Diminuição no poder de compra das famílias dificulta a comercialização dos produtos no mercado interno; exportações de frango têm nova baixa em abril
Nayara Figueiredo
São Paulo - O aumento nos preços do bovino e um possível ganho na demanda de suínos e aves, como alternativas de consumo, são promessas para a cadeia de carnes. Entretanto, os problemas na economia já dificultam as vendas no setor.
"Percebemos uma queixa clara sobre a diminuição no poder de compra das famílias. A economia anda fraca e, mesmo que a arroba do boi esteja em alta, para o consumidor, a diferença de preços entre as carnes ainda não chega tão distinta", afirma o analista de mercado do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), Augusto Maia.
Um levantamento do instituto mostra que os valores do suíno vivo registraram redução de até 20% em abril, quando comprado ao mesmo mês do ano passado. Para os pesquisadores, a pressão vêm da demanda interna e externa enfraquecidas. Maia conta que este é um dos menores patamares para o produto nos últimos anos, em consequência, a indústria tem feito o repasse para o consumidor e ainda assim não têm alavancado a demanda.
Contraponto
O reflexo do cenário atual na carne bovina foi debatido ontem (05) durante evento do Rally da Pecuária, em Campo Grande (MS). Segundo publicação da Agência Estado de notícias, as perspectivas para a pecuária de corte no segundo semestre são positivas, apesar das dificuldades macroeconômicas enfrentadas pelo Brasil.
"Independentemente do momento econômico, o cidadão brasileiro é um grande consumidor de carne [bovina] e temos uma população de quase 200 milhões de pessoas. Então, não acredito em crise em 2015 para o segmento da pecuária de corte", avalia o chefe-geral da Embrapa Gado de Corte, Cleber Soares.
Para o presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Francisco Turra, as projeções de crescimento entre 2% e 3% para aves, neste ano, ainda são mantidas apesar do recuo nas exportações do setor. A aposta se baseia em um incremento no consumo interno como alternativa para o bovino. Neste contexto, o suíno também pode ser favorecido.
Segundo a associação, os embarques de frango totalizaram 1,26 milhão de toneladas no quadrimestre, queda de 2% no comparativo anual.
Mercado externo
Nesta semana, a Comissão Nacional de Bovinocultura de Corte da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) debateu o Protocolo de Adesão à União Europeia uma das etapas do Plataforma de Gestão Agropecuária (PGA).
http://www.dci.com.br/agronegocios/economia-afeta-consumo-de-carnes---id464641.html
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