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terça-feira, 24 de março de 2015

Para lembrar a maior cantora que o país já teve

Além de discos, livros e um filme co-produzido pela Globo, Elis Regina poderá virar marca de carro

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PUBLICADO EM 15/03/15 - 03h00
Elis Regina não para. Desde quando seu coração sofreu um infarto pela combinação fatal de álcool e cocaína no trágico 19 de janeiro de 1982, ela deixou no ar mais do que lembranças apimentadas e discos ecoando seu vocal indecente e atemporal. “É um dom, uma certa magia”, como canta Milton Nascimento em “Maria, Maria”, uma das diversas canções dele inspiradas na mulher e consequentemente em Pimentinha, sua paixão declarada. Até hoje, 33 anos depois de sua morte, a voz e a história de Elis são escavadas à procura de revelações que ano após ano se materializam em relançamentos inéditos para constatar a mesma máxima: Elis ainda é a maior cantora do Brasil.
“Parece um clichê, mas é a verdade: Elis é a maior cantora do Brasil porque ninguém conseguiu levar a vida para o palco como ela fez. O dia de hoje sempre influenciaria o show de amanhã para ela. E ela estudou música para chegar lá também, além de ter nascido Elis, simplesmente”, disseca o jornalista Julio Maria, autor da segunda biografia lançada da artista, “Nada Será Como Antes”, uma das principais novidades em homenagem a Elis neste 2015 emblemático.
Em 2015, mais precisamente neta terça-feira (17), quando a Pimentinha completaria 70 anos, a epígrafe de maior voz do país segue elevada para ela, só que agora a um patamar pop jamais visto nas comemorações que cercam a artista. Já em fevereiro, Elis foi consagrada pela escola de samba Vai-Vai, vencedora do Carnaval de São Paulo com o enredo “Simplesmente Elis: A Fábula de uma Voz na Transversal do Tempo”. O samba levou Maria Rita a desfilar de princesa no Sambódromo do Anhembi e se render às lágrimas sem qualquer pudor. “É difícil segurar as pernas e a emoção nessa hora. Minha mãe sempre irá me transtornar no bom sentido, parece me impulsionar à frente toda vez que uma música sua toca. Por isso acho as homenagens tão importantes”, diz a cantora, caçula Elis Regina com César Camargo Mariano. “É como se a cada nova homenagem, a gente também conhecesse um pouco mais dela. Não li os livros (biografias sobre Elis) e não quero saber nada do filme até estar pronto. Gosto do choque”, completa o músico Pedro Mariano, primogênito do casal.
 
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Estratégia

Como de praxe, as principais homenagens à Pimentinha serão capitaneadas pelo empresário João Marcelo Bôscoli, 44, primeiro filho de Elis, fruto de sua união com Ronaldo Bôscoli e principal curador da obra da mãe. Aproveitando o aniversário de 70 anos, além de reeditar o clássico álbum “Elis” (1972) e pretender lançar um coleção de shows inéditos de Elis ano que vem, ele diz estar decidido a lustrar a figura de Elis ao longo do tempo e fixar seu nome como uma marca. “Enquanto eu estiver vivo vai ser assim: não teremos um ano sem um lançamento da Elis. Temos muita coisa nestes 70 anos e tudo é por um motivo: com certeza você conhece a Carmem Miranda e a Elizeth Cardoso, mas quase ninguém sabe uma música delas de cabeça. Por que? Porque não tiveram as imagens trabalhadas ao longo dos anos. Quero ser um exemplo nesse sentido”, justifica o empresário.
Previsto para entrar no ar terça-feira, 17, o site oficial é o primeiro oficial dedicado à venda de produtos com o rosto e o nome de Elis Regina estilizados. Até agora, a loja virtual (acesse aqui) conta com canecas, camisetas, capas para Iphone e notebook, almofadas, squeezes, além de discos e DVDs. Mais do que uma loja de souvenir, João Bôscoli pretende concentrar a venda de produtos inéditos no site. “Quero levar os lançamentos para o espaço virtual e produtos que ainda estão por vir. Há 32 anos eu vou à avenida Teodoro Sampaio, em São Paulo, e vejo camisetas e pôsters da Elis à venda. Isso vai continuar a existir, não quero processar ninguém ou tirar o ganha-pão de comerciantes. Isso é legal para a memória da Elis. Mas quero poder oferecer tudo numa qualidade legal, entende? O cara vai poder usar um boné da Elis, se quiser. E hoje, não usa porque não tem à venda”, diz.
Por meio da empresa de cultura pop BandUp!, da qual João Bôscoli é sócio, ele detém o direito para desenvolver lojas virtuais de 130 marcas, incluindo artistas como Elvis Presley, AC/DC, Kiss, Madonna, Ray Charles, Beatles, Raul Seixas, Tim Maia, além dos contemporâneos Ivete Sangalo, Luan Santana e Anitta. Cauteloso, o primogênito de Elis toma cuidado para não transformar a mãe em uma deusa pop envolta numa nuvem de marketing artificial, da qual ela nunca pertenceu em vida. “A gente não pode esquecer que não estamos falando do Michael Jackson, que se permitia ser garoto propaganda da Pepsi. Com a Elis não dá. Temos senso. Ela nunca aprovaria uma coisa dessas com a sua imagem, certeza”, crava.
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Excêntrica

Nem por isso Elis está blindada a extravagâncias ou projetos maiores. Em conversação com duas empresas estrangeiras, João Bôscoli revela que pretende relançar o tradicional microfone norte-americano Shure SM58 com a assinatura de Elis. Seria um acalanto para fãs e “um mimo” aos fanáticos que trabalham com o amplificador vocal popularizado por The Who e Rolling Stones nos anos 1960. “O mais difícil é que as marcas não fazem relançamento de microfones com frequência. Eu quero da Shure, porque foi o mais usado na carreira de Elis. Se demorar muito, faço o nosso, vejo outras opções. Só vou avisando que o microfone não vai dar a ninguém a potência vocal de Elis. Tem que saber cantar”, brinca o empresário.
Outra surpresa excêntrica que parece brincadeira é a possibilidade de Elis estampar a assinatura de um carro italiano, em uma linha própria como o Xara Picasso da Citroën. A ideia nasceu depois que o cineasta Hugo Prata começou a produzir a primeira cinebiografia de Elis Regina, em co-produção com a Globo Filmes, prevista para chegar às telonas em 2016. “A Elis usava um carro de uma marca italiana em especiais de televisão. Conversando com a marca, eles aventaram a possibilidade de entrar no filme, e divulgarmos uma linha de carros da Elis em 2016. Uma dos detalhes seria ter um carro com um puta som e um karaokê de quebra, com várias canções da Elis para os fãs cantarem”, elucida Bôscoli.
 
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Exposição

A exposição “Viva Elis”, lançada em 2012 para lembrar os 30 anos da morte da Pimentinha, será retomada em novo formato por João Marcelo Bôscoli no segundo semestre de 2016. Sob o nome “Elis 70”, a homenagem tem previsão de estrear no Museu da Imagem e do Som, em São Paulo – e rodar por cinco capitais, incluindo Belo Horizonte. “Vamos incrementar as fotos e os vídeos. E devemos ter de novo o casulo em que você ouve a voz da Elis à capela. Mas tenho mais materiais visuais inéditos a mostrar”, diz Bôscoli. 
 
FOTO: EDITORIA DE ARTE / O TEMPO
Elis Regina Shop
 

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