Tanque com 3 milhões de litros de óleo diesel se rompeu e dificulta trabalho.
Várias explosões foram registradas na área durante toda a quinta-feira.
O incêndio de grandes proporções que atinge a área industrial de Santos, no litoral de São Paulo, desde a manhã desta quinta-feira (2), está longe de terminar. De acordo com o Corpo de Bombeiros, um dos tanques que explodiu estava carregado com 3 milhões de litros de óleo diesel, o que dificulta o trabalho da corporação e pode fazer com que as chamas durem ainda alguns dias.
Segundo os bombeiros, ninguém morreu no incêndio. Pelo menos 15 pessoas que trabalhavam no local precisaram de atendimento médico. Todas já foram liberadas.
Em entrevista ao G1 na noite desta quinta, o capitão Marcos Palumbo, porta-voz dos Bombeiros, disse que a corporação não consegue controlar as chamas.
"É difícil. A situação, em geral, está controlada. As chamas, porém, são outra história. Não há previsão para encerrar os trabalhos. Um dos tanques que explodiu estava repleto de óleo diesel. O que podemos confirmar agora, com certeza, é que ninguém se feriu gravemente durante a explosão."
A internauta Josilayne Carvalho registrou uma das explosões no local (veja o vídeo abaixo). Por volta das 18h10, uma nova explosão causou correria entre profissionais da imprensa e bombeiros, que precisaram se reposicionar.
Resfriamento de tanques
O foco dos bombeiros, a partir de agora, é o resfriamento dos tanques que ainda não foram atingidos, afirmou o capitão Palumbo.
O foco dos bombeiros, a partir de agora, é o resfriamento dos tanques que ainda não foram atingidos, afirmou o capitão Palumbo.
"Houve evacuação. Durante a tarde, um tanque acabou entrando em colapso e o combustível vazou. Tivemos que mudar de estratégia por causa desse incidente. Nosso trabalho principal é resfriar os tanques para evitar novos problemas", completou.
Segundo os Bombeiros, a temperatura média no foco principal do incêndio gira em torno dos 800 ºC, o que causou o derretimento de quatro tanques. Por causa do calor, os bombeiros ficam a uma distância de 100 metros do local das chamas para fazer a contenção do fogo.
A água não é direcionada para as labaredas, já que o líquido evapora antes de atingir o chão por causa do calor.
Fumaça
O incêndio, que atinge tanques de combustível em uma empresa particular no bairro Alemoa, começou por volta das 10h desta quinta. Durante todo o dia, uma enorme coluna de fumaça preta pode ser vista por moradores de várias cidades da Baixada Santista.
O incêndio, que atinge tanques de combustível em uma empresa particular no bairro Alemoa, começou por volta das 10h desta quinta. Durante todo o dia, uma enorme coluna de fumaça preta pode ser vista por moradores de várias cidades da Baixada Santista.
Por causa do incêndio, a entrada do Porto de Santos, pela rodovia Anchieta, precisou ser fechada. Os motoristas também encontravam lentidão, por volta das 19h50, na entrada da cidade.
De acordo com a Polícia Militar, os trabalhos realizados pelo Corpo de Bombeiros na área afetada devem durar entre dois e quatro dias, dependendo do progresso realizado pelos profissionais.
Após a primeira explosão, a Prefeitura de Santos informou que 15 pessoas foram atendidas ainda no local, todos homens com superaquecimento do corpo. Três pessoas foram levadas ao Pronto Socorro Central após terem sofrido ainda com crise nervosa e inalação de fumaça.
Moradores contam que uma explosão começou o incêndio e outras foram ouvidas na sequência. O local atingido pertence à empresa Ultracargo.
A Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) informa que a área atingida fica fora do Porto e que enviou a sua Brigada de Incêndio da Guarda Portuária para ajudar no combate ao incêndio.
De acordo com a GloboNews, 80 bombeiros trabalham no local, com apoio de 22 viaturas, sendo que oito delas foram enviadas da capital paulista.
O Corpo de Bombeiros afirma que equipes do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), da Defesa Civil, da Sabesp e da Polícia Militar acompanham os trabalhos.
Três navios estavam atracados no Porto de Santos e dois foram retirados do local para evitar problemas com possíveis explosões. Uma empresa, que fica a 2 km do local do incêndio, emitiu alerta para os funcionários deixarem a área devido ao risco de serem atingidos por destroços caso haja uma grande explosão.
A Ultracargo informou que a equipe da brigada de incêndio evacuou a área e acionou um plano de ajuda mútua assim que a primeira explosão foi registrada.
A empresa afirma que o incêndio está contido, o que não foi confirmado pelos bombeiros. As causas do acidente serão investigadas assim que a situação for normalizada.
Testemunha
Um dos funcionários da Ultracargo ouvidos peloG1 afirma que não há pessoas feridas. Ele conta que estava trabalhando no momento da primeira explosão.
Um dos funcionários da Ultracargo ouvidos peloG1 afirma que não há pessoas feridas. Ele conta que estava trabalhando no momento da primeira explosão.
"Eu estava em um dos tanques, no lote 1, quando escutei uma grande explosão. O fogo se alastrou muito rápido e só pensei em sair daqui", diz Anderson Santos da Silva.
Ele trabalha próximo de onde o fogo começou e diz que todos os funcionários saíram do local às pressas. "Todos os funcionários foram liberados na hora, ficando apenas os homens do Corpo de Bombeiros próximo aos tanques", afirmou.
A empresa
O local onde ocorre o incêndio abriga 175 tanques de capacidade de até 10 mil m³, cada um, em uma área de 183.871 m². A Ultracargo armazena produtos como combustíveis, óleos, vegetais, etanol, corrosivos e químicos.
O local onde ocorre o incêndio abriga 175 tanques de capacidade de até 10 mil m³, cada um, em uma área de 183.871 m². A Ultracargo armazena produtos como combustíveis, óleos, vegetais, etanol, corrosivos e químicos.
Em entrevista à GloboNews, o especialista em gerenciamento de riscos Gustavo Cunha Mello disse que os tanques que armazenam esses materiais explosivos são construídos com reforço nas laterais, por isso os recipientes não se desfazem quando ocorre a explosão e evitam que líquidos inflamáveis se espalhem.
Estradas
Devido ao incêndio, a Ecovias, concessionária que opera o Sistema Anchieta-Imigrantes, bloqueou o acesso ao Viaduto do Alemoa, no km 64 da Anchieta. Os veículos pesados, que não são autorizados a circular no trecho urbano, deverão aguardar até a liberação da via.
Devido ao incêndio, a Ecovias, concessionária que opera o Sistema Anchieta-Imigrantes, bloqueou o acesso ao Viaduto do Alemoa, no km 64 da Anchieta. Os veículos pesados, que não são autorizados a circular no trecho urbano, deverão aguardar até a liberação da via.
Embora possam fazer o acesso pela Anchieta, os veículos de passeio também estão sendo orientados a chegar a Santos pela Rodovia dos Imigrantes.
Por volta das 21h, os trechos do Sistema Anchieta-Imigrantes tinham tráfego normal. O tempo está bom e a visibilidade é boa. O sistema está em operação normal (5x5).
Para descida, os motoristas utilizam as pistas sul da via Anchieta e rodovia dos Imigrantes. Já a subida é realizada pelas pistas norte das duas rodovias.
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