* Com informações da Folha de S. Paulo, Irish Times, Irish National Teachers’ Organization, e OCDE
Até o fechamento desse post, escolas municipais de 5 estados aí do Brasil estão em greve por tempo indeterminado. O motivo você já sabe: a situação crítica em que vivem nossos professores, que protestam por ajuste salarial, planos de carreira e melhores condições de trabalho, além de contra mudanças na política da Previdência. Para efeito de exemplo, vou falar um pouco de como é a situação da categoria aqui na Europa. Talvez eu te convença de que, bem, eles têm razão.
De acordo dados atuais da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), o salário mínimo de um professor na Irlanda gira em torno de 2.512,00 euros. Na cotação atual, em reais, isso significa um total de R$8.628,00por mês – ainda assim, países como Suiça e Alemanha têm quase o dobro desses números. O ranking da Organização, que lista 30 países de todo globo, coloca o Brasil na penúltima posição. Isso é porque o salário mínimo brasileiro vigente para 2015 é de aproximadamente R$1.950,00, quando o que é considerado razoável pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) é de, no mínimo, R$2.900,00.
Mas nem tudo se resume a dinheiro. Quando falamos de valorização, seja do professor ou de qualquer profissional, estamos falando das condições mínimas de dignidade para trabalhar. Se você acompanha um ou outro telejornal, deve saber que nesse nosso país tropical não são incomuns as imagens de ‘salas de aula’ com tetos desabando em cima de cadeiras mal se aguentando em pé, sistema de ventilação falho e assim por diante.
Se mora perto de um dos campus da UFBA, nossa respeitada Universidade Federal, não é preciso ir longe para encontrar algo assim. Enquanto que aqui, bem, o professor é realmente reconhecido e visto à altura do trabalho que exerce em qualquer lugar do mundo. Construir futuros.
Porque se sabe que, aliados ao salário, esse reconhecimento e respeito da sociedade são essenciais para que a profissão fuja do limbo como o em que ela se encontra no Brasil. Numa pesquisa feita em 2013, quando perguntados se apoiariam seus filhos a lecionar, apenas 20% dos brasileiros responderam que sim. Os outros esmagadores 80% desaprovariam a escolha por medo do futuro. Situação também oposta ao do cenário aqui da Irlanda, onde o mercado recebe cada vez mais professores recém-formados.
Com números e argumentos tão evidentes, assusta saber que, a despeito de tudo isso, desde a época da escolinha do saudoso Chico Anysio (foto), essa parece ser uma batalha ainda tão longe do fim.
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