Na semana passada, primeiro-ministro israelense afirmou que "poder" estava em perigo devido aos votos de árabes no país
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, pediu, nesta segunda-feira (23), desculpas por ter classificado como “perigosa” a elevada participação de árabes-israelenses nas eleições legislativas de terça-feira passada no país.
“Eu sei que as minhas declarações podem ter ofendido alguns cidadãos israelenses e membros da comunidade árabe-israelense. Nunca foi minha intenção. Peço desculpas por isso”, declarou Benjamin Netanyahu.
O pedido de desculpas, transmitido na televisão, foi feito durante um encontro com árabes-israelenses em Jerusalém. Na semana passada, durante um apelo ao voto, Netanyahu afirmou que o “poder estava em perigo” porque os eleitores árabes estavam participando ativamente das votações.
O líder da comunidade árabe, Ayaman Odeh, rejeitou o pedido de desculpas de Netanyahu. Os árabes-israelenses obtiveram o resultado histórico de 13 lugares no Parlamento.
“Não é aceitável, porque Netanyahu não só planeja fazer aprovar leis racistas, como as suas declarações desafiam o direito básico dos árabes-israelenses de votar no Knesset [Parlamento]”, criticou. "O pedido de desculpas não é sincero, porque não convidou os representantes legítimos daquela comunidade, que obteve mais de 90% dos votos dos árabes-israelenses."
As declarações do primeiro-ministro israelense também foram criticadas pelo presidente norte-americano, Barack Obama, que afirmou que o tipo de retórica usado por Netanyahu é contrário à tradição israelense.
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Segundo a imprensa do país, os árabes-israelenses recebidos por Benjamin Netanyahu fazem parte de uma minoria que apoia o Likud, partido do primeiro-ministro.
Os árabes-israelenses descendem de 160 mil palestinos que ficaram nas terras onde foi criado o Estado de Israel em 1948 e representam cerca de 20% da população israelense.
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