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terça-feira, 22 de dezembro de 2015

Vizinho adia visita e fica sem conhecer Museu da Língua Portuguesa, em SP

Jornaleiro se arrepende de nunca ter visitado museu destruído em incêndio. 'Cansei de dar indicação para turista ir até lá mas eu mesmo nunca fui.'
22/12/2015 05h00 - Atualizado em 22/12/2015 05h00

Por Luciana Rossetto e Eduardo Pereira
Do G1 São Paulo

Pedestres observam incêndio no Museu da Língua Portuguesa (Foto: Viviane Camilo/VC no G1)
Pedestres observam incêndio no Museu da Língua Portuguesa (Foto: Viviane Camilo/VC no G1)
Paulo Cassiano da Costa tem 69 anos e trabalha em uma banca de jornais bem em frente ao Museu da Língua Portuguesa. Todo dia aparecia alguém perguntando onde é a entrada do museu. Foi assim nos últimos dez anos. Costa indicava o caminho e pensava: “Preciso conhecer esse museu”. Na tarde desta segunda-feira (21) ele viu o prédio histórico do complexo da Estação da Luz pegar fogo. E o sonho de conhecer o museu ficou perdido.
O jornaleiro Paulo Cassiano trabalha em frente ao Museu da Língua Portuguesa mas nunca foi lá (Foto: Luciana Rossetto/G1)
O jornaleiro Paulo Cassiano trabalha em frente ao Museu da Língua Portuguesa mas nunca foi lá (Foto: Luciana Rossetto/G1)
“Sempre marquei de ir lá, mas no final, desistia. Cheguei a ir até a porta mas no dia era aberto só para escolas e não me deixaram entrar. Eu passava por ali, mas nunca dava tempo. Dia desses comentei com um rapaz que trabalha comigo que tínhamos de ir. Não deu tempo. Eu me arrependo e sinto uma dor no coração”, disse o jornaleiro. “Toda hora dava informação para alguém chegar lá. Já mandei um monte de gente ao museu. Mas eu mesmo nunca fui.”
Valdeir Lima, vizinho do Museu da Língua Portuguesa (Foto: Luciana Rossetto/G1)
Outro que foi um “guia” para turistas é Valdeir Amorim, de 38 anos. Ele trabalha como administrador de uma linha de ônibus e fica em uma cabine pertinho do museu. “Dou informação sobre o museu o dia todo, mas nunca fui lá. Sempre tive curiosidade, mas não tinha tempo. Quem trabalha aqui do lado sempre pensou em ir. Era importante para a cultura de São Paulo, sua história, sua língua e agora tudo se perdeu. Nunca imaginei que fossemos perder esse museu se forma tão banal. Sempre pensei em trazer os meus filhos mas fiquei adiando. Sinto que essa tragédia foi como uma alfinetada no meu coração.”
Rodrigo Marques Rodrigues é mecânico da CPTM. Ele estava trabalhando na Estação da Lapa, quando soube do incêndio. "Eu nunca fui ao Museu da Língua Portuguesa, mas sempre ouvi falar das atividades que ele promovia, principalmente para as crianças. É muito triste, porque tem tanta coisa ruim no Centro e justo algo tão bom, que promove cultura pro povo, é destruído", disse. "Quando reabrirem, eu vou. E vou levar os meus filhos. Tomara que não demore", completou.
Marlene Ribeiro, vizinha do Museu da Língua Portuguesa (Foto: Luciana Rossetto/G1)
Marlene Ribeiro, de 36 anos, é auxiliar de limpeza. Ela planejava visitar o museu no início do ano, junto de seus filhos, que ja foram ao espaço com a escola. Ela foi surpreendida pelas chamas pela televisão. "É um misto de tristeza e pavor. Do nada um fogão desses aparece e destroi o museu desse jeito. Agora, se reabrirem, vou aproveitar e visito sem pensar duas vezes. Não vou deixar passar."
A auxiliar de enfermagem Viviane Camilo, de 37 anos, viu o incêndio quando voltava o trabalho. "Nunca fui ao museu. Estava programando de ir agora nas férias. É uma pena", disse.
Para Edson Alberto Perez, de 54 anos, que trabalha com construção civil, mesmo se o museu for restaurado não será a mesma coisa. “É um patrimônio a menos para São Paulo. Restaurar do jeito que está vai demorar muito tempo. E não vai ter a beleza histórica do prédio original, que era tudo de madeira. “
Sebastião Teixeira, Museu da Língua Portuguesa (Foto: Luciana Rossetto/G1)
Sebastião Teixeira, Museu da Língua Portuguesa (Foto: Luciana Rossetto/G1)


O comerciante Sebastão Pereira Teixeira, de 62 anos, acha que com o museu incendiado as vendas devem diminuir na região. “Já estava devagar, a tendência é piorar.” Ele já foi duas vezes ao museu, levou um dos filhos, mas não conseguiu levar os outros dois. “O pessoal planeja vir, vai adiando, e agora não vai ver mais.”
VEJA IMAGENS DO INCÊNDIO NO MUSEU DA LÍNGUA PORTUGUESA:























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