Peemedebista deixou o governo oficialmente após entregar carta de demissão. Segundo Padilha, Temer está 'recolhendo' posição majoritária do PMDB.
07/12/2015 17h40 - Atualizado em 07/12/2015 18h17
Por Laís Alegretti
Do G1, em Brasília
O ex-ministro da Aviação Civil Eliseu Padilha afirmou, durante entrevista nesta segunda-feira (7) na qual explicou os motivos que o levaram a deixar o cargo, que o PMDB, partido do qual faz parte, está "dividido" sobre o impeachemnt da presidente Dilma Rousseff.
Segundo Padilha, o vice-presidente da República, Michel Temer, que também é presidente do PMDB, está "recolhendo" a posição dos integrantes do partido para tomar uma posição sobre o tema em nome da legenda.
"Michel Temer é presidente do partido há mais de uma década e ser presidente do PMDB há mais de uma década é um negócio que não é muito fácil. [...] E se ele não tomou, até agora, nenhuma decisão, não fez manifestação nesse sentido, é porque está aferindo o que o partido dele, que tem toda essa segmentação, está pensando e querendo", disse Padilha.
"Não posso ter posição diferente da do presidente do partido. O PMDB é um partido que está dividido sobre a questão [do impeachment]. Temos que ver qual o segmento majoritário. O presidente Michel está fazendo essa aferição, ele está recolhendo [sentimentos] para ter posição como presidente do partido", complementou.
De acordo com o ex-ministro, o PMDB é um partido de "composição múltipla". Segundo Padilha, há três alas dentro da legenda: uma ala que defende o governo de forma "incondicional"; uma segunda ala que é "mais ou menos neutra"; e e terceira ala dentro do partido que "faz oposição".
"O Temer tem que ser tradutor da vontade do partido, sob pena de perder o controle do partido. Este é o momento que faz com que ele tenha momento de refletir, colher opiniões e depois expressar", explico Padilha.
Durante a entrevista, Padilha foi questionado por jornalistas sobre se, no caso de o PMDB optar por defender o impeachment de Dilma, ele seria um "articulador" dentro do partido, o ex-ministro negou.
"Não. Primeiro, não vamos racionar em 'se'. O presidente Michel já disse que ele não será articulador de impeachment. Portanto, não serei articulador de impeachment", observou o peemedebista.
"Se o partido tomar a decisão de sair [do governo], essa decisão possivelmente só poderá ser tomada em convenção nacional. Por óbvio que isso tem que ser tratado com o PT e a presidente. Mas prefiro nõo raciocinar sobre hipótese", afirmou.
Padilha também disse durante a entrevista que nem ele nem o vice Michel Temer serão "parceiros de golpe nenhum", ao ser questionado sobre se os dois estariam "conspirando" para tomar o poder.
"Quem conhece o presidente Michel Temer e quem me conhece sabe que conspiração não cabe. O presidente Michel Temer é um homem que é um democrata vocacionado à observancia da lei", enfatizou o peemedebista.
Impeachment Dilma trâmite arte (Foto: Arte/G1)
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07/12/2015 17h40 - Atualizado em 07/12/2015 18h17
Por Laís Alegretti
Do G1, em Brasília
O ex-ministro da Aviação Civil Eliseu Padilha afirmou, durante entrevista nesta segunda-feira (7) na qual explicou os motivos que o levaram a deixar o cargo, que o PMDB, partido do qual faz parte, está "dividido" sobre o impeachemnt da presidente Dilma Rousseff.
Segundo Padilha, o vice-presidente da República, Michel Temer, que também é presidente do PMDB, está "recolhendo" a posição dos integrantes do partido para tomar uma posição sobre o tema em nome da legenda.
"Michel Temer é presidente do partido há mais de uma década e ser presidente do PMDB há mais de uma década é um negócio que não é muito fácil. [...] E se ele não tomou, até agora, nenhuma decisão, não fez manifestação nesse sentido, é porque está aferindo o que o partido dele, que tem toda essa segmentação, está pensando e querendo", disse Padilha.
"Não posso ter posição diferente da do presidente do partido. O PMDB é um partido que está dividido sobre a questão [do impeachment]. Temos que ver qual o segmento majoritário. O presidente Michel está fazendo essa aferição, ele está recolhendo [sentimentos] para ter posição como presidente do partido", complementou.
De acordo com o ex-ministro, o PMDB é um partido de "composição múltipla". Segundo Padilha, há três alas dentro da legenda: uma ala que defende o governo de forma "incondicional"; uma segunda ala que é "mais ou menos neutra"; e e terceira ala dentro do partido que "faz oposição".
"O Temer tem que ser tradutor da vontade do partido, sob pena de perder o controle do partido. Este é o momento que faz com que ele tenha momento de refletir, colher opiniões e depois expressar", explico Padilha.
Durante a entrevista, Padilha foi questionado por jornalistas sobre se, no caso de o PMDB optar por defender o impeachment de Dilma, ele seria um "articulador" dentro do partido, o ex-ministro negou.
"Não. Primeiro, não vamos racionar em 'se'. O presidente Michel já disse que ele não será articulador de impeachment. Portanto, não serei articulador de impeachment", observou o peemedebista.
"Se o partido tomar a decisão de sair [do governo], essa decisão possivelmente só poderá ser tomada em convenção nacional. Por óbvio que isso tem que ser tratado com o PT e a presidente. Mas prefiro nõo raciocinar sobre hipótese", afirmou.
Padilha também disse durante a entrevista que nem ele nem o vice Michel Temer serão "parceiros de golpe nenhum", ao ser questionado sobre se os dois estariam "conspirando" para tomar o poder.
"Quem conhece o presidente Michel Temer e quem me conhece sabe que conspiração não cabe. O presidente Michel Temer é um homem que é um democrata vocacionado à observancia da lei", enfatizou o peemedebista.
Impeachment Dilma trâmite arte (Foto: Arte/G1)
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