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sábado, 26 de dezembro de 2015

Especialistas sugerem aos pais que pesquisem produtos e antecipem as compras do material escolar
Naiana Ribeiro, Lucy Brandão Barreto e Priscila Natividade (economia.correio@redebahia.com.br)
Atualizado em 26/12/2015 08:37:43
  
O ano nem começou ainda, mas 2016 promete fortes emoções para o bolso dos pais. Isso porque o preço do material escolar deve ficar até  30% mais caro. A estimativa da Associação Brasileira dos Fabricantes e Importadores de Artigos Escolares (Abfiae) é que o reajuste seja de pelo menos 10%.
Porém, o CORREIO foi às ruas esta semana e constatou que o reajuste dos produtos já alcança a casa dos 30% na comparação com o ano passado. “Os artigos de papelaria estão mais caros por conta da desvalorização do real, alta do dólar, do aumento dos insumos e da mão de obra”, explica o presidente da Abfiae, Rubens Passos.
Segundo Rosana Carvalho, vendedora da Papelaria Monteiro, os produtos de personagens licenciados estão ainda mais caros(Foto: Marina Silva/CORREIO)
Ainda segundo Passos, os produtos fabricados no país, como caneta, borracha e massa escolar,  podem ter um aumento de até 12%. Já os produtos importados, como mochilas, lancheiras e estojos, terão aumento de até 30%. 
“Nossa dica é que os pais façam pesquisas de preços e antecipem a compra do material”. Além da alta inflacionária e do dólar, a tributação em cima desses itens é outro fator que acaba encarecendo a lista (veja no boxe abaixo).
 Josiane Sales já colocou na ponta do lápis o tamanho da despesa. O jeito vai ser segurar os gastos e aproveitar a mochila, o estojo do ano passado (Foto: Marina Silva/CORREIO)
Proprietário da Livraria e Papelaria Popular, na Praça da Piedade, Arnaldo  Alves revela que muitos itens básicos da lista escolar tiveram alta de até 30%.  “O aumento do dólar afeta 95% dos produtos, que são importados.  Fomos pressionados a comprar antes dos distribuidores para pegar  lotes mais baratos. Mesmo assim, vamos ter que repassar para o consumidor”.  
Entre os itens que tiveram maior alta na loja, ele ressalta a massa de modelar e o hidrocor. Os livros didáticos tiveram  reajuste de cerca de 20%. “Algumas coisas, como lápis e borracha, ainda não tiveram aumento em relação ao início do ano. Já os produtos derivados de  papel estão pelo menos 7% mais caros”, afirma a vendedora  Rosana Carvalho. 
De acordo com ela,  muitos consumidores já anteciparam as compras escolares, antevendo um possível aumento no mês mes de janeiro.
“O movimento não deve crescer tanto, pois as pessoas estão mais cautelosas. Teve gente que deixou o presente de Natal de lado para comprar material”.
A bacharel em Direito Rafaela Dias, 30 anos, inclusive, resolveu pagar a taxa de material das escolas dos dois filhos - Pedro Vitor, de 4 anos, e Cauê, 9 - para não comprar mais do que deveria. “Paguei R$ 329 na de um  e R$ 157 na do outro. Vou ter que dividir em dez vezes, mas é mais cômodo e não ultrapasso o valor”.
Apesar de ainda não ter comprado todo o material previsto para o 1º ano do seu filho Jonatha Sales, 16, a lojista Josiane Sales, 47, já colocou na ponta do lápis o que vai gastar.
O jeito vai ser segurar os gastos e aproveitar a mochila, o estojo e as ‘sobras’ do ano passado. “Devo gastar R$ 70. Já conversei com ele que as coisas estão difíceis. Não vai ter personagem e nem caderno de time”.    
DireitosOs pais  que decidirem  ir às compras precisam ficar de olho na lista de material escolar, como recomenda o diretor do Superintendência de Proteção e Defesa do Consumidor  (Procon-BA), Iratã Vilas Boas. “A lei diz que é proibido o material para uso coletivo ou administrativo da instituição de ensino”, garante. 
A escola só pode exigir o material de uso pessoal necessários ao desenvolvimento das atividades pedagógicas.
“Não pode pedir algodão, porque é de uso coletivo. Quando ela solicita o material e apresenta  uma programação pedagógica de como será utilizado, o algodão passa a ter a destinação individual justificada”, exemplifica Vilas Boas.
Os pais também não são obrigados a comprar material de limpeza, nem com indicação de marca ou modelo. “O que a lei não quer é que o aluno banque materiais que são de responsabilidade da escola pagar”, argumenta. 
Aula de economiaJá que o aumento é irreversível, o jeito vai ser  fazer direitinho a lição de casa na hora de economizar. O educador financeiro Reinaldo Domingos recomenda que o primeiro passo seja realizar um diagnóstico da vida financeira da família, para saber exatamente quanto poderá dispor para a aquisição do material escolar. “Faça uma lista do que  precisa comprar, para não se perder e acabar rendendo-se aos impulsos consumistas, deixando de economizar”.
A Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac) também orienta que o consumidor pesquise ao máximo na hora de comprar. “Caso não tenha disponibilidade para o pagamento à vista, parcele em até seis vezes no cartão, sem juros, mas não atrase nos pagamentos,  pois os custos com os juros são da ordem de 365% ao ano”, afirma o diretor de economia da associação,  Roberto Vertamatti.
A bacharel em Direito Rafaela Dias resolveu pagar a taxa de material das escolas dos  filhos para não ultrapassar o limite do orçamento (Foto: Marina Silva/CORREIO)
Personagens podem encarecer 76,31% o preço dos produtosSe, em tempos de crise, os pais quiserem  economizar na compra do material escolar vão ter que cortar da lista os produtos com personagens da moda, pois eles encarecem o orçamento.
Segundo levantamento feito pelo CORREIO, os personagens preferidos da criançada podem encarecer até 76,31% o preço do material, quando comparado aos mesmos itens sem nenhum personagem licenciado.
As meninas ainda preferem as princesas, já os meninos os super-heróis. Os pais que quiserem agradar aos filhos terão que desembolsar, em média, por uma mochila de personagens de Frozen, por exemplo, R$ 397,40. Uma mochila da marca Yes, sem personagens, custa três vezes menos: R$ 141,70.
A conta também fica cara para os meninos, principalmente se a mochila dos sonhos for uma do Capitão América, que custa R$ 237,10 – o dobro do preço de uma mochila comum. Por conta disso, no caso da estudante de fisioterapia Laiane Costa,  o esforço de tentar driblar o desejo de consumo dos três filhos em idade escolar vai ser grande, se ela quiser economizar.
“A lista é imensa. Tem duas páginas cada uma. Sempre venho mostrando a eles que o estojo do personagem de tal herói  custa caro e com esse mesmo valor dá para levar muito mais coisas, em vez de uma só”, garante ela. 
Na hora da compra, a alternativa é negociarNa hora da compra, além da negociação com a criança, o economista Antonio De Julio recomenda que os pais tenham um diálogo com seus filhos, explicando o real motivo de adquirirem ou não uma coisa.
“A criança precisa fazer parte do ritual da compra e entender que ela pode ajudar os pais dela a pagar menos”, diz. É isso que faz a fisioterapeuta Adriana Barbosa, 37 anos. Com duas filhas, Mariana Barbosa, 4 anos, e Beatriz Barbosa, 8 anos, ela conta que prefere não levá-las na compra do material escolar. 
A fisioterapeuta conta que sempre conversa com as filhas para ter um direcionamento do que elas querem. “Pergunto a cor de estojo que preferem, o estilo da capa de caderno, etc. Além disso, dou a opção delas escolherem um item que tenha o personagem que elas querem. Sempre tem um personagem que é o da moda, se eu for comprar tudo, sai muito mais caro”, diz. 

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