O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, convocou nesta sexta-feira os governos "irmãos" da América Latina e do Caribe, a Unasul e a Celac a se solidarizarem com seu país frente à "agressão" que, diz, está sofrendo dos Estados Unidos.
"Eu convoco os governos irmãos da América Latina e do Caribe, é o momento de solidariedade para com o povo da Venezuela, que está sendo agredido pelo governo dos Estados Unidos, que ninguém fique calado frente a essa agressão", declarou Maduro durante um ato governamental em Caracas.
"Faço um chamado à União das Nações Sul-americanas (Unasul), à Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac), faço um chamado aos patriotas da América Latina: alerta, alerta em defesa da paz da Venezuela", acrescentou.
Nesse sentido, o secretário-geral da Unasul, Ernesto Samper, anunciou hoje, através de um comunicado, a próxima visita a Caracas, em datas que não detalhou, dos chanceleres de Brasil, Colômbia e Equador, assim como uma reunião extraordinária de ministros das Relações Exteriores do bloco para analisar a "complexa realidade da Venezuela".
O governo venezuelano vem divulgando nos últimos dias informações sobre um suposto plano fracassado de golpe de Estado no qual estariam envolvidos políticos da oposição, orientados por Washington. Essas acusações foram tachadas de "ridículas" pelos Estados Unidos.
Maduro revelou que convocará, na terça e na quarta-feira, "atos especiais" onde exibirá gravações e vídeos "contundentes" e "muito reveladores" sobre "o intervencionismo gringo na Venezuela" e sobre "o golpe de Estado e a participação destes setores golpistas", em referência aos opositores venezuelanos.
O prefeito de Caracas, Antonio Ledezma, foi detido ontem e denunciado hoje pelo Ministério Público da Venezuela por suposto envolvimento na conspiração alegada por Maduro.
O porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest, explicou em sua entrevista coletiva diária que Washington está analisando as "ferramentas disponíveis" para "conduzir" Caracas rumo a um caminho mais adequado, como resposta à detenção do prefeito Ledezma, informou hoje a Casa Branca.
Maduro afirmou que essas declarações são "prepotentes" e "arrogantes" e indagou quais seriam as ferramentas que o Executivo americano está considerando.
"Quem disse que o governo dos Estados Unidos tem poder para determinar o caminho da Venezuela?", questionou.
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