Com depressão após perder o pai tragicamente em Belém, Eliane Feline usou abertura de empresa de festas para resgatar a alegria de viver: “Voltei a sorrir para o vento”
Com a filha de 38 dias nos braços, a pedagoga Eliane Feline, de 36 anos, recebeu a trágica notícia de que o pai havia sido assassinado na sua fazenda no interior do Pará. A tragédia abalou a família. Dias depois o leite secou, a depressão tomou conta e ela apenas queria uma coisa: ter morrido junto com o pai.
“Sou apaixonada pela minha família, mas ele era a minha referência. Pensei que tudo tinha acabado ali”. Hoje, três anos depois, a educadora venceu a depressão, virou empresária e conta ao iG como conquistou um lugar no mercado de balões de festa em Belém.
Eliane Feline encontrou no mercado de balões de festa a chance de ter um negócio próspero . Foto: Divulgação
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“A cada dia consolido a minha superação. Ainda choro e sofro, sim, mas a vontade de recomeçar do zero veio do meu pai”, conta ela emocionada. Depressiva, Eliane vivia apenas para cuidar da filha Valentina e não tinha vontade de sair de casa. Durante o aniversário da filha, ela ouviu a sugestão de uma amiga, que disse: “Faça alguma coisa por você”. “Comecei a chorar, pois eu estava tentando. Ela então sugeriu o mercado dos balões, que tinha uma brecha em Belém. Decoradores precisavam de fornecedores com produto diferenciados, não só os balões simples”.
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Após uma simples pesquisa com profissionais do setor pelas redes sociais, a nova empresária foi até a periferia da cidade e comprou a primeira leva de balões com R$ 150. “Comprei tudo bem barato e revendi para algumas clientes de decoradores. Ganhei só R$ 0,50 por pacote. A ideia não era o lucro, mas fidelizar as clientes”. E a aposta deu certo. Pouco tempo após a primeira investida, a sala da casa de Eliane foi tomada por caixas e encomendas. Os pedidos eram entregues em pequenas sacolas com fitas de cetim.
Em suas viagens para comprar novos balões em São Paulo, Eliane descobriu um novo universo das festas profissionais e materiais que ainda não faziam sucesso em Belém. “Foi uma dificuldade. Era como vender uma Ferrari para pessoas acostumadas apenas com Fusca”.
A estratégia foi então democratizar os balões importados. Ao invés de cobrar uma quantidade mínima de 30 unidades, como os concorrentes, ela fez parceria com uma designer e passou a fabricá-los por encomenda.
“Me adequei ao orçamento de cada cliente. Se ele puder comprar só dois ou três balões mais elaborados para sua festa, não tem problema. Ele vai ter”. No mesmo mês, a empresa dela, a Maria Fumaça, ganhou um novo rumo. O improvisado escritório em casa ficou pequeno para atender a demanda. Em setembro de 2014, Eliane alugou uma sala comercial, contratou a primeira funcionária e passou a oferecer mais de 50 modelos de balões cheios e prontos para a festa.
Com os novos ajustes, a Maria Fumaça alcançou uma média de R$ 12 mil de faturamento ao mês e dá adeus à informalidade. A proprietária conta que já não consegue atender pedidos via Whatsapp e telefone. “Agora só por e-mail”. Questionada sobre a inspiração do nome Maria Fumaça, Eliane explica que está longe da figura de um trem. É a personagem responsável por resgatar sua alegria de viver. “Maria é uma menina sonhadora, que alegra e vende alegria por onde passa. Assim como eu, que voltei a sorrir para ao vento”, conclui.
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