontrem uma forma de oferecer saídas a Tsipras. E três: um acidente. Apesar do ruído, o cenário mais provável, de longe, é um acordo para um terceiro resgate com condições, mas também com agrados à Grécia. Mas ninguém descarta o tal acidente, e até as instituições preparam planos de contingência para o caso da coisa ficar feia, segundo fontes europeias.
A zona do euro está hoje melhor preparada do que em 2012 para combater a crise, mas mesmo assim essa saída teria um enorme efeito indireto nos mercados. O euro é essencialmente um projeto político: se ressurgirem as dúvidas sobre a unidade da zona do euro reapareceriam as dificuldades com os prêmios de risco nos países mais endividados (Itália, Portugal, Irlanda, Espanha). Os especialistas não são otimistas. “Tanto os credores quanto a Grécia estão reagindo de uma forma muito emocional. Os custos de uma saída seriam gigantescos. Mas talvez não em curto prazo: é possível que a Europa possa conter o contágio, mas o problema ressurgiria na próxima crise. Um Grexit seria o princípio do fim da eurozona: desestabilizaria o euro”, diz Paul De Grauwe, da London School. “O preocupante é que todo mundo todo mundo já fale do 'Grexit' com essa rapidez em Bruxelas”, encerra Ángel Ubide, do Peterson Institute.
>> Europa acusa a Grecia de torpedear el acuerdo para ampliar el rescate
Apesar das facas longas, Tsipras foi ontem a Bruxelas disposto a pedir um gesto aos aliados. Encontrou um ambiente dos mais hostis: “O tempo e a paciência estão se esgotando”, asseguraram fontes europeias. Os membros desconfiam. A distância entre as duas partes é considerável e crescente. A vontade de oferecer facilidades à Grécia acabou. E tampouco Atenas parece disposta a aceitar as reformas exigidas pelo Eurogrupo.
Diante desse panorama, há três cenários possíveis. Um: uma negociação política na qual a chanceler Angela Merkel e companhia convençam Tsipras da necessidade de dar uma virada e aceitar o dinheiro europeu com condições. Dois: um bate-boca técnico no Eurogrupo, no qual os ministros consigam regatear as demandas gregas e encontrem uma forma de oferecer saídas a Tsipras. E três: um acidente. Apesar do ruído, o cenário mais provável, de longe, é um acordo para um terceiro resgate com condições, mas também com agrados à Grécia. Mas ninguém descarta o tal acidente, e até as instituições preparam planos de contingência para o caso da coisa ficar feia, segundo fontes europeias.
A zona do euro está hoje melhor preparada do que em 2012 para combater a crise, mas mesmo assim essa saída teria um enorme efeito indireto nos mercados. O euro é essencialmente um projeto político: se ressurgirem as dúvidas sobre a unidade da zona do euro reapareceriam as dificuldades com os prêmios de risco nos países mais endividados (Itália, Portugal, Irlanda, Espanha). Os especialistas não são otimistas. “Tanto os credores quanto a Grécia estão reagindo de uma forma muito emocional. Os custos de uma saída seriam gigantescos. Mas talvez não em curto prazo: é possível que a Europa possa conter o contágio, mas o problema ressurgiria na próxima crise. Um Grexit seria o princípio do fim da eurozona: desestabilizaria o euro”, diz Paul De Grauwe, da London School. “O preocupante é que todo mundo todo mundo já fale do 'Grexit' com essa rapidez em Bruxelas”, encerra Ángel Ubide, do Peterson Institute.
>> Europa acusa a Grecia de torpedear el acuerdo para ampliar el rescate
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