BRASÍLIA - Começaram na manhã deste domingo (15), no Rio de Janeiro e emBrasília, as manifestações contra o governo da presidente Dilma Rousseff.
Os manifestantes começam a se concentrar na orla de Copacabana, no Rio de Janeiro, e na Esplanada dos Ministérios, em Brasília.
Na capital federal, os manifestantes usam, predominantemente, camisas amarelas e reúnem-se ao redor de um carro de som.
As manifestações contrárias à presidente Dilma Rousseff, com previsão de protestos em pelo menos 50 cidades, foram convocadas pelas redes sociais.
A maioria dos grupos organizadores defende o impeachment, usando como argumentos uma suposta corrupção no governo, o escândalo da Petrobras e os altos custos com impostos e tarifas, entre outras reclamações.
Além de cidades como São Paulo, que conta com mais de 100 mil pessoas confirmadas em evento no Facebook, e Rio de Janeiro e Brasília, também com milhares de participantes esperados, há manifestações agendadas para diversas outras capitais e locais no exterior, como Londres, Boston e Sidney.
Apesar de os organizadores afirmarem que os movimentos não estão ligados a partidos políticos, legendas de oposição declararam adesão aos protestos.
O presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), derrotado por Dilma na eleição presidencial do ano passado, convocou a militância tucana para ir às ruas protestar, ressalvando, porém, que o impeachment não faz parte da agenda do partido.
O governo de Dilma enfrenta um quadro de inflação cada vez mais alta, atividade econômica fraca, piora no mercado de trabalho e turbulência política com a base governista.
A esse quadro, soma-se o maior escândalo de corrupção envolvendo a Petrobras, ao qual estão ligados funcionários, políticos e partidos e as maiores empreiteiras do país.
Sempre que questionada sobre as manifestações populares, como o panelaço em várias capitais durante seu pronunciamento na TV no domingo passado, Dilma tem repetido que fazem parte da democracia.
A presidente diz, no entanto, ser contra atos violentos e já declarou que para pedir impeachment é preciso haver razões. “Eu acho que há que caracterizar razões para o impeachment, e não o terceiro turno das eleições", declarou a presidente.
Com as manifestações deste domingo, Dilma se junta a outros dois presidentes que enfrentaram protestos populares no período da redemocratização: Fernando Collor de Mello e Fernando Henrique Cardoso.
Collor acabou sofrendo o impeachment, enquando Fernando Henrique reverteu em parte a baixa popularidade do início de seu segundo mandato, superando inclusive uma campanha com ampla participação de petistas que tinha o slogan "Fora FHC".
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