Retirada teve início na tarde desta quarta-feira, mas identificação das 150 vítimas ainda deve demorar semanas
Os primeiros corpos de vítimas da queda do avião da Germanwings nos Alpes franceses começaram a ser removidos por helicóptero na tarde desta quarta-feira. O Airbus A320 caiu na manhã de ontem, quando ia de Barcelona, na Espanha, para Dusseldorf, na Alemanha, com 150 pessoas a bordo. Não houve sobreviventes.
Mesmo com o início da retirada dos corpos, as famílias ainda devem esperar para velar seus parentes. A promotoria de Marselha disse a repórteres que pode levar semanas até que as vítimas sejam identificadas. Uma hipótese bizarra aumentou o horror em torno da tragédia, mas logo foi afastada por especialistas consultados pela imprensa francesa: a de que animais selvagens pudessem violar o local que é alvo das investigações. A região onde a aeronave caiu, entre Digne-les-Bains e Barcelonnette, é povoada por lobos, mas a grande movimentação na área, com a presença das equipes de resgate e de vários helicópteros, perturba os animais e os mantém afastados.
A lista completa de passageiros ainda não foi divulgada, mas já é possível saber que a maioria das vítimas era da Alemanha (72 pessoas) e da Espanha (51). No total, as vítimas eram originárias de dezoito países, segundo a companhia aérea, que auxiliará financeiramente os familiares que quiserem viajar à Alemanha ou França. Dois voos já estão programados para levar parentes das vítimas nesta quinta-feira até a região perto de onde a queda ocorreu. Algumas famílias já estão no local.
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Explosão descartada - Os destroços da aeronave que foram encontrados não têm a característica de uma explosão no ar, o que sugere que o avião bateu nos Alpes e se desintegrou, informou o diretor da agência francesa de investigação de acidentes aeronáuticos (BEA), Rémi Jouty. Ele acrescentou que os radares seguiram o Airbus "virtualmente até o ponto de impacto".
Agentes do FBI baseados na França, Alemanha e Espanha estão analisando fontes de inteligência e cruzando dados das declarações de passageiros do voo 4U9525. Até agora, a análise não revelou nada que chame a atenção ou ligue os passageiros a atividades criminosas, informou a rede CNN. Fontes de inteligência consultadas pela emissora disseram que, apesar de não terem descartado nenhuma causa para o acidente, nem mesmo terrorismo, esta hipótese parece pouco provável.
Alguns detalhes sobre a queda dificultam apontar com precisão sua causa. Nenhum chamado de emergência foi feito pelos pilotos. O avião caiu durante o voo e não durante a decolagem ou aterrissagem, como costuma ocorrer. E passou de uma altitude de 38.000 pés para pouco mais de 6.000 pés em menos de dez minutos.
Os dados de uma das caixas-pretas, a que registra as conversas e sons dentro da cabine, já foram extraídos e estão sendo analisados. A outra caixa-preta, com os dados do voo, ainda não foi recuperada.
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