Casa também não teria extintores e laudo dos bombeiros, segundo B.O.
Uma idosa morreu e outras pessoas ficaram feridas após incêndio em Jaú.
Alguns idosos de uma casa de repouso na Chácara Bela Vista, em Jaú (SP), que pegou fogo na madrugada desta sexta-feira (29), ficavam amarrados nas camas e a tragédia poderia ter sido maior, relataram no boletim de ocorrência os policiais que atenderam o caso. Uma mulher, de 69 anos, morreu e outras seis pessoas ficaram feridas. Ainda segundo o boletim de ocorrência, os policiais relataram que se o incêndio tivesse tomado proporções maiores teria sido mais difícil de evacuar o local. Os policiais também relataram no B.O. que a residência não tinha extintores, nem laudo do Corpo de Bombeiros. A Polícia Civil vai investigar o caso.
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Segundo os bombeiros, o fogo começou no quarto onde estavam três mulheres, sendo duas acamadas. Uma delas saiu pedindo socorro. Uma enfermeira foi até o quarto e conseguiu tirar uma delas, mas a outra não sobreviveu. O Serviço d Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e bombeiros foram acionados.
Um médico, que é vizinho do lar, diz que acordou com os gritos de uma funcionária. E em seguida ajudou a socorrer os idosos. “Muita fumaça, muito fogo. Fomos tirando as pessoas um por um, com a cama e tudo, outras nos no colo”, lembra Daniel Brandão.
Nilce Aparecida Jacomini, de 69 anos, morava no lar há um ano e meio e era portadora de Alzheimer. Ela morreu carbonizada. As seis pessoas foram socorridas com intoxicação ou ferimentos. Quatro vítimas já receberam alta e duas permanecem internadas e devem passar por cirurgia de reparação nas próximas horas porque tiveram queimaduras de primeiro e segundo grau. O estado de saúde é estável.
O advogado do lar, Antônio Marcos Corselli, suspeita de que uma das idosas estaria fumando dentro do quarto. “A polícia deve continuar o trabalho cientifico, mas a princípio, a gente acredita que tenha sido um infeliz caso acidental de incêndio com isqueiro”, acredita.
Sobre o relato dos policiais militares de idosos estarem amarrados no local, o advogado nega que isso acontecesse no lar. “Eles não ficam amarrados, não há pacientes amarrados e nem nunca houve. Há alguns pacientes com restrição de mobilidade. Por exemplo, tem paciente que estava maca e existe uma barra para evitar que ele levante da cama, mas essa barra é retirada com a mesma facilidade que é colocada, mas amarrado não. Mas, existem alguns que por conta da enfermidade caem da cama, então há, por recomendação médica, algumas restrições de circulação”, afirma.
Questionado sobre a idosa que acabou morrendo, se ela estava entre as pessoas que ficam imobilizadas de alguma forma na cama, o advogado disse que somente a após a investigação isso pode ser esclarecido. “Isso com toda certeza a polícia vai poder responder após a avaliação da perícia técnica, porque eu não sei responder se ela estava com restrição ou não”, completa.
Sobre os extintores e alvarás, o advogado informou que a parte técnica e administrativa da casa de repouso está levantando as informações junto com a Polícia Civil. “Nós estamos levantando todos os documentos que são necessários para ser entregue ao delegado”, destacou. Ele afirmou ainda que a clínica tinha todos os equipamentos exigidos pela Vigilância Sanitária. No entanto, o Corpo de Bombeiros confirmou que a casa de repouso não possuía alvará de vistoria técnica da corporação.
A Defesa Civil Interditou a área da casa que foi atingida. “Constatamos que não há risco estrutural no imóvel”, afirma o responsável da Defesa Civil Valdir Baltazar. Na manhã desta sexta-feira as camas dos idosos foram levadas à outra residência no Jardim das Paineiras para onde os idosos devem ser transferidos. A polícia civil vai investigar as causas do incêndio.
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