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quinta-feira, 25 de junho de 2015

Vítimas de estupro coletivo no PI 'se abraçaram e choraram', diz promotor

As três garotas sobreviventes da violência sexual foram ouvidas pela Justiça.
Uma delas ainda permanece internada, mas foi liberada para depor.

Amanda Dourado e Patrícia AndradeDo G1 PI
Cesário de Oliveira, promotor do caso, falou sobre o reencontro das meninas (Foto: Amanda Dourado/G1)Cesário de Oliveira, promotor do caso, falou sobre o reencontro das meninas (Foto: Amanda Dourado/G1)
As três meninas que sobreviveram ao estupro coletivo em Castelo do Piauí se reencontraram pela primeira vez nesta quinta-feira (25), após prestarem depoimento ao juiz da 2ª Vara da Infância e da Juventude de Teresina, Antônio Lopes. De acordo com o promotor do caso, Cesário Cavalvante, as meninas se emocionaram muito durante o encontro.

Ainda conforme o promotor, as garotas foram ouvidas separadamente e estavam acompanhadas pelos pais na hora dos depoimentos.
“Elas se abraçaram e choraram muito. A menina que ainda está internada e foi liberada pelos médicos para ser ouvida perguntou pela Danielly, mas as amigas não contaram que ela morreu. Inventaram outra história”, contou o representante do Ministério Público que acompanha o caso.
Danielly Rodrigues, de 17 anos, também foi vítima do crime bárbaro, mas não resistiu à gravidade dos ferimentos e morreu no dia 7. Ela teve esmagamento da face, lesões pelo pescoço e tórax.
Segundo o juiz Antonio Lopes, pelo depoimento das meninas ficou confirmada a participação dos cinco suspeitos, quatro menores e Adão José da Silva Sousa, 40 anos.
“Elas relataram o fato com muita precisão, não há dúvidas da participação do Adão e dos menores no estupro coletivo”, disse o magistrado.

O depoimento das meninas será encaminhado ao juiz da comarca de Castelo do Piauí, Leonardo Brasileiro. "Estamos na fase final do processo e agora vamos só esperar a tese do Ministério Público e as alegações da defesa para encerrar o processo dos menores”, destacou o promotor Cesário Cavalcante.
Uma das garotas ao chegar no Complexo de Defesa e Cidadania (Foto: Reprodução/TV Clube)Uma das garotas ao chegar no Complexo de Defesa e Cidadania (Foto: Reprodução/TV Clube)
As adolescentes prestaram depoimento durante toda a manhã. Umas delas chegou de cadeira de rodas ao Complexo da Defesa e Cidadania. A única das vítimas, que ainda está internada, foi liberada pela equipe médica do Hospital de Urgência de Teresina (HUT) para ser ouvida pela Justiça. Ela estava acompanhada da mãe, uma enfermeira e de um médico. As garotas deixaram o local do depoimento por volta do meio-dia. 
Testemunhas ouvidas
Na quarta-feira (24), 19 testemunhas arroladas no processo foram ouvidas no Fórum de Castelo, entre elas três de defesa e 16 de acusação. Enfermeiras, policiais e conselheiros tutelares que atenderam as garotas horas após o crime também foram ouvidas pela Justiça na terça-feira (23).
O processo deve ser concluído até o dia 13 de julho, data em que encerra o prazo de 45 dias, contados a partir da apreensão dos quatro menores suspeitos de participação no crime. Adão José da Silva Sousa, 40 anos, é apontando nas investigações como sendo o mentor da barbárie. Todos já foram ouvidos.
Laércio Evangelista, delegado que acompanha o caso, afirmou que os exames de DNA realizados em Pernambuco comprovaram a participação de Adão e de dois dos quatro menores no estupro coletivo contra as quatro amigas. Todos os laudos foram entregues ao Ministério Público.
Depoimentos estão sendo acompanhados pelo juiz e dois promotores (Foto: Ellyo Teixeira/G1)Justiça ouviu na quarta-feira (24) 19 testemunhas no Fórum de Castelo (Foto: Ellyo Teixeira/G1)
Para o delegado, as provas técnicas e os depoimentos são suficientes para a condenação de todos os investigados.
Os suspeitos foram denunciados pelo Ministério Público, que pediu pena de 151 anos para o adulto e aplicação de medida socioedutiva, no Centro Educacional Masculino (CEM), para os garotos. À polícia, Adão José da Silva Sousa negou participação no estupro coletivo.
Os menores estão apreendidos no Centro Educacional de Internação Provisória (CEIP) em Teresina. Já Adão está preso provisoriamente na Casa de Detenção de Altos, a 38 km da capital piauiense.

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