WASHINGTON (Reuters) - Os Estados Unidos e aliados realizaram nove ataques contra o Estado Islâmico no Iraque e na Síria, na última rodada de operações diárias contra os militantes, informou neste domingo a força-tarefa.
Na Síria, três ataques perto da cidade de Kobani atingiram uma unidade tática do Estado Islâmico, veículos e posições de combate em um período de 24 horas que se encerrou cedo no domingo. Um outro ataque perto de Raqqah destruiu um blindado para transportar pessoas, disse a força-tarefa em comunicado.
Houve ainda três ataques perto de Mosul, no Iraque, e outros dois nas proximidades de Ramadi, que destruíram armas e explosivos.
(Por Bill Trott)
Médicos britânicos partiram para a Síria para apoiar Estado Islâmico
Familiares dizem que jovens não se vão juntar aos combates. Última
contabilização aponta para 20 mil combatentes estrangeiros nas fileiras
do grupo terrorista.
Um grupo de nove médicos britânicos terá
entrado na Síria, em território controlado pelo grupo terrorista Estado
Islâmico. As famílias estão a tentar persuadi-los a regressar, mas
garantem que os jovens têm motivações humanitárias e não vão pegar em
armas.
O grupo é composto por quatro mulheres e cinco homens de nacionalidade britânica, que estudavam medicina na capital sudanesa, dos quais três já tinham terminado os estudos. Os jovens nasceram e foram criados no Reino Unido, mas as famílias decidiram enviá-los para o Sudão porque queriam que “experienciassem uma cultura mais islâmica e que não esquecessem as suas raízes”, explicou Ediboglu.
A fuga dos jovens para a Síria surpreendeu os familiares, mas persiste a convicção de que apesar de se terem juntado ao Estado Islâmico, o grupo não irá integrar a luta armada. “Não nos esqueçamos de que são médicos, foram para lá para ajudar, não para lutar, portanto este caso é um pouco diferente”, defendeu o político turco.
Médicos, não terroristas
O caso marca um novo paradigma de integração de jovens ocidentais no Estado Islâmico, até aqui desconhecido das autoridades. Uma fonte do Ministério do Interior britânico sublinhou que “lutar numa guerra estrangeira não é automaticamente uma contravenção”. Porém, uma hipotética acusação “irá depender da natureza do conflito e das actividades próprias dos indivíduos em questão”.
Significa isto que, ao contrário dos cidadãos que integram os combates – o caso típico das saídas de ocidentais para a Síria e para o Iraque –, os nove médicos podem não incorrer em actividades terroristas, embora tenham de o provar. A analogia é feita com situações como a das três estudantes britânicas que viajaram para a Síria em Fevereiro e que a polícia já veio garantir que não serão apresentadas acusações se se provar que não participaram em actos terroristas.
Para além dos combatentes estrangeiros, o Estado Islâmico tem fortes campanhas de recrutamento de jovens mulheres com o objectivo de servirem o “califado” erigido no Verão passado, nomeadamente através do casamento com jihadistas. Este esforço de angariação de mulheres faz parte de um dos objectivos últimos a que se propõe o grupo – a criação de uma nova sociedade submetida ao governo do califado que deverá povoar os territórios conquistados.
A separação entre os que são recrutados para fins violentos e os que não o são não é, no entanto, pacífica. Há quem entenda que actividades de apoio médico, logístico ou técnico acabam por servir os propósitos terroristas do grupo, pelo que quem as executa deve ser julgado da mesma forma.
“Eles parecem estar a fornecer apoio material, que é tão eficaz em termos de combate como se estivessem a dar assistência directa num terreno de batalha”, observa o especialista do Royal United Services Institute, Shashank Josh, citado pelo The Guardian.
No que respeita à ajuda médica, esta pode ser apresentada como ajuda humanitária e está protegida pela Convenção de Genebra. Foi, aliás, este o argumento utilizado pela Cruz Vermelha, quando em 2010 iniciou um projecto de formação de primeiros socorros junto dos exércitos taliban que combatiam forças britânicas no Afeganistão.
Na sequência da expansão do Estado Islâmico, o Conselho de Segurança da ONU aprovou uma resolução que vincula os Estados-membros a tomar medidas preventivas para impedir o recrutamento de cidadãos dos seus países. A definição de combatente estrangeiro dada pelo documento abrange os indivíduos que viajem “com o objectivo de execução, planeamento, ou preparação em actos terroristas, fornecer ou receber treino terrorista, e de financiamento da sua viagem e das suas actividades”.
Foi apenas
quando Lena Maumoon Abdulqadir, uma estudante de medicina de 19 anos,
enviou uma curta mensagem à sua irmã que a família se apercebeu que a
jovem estava prestes a entrar na Síria. Alguns dias antes, a 12 de
Março, Lena e outros oito jovens que estudavam medicina em Cartum, no
Sudão, tinham chegado a Istambul. No dia seguinte, bastou mais uma
viagem de autocarro até à fronteira síria – que se mantém permeável à
entrada de combatentes estrangeiros que pretendem juntar-se ao Estado
Islâmico, apesar da pressão internacional junto das autoridades turcas.
“Podemos
admitir que eles estão agora em Tel Abyad, que está sob controlo do
ISIS [a sigla pela qual é também conhecido o grupo terrorista]”, disse
ao jornal Guardian o político da oposição turca, Mehmet Ali Ediboglu, que tem estado em contacto com as famílias.O grupo é composto por quatro mulheres e cinco homens de nacionalidade britânica, que estudavam medicina na capital sudanesa, dos quais três já tinham terminado os estudos. Os jovens nasceram e foram criados no Reino Unido, mas as famílias decidiram enviá-los para o Sudão porque queriam que “experienciassem uma cultura mais islâmica e que não esquecessem as suas raízes”, explicou Ediboglu.
A fuga dos jovens para a Síria surpreendeu os familiares, mas persiste a convicção de que apesar de se terem juntado ao Estado Islâmico, o grupo não irá integrar a luta armada. “Não nos esqueçamos de que são médicos, foram para lá para ajudar, não para lutar, portanto este caso é um pouco diferente”, defendeu o político turco.
Médicos, não terroristas
O caso marca um novo paradigma de integração de jovens ocidentais no Estado Islâmico, até aqui desconhecido das autoridades. Uma fonte do Ministério do Interior britânico sublinhou que “lutar numa guerra estrangeira não é automaticamente uma contravenção”. Porém, uma hipotética acusação “irá depender da natureza do conflito e das actividades próprias dos indivíduos em questão”.
Significa isto que, ao contrário dos cidadãos que integram os combates – o caso típico das saídas de ocidentais para a Síria e para o Iraque –, os nove médicos podem não incorrer em actividades terroristas, embora tenham de o provar. A analogia é feita com situações como a das três estudantes britânicas que viajaram para a Síria em Fevereiro e que a polícia já veio garantir que não serão apresentadas acusações se se provar que não participaram em actos terroristas.
Para além dos combatentes estrangeiros, o Estado Islâmico tem fortes campanhas de recrutamento de jovens mulheres com o objectivo de servirem o “califado” erigido no Verão passado, nomeadamente através do casamento com jihadistas. Este esforço de angariação de mulheres faz parte de um dos objectivos últimos a que se propõe o grupo – a criação de uma nova sociedade submetida ao governo do califado que deverá povoar os territórios conquistados.
A separação entre os que são recrutados para fins violentos e os que não o são não é, no entanto, pacífica. Há quem entenda que actividades de apoio médico, logístico ou técnico acabam por servir os propósitos terroristas do grupo, pelo que quem as executa deve ser julgado da mesma forma.
“Eles parecem estar a fornecer apoio material, que é tão eficaz em termos de combate como se estivessem a dar assistência directa num terreno de batalha”, observa o especialista do Royal United Services Institute, Shashank Josh, citado pelo The Guardian.
No que respeita à ajuda médica, esta pode ser apresentada como ajuda humanitária e está protegida pela Convenção de Genebra. Foi, aliás, este o argumento utilizado pela Cruz Vermelha, quando em 2010 iniciou um projecto de formação de primeiros socorros junto dos exércitos taliban que combatiam forças britânicas no Afeganistão.
Na sequência da expansão do Estado Islâmico, o Conselho de Segurança da ONU aprovou uma resolução que vincula os Estados-membros a tomar medidas preventivas para impedir o recrutamento de cidadãos dos seus países. A definição de combatente estrangeiro dada pelo documento abrange os indivíduos que viajem “com o objectivo de execução, planeamento, ou preparação em actos terroristas, fornecer ou receber treino terrorista, e de financiamento da sua viagem e das suas actividades”.
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