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quarta-feira, 17 de junho de 2015

Morte de motorista em ação da PF será investigada em inquérito

Prazo para investigação é dez dias; a princípio "ação revestiu-se de legalidade"
Da Redação (redacao@correio24horas.com.br)
Atualizado em 16/06/2015 22:00:48
  
Motorista foi morto a tiros.
(Foto: Almiro Lopes/CORREIO)
A Polícia Federal informou em nota que está apurando a situação que terminou com a morte do motorista Márcio Neri dos Santos, 35 anos, baleado por agentes durante a Operação Carga Pesada Condomínio no Jardim das Orquídeas, na Estrada Velha do Aeroporto.
Segundo a PF, foram adotadas as "providências para completo esclarecimento" do caso, com apreensão da arma, a identificação da equipe e realização dos exames periciais. 
Segundo a versão da PF, Márcio, que não era investigado, estava no prédio onde a polícia foi cumprir mandados de prisão. Armado, ele estava na porta do apartamento e se escondeu quando recebeu a ordem para largar o revólver.
Os policiais o seguiram para dentro do apartamento e voltaram a repetir a ordem de que soltasse a arma, mas ele a manteve empunhada. Os agentes então atiraram, segundo a PF, se sentindo ameaçados. Ele foi então socorrido ao Hospital Geral do Estado (HGE), onde morreu.
A família de Márcio nega essa versão. Ele saiu de casa no início da manhã para levar uma das filhas até a casa do irmão e a esposa no trabalho, voltando depois. Menos de uma hora depois de retornar, ele foi baleado na ação da PF, sendo atingido três vezes no peito. Os parentes dizem que ele não tinha envolvimento com o crime. A porta do apartamento de Márcio foi arrombada. Ele estava de cueca quando foi alvejado.
"Eles bateram no apartamento 04 e a pessoa que eles queriam estava no 104. Eles erraram", disse Daiana Neri, irmão de Márcio, ao Correio24horas. Ainda de acordo com Daiana, Márcio trabalhava como motorista em uma empresa que presta serviços no Porto Seco Pirajá e atualmente estava de férias. Ele tinha duas filhas.
Operação combateu quadrilha que agia no porto de Salvador.
 (Foto: Almiro Lopes/CORREIO)
Segundo a assessoria da Polícia Federal, a investigação sobre o caso faz parte do inquérito da operação e será concluído em dez dias. A arma que a PF diz ter apreendido com Márcio, um revólver calibre 38, será apresentado nessa ocasião.
Em nota, a PF diz que "os elementos colhidos até o momento demonstram que em princípio a ação revestiu-se de legalidade, estando os fatos ainda sob investigação, finda a qual serão esclarecidas em definitivo as circunstâncias". As armas dos policiais envolvidos não precisaram ser apreendidas porque, segundo a assessoria, todos assumiram que atiraram e como atiraram. 
Porta foi arrombada, diz família.
(Foto: Almiro Lopes/CORREIO)
OperaçãoA operação Carga Pesada foi para desarticular uma organização criminosa que atuava há mais de dez anos no Porto de Aratu, desviando cargas de navios.
A organização criminosa é apontada como responsável por pelo menos três homicídios e outras três tentativas de homicídio investigados na Bahia.
Dos 24 mandados de prisão expedidos, 16 pessoas foram presas, dentre elas todos os líderes da organização criminosa. Oito procurados encontram-se foragidos, mas há informação de que devem se apresentar em breve à PF.
Durante a busca foram apreendidas três armas, dentre elas uma pistola calibre 45, um veículo L200, e cerca de 3,5 toneladas de fertilizantes e outros produtos químicos provenientes da atividade delituosa, distribuídos em dois depósitos.

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