Você já ouviu o som do rapper Mr. Armeng, do Nordeste de Amaralina? Conhece as performances de Fabrício Cumming, morador de Plataforma que há 16 anos dá vida a Tábatha Vermont? Já foi conferir uma apresentação do Balé da Comunidade, de Cajazeiras, ou do grupo Vozes do Engenho, do Engenho Velho de Brotas?
Caso não, caro leitor, você precisa se informar mais sobre a cena cultural produzida na periferia de Salvador. Uma boa oportunidade para conhecer um pouco desses trabalhos é o Festival Boca de Brasa, que acontecerá dia 13, às 20h, no Teatro Castro Alves, no Campo Grande.
Os detalhes do evento foram anunciados, ontem, no Espaço Cultural Barroquinha. No palco, serão cerca de 30 grupos e quase 200 artistas, dos bairros já citados e de outros como Lobato, Pernambués, Pau da Lima e Liberdade, num espetáculo que reúne dança, música e teatro.
Essa é a primeira mostra coletiva realizada pelo Boca de Brasa, depois que a iniciativa foi retomada pela prefeitura através da Fundação Gregório de Matos (FMG), em outubro de 2013. O projeto estava parado há 10 anos.
Caso não, caro leitor, você precisa se informar mais sobre a cena cultural produzida na periferia de Salvador. Uma boa oportunidade para conhecer um pouco desses trabalhos é o Festival Boca de Brasa, que acontecerá dia 13, às 20h, no Teatro Castro Alves, no Campo Grande.
Os detalhes do evento foram anunciados, ontem, no Espaço Cultural Barroquinha. No palco, serão cerca de 30 grupos e quase 200 artistas, dos bairros já citados e de outros como Lobato, Pernambués, Pau da Lima e Liberdade, num espetáculo que reúne dança, música e teatro.
Essa é a primeira mostra coletiva realizada pelo Boca de Brasa, depois que a iniciativa foi retomada pela prefeitura através da Fundação Gregório de Matos (FMG), em outubro de 2013. O projeto estava parado há 10 anos.
Foto: Marina Silva/Correio*
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Visibilidade
Com o objetivo incentivar a cultura na periferia da capital baiana, por meio do fortalecimento das diversas manifestações artísticas nos bairros, o Boca de Brasa oferece atividades formativas como oficinas de audiovisual, elaboração de projetos culturais, criação literária e produção musical. O projeto funciona assim: durante duas semanas os artistas participam das atividades de formação. Depois, eles se apresentam em evento no próprio bairro.
O festival da próxima quarta será uma amostragem dessa produção, um aperitivo para despertar o interesse do público pelas produções que acontecem longe do centro. O evento terá direção artística da atriz e diretora teatral Zeca de Abreu, e direção musical do cantor Luciano Bahia.
“Meu maior objetivo foi fazer um espetáculo que porporcionasse um intercâmbio entre os grupos culturais. Ações como essas são fundamentais, porque valorizam a beleza do trabalho de gente que batalha todo dia para ser reconhecido”, destaca Zeca.
A ideia é dar visibilidade às pessoas que fazem arte e muitas vezes não são reconhecidas nem em seus próprios bairros: “Vamos mostrar ao centro o que é produzido na periferia. Uma reclamação frequente é que as pessoas não conhecem a cena cultural da periferia. Alegam medo da violência e outros fatores, mas queremos mostrar que há produções maravilhosas em bairros como Uruguai, Plataforma, Lobato, São Caetano... Que os próprios moradores desses locais desconhecem”, afirmou Fernando Guerreiro, presidente da FGM. Os cantores Saulo e Margareth Menezes farão uma participação no festival.
Estreia no TCA
Para muitos desses artistas será a primeira vez no palcão do TCA. É o caso da aposentada Graça Maria Menezes, uma das dançarinas do Balé da Comunidade. Será uma estreia dupla, como visitante e como artista.
Aos 60 anos, ela é apenas umas das 30 “garotas” com mais de seis décadas de vida que estarão no evento. “Eu vou pensar que sou uma rainha”, confessou, sorridente. Para Edson Souto, fundador do grupo, o Boca de Brasa é uma iniciativa fundamental para o fortalecimento da cultura nos bairros: “Nós sabemos as dificuldades que enfrentamos no cotidiano, então, mostrar o que a gente produz desperta curiosidade, traz visibilidade positiva”, alegou.
Morador do Nordeste de Amaralina, o rapper Mr. Armeng conta que participou de uma oficina de elaboração de projetos culturais. Meses depois, ganhou um edital da FMG. “Quero que o Boca de Brasa tenha vida longa, porque ele faz um trabalho muito importante de ajudar os artistas na organização de seus trabalhos”, disse, acrescentando que sem a oficina talvez não conseguisse aprovar seu projeto.
Há 12 anos, Ju Lourenço participa do Grupo Vocal Performático Vozes do Engenho, que faz apresentações misturando linguagens como dança, música e teatro. Para ela, ser vista como artista no próprio bairro foi o maior benefício do projeto: “A gente passa na rua e as pessoas sabem que fazemos arte”, afirmou.
A expectativa é que, até o final dessa administração, aconteça mais um festival. A próxima localidade a sediar o Boca de Brasa ainda está sendo definida.
Quem for ao TCA vai poder perceber um pouco do trabalho de gente que faz graça, dança, música e performances com muita qualidade, mesmo sem palcos, recursos ou reconhecimento: “Só queremos que todo muito saiba que existem coisas muito lindas na periferia”, resumiu Ju.
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