Em entrevista a Gugu Liberato, Suzane, 31 anos, confessa que planejou as mortes de Manfred e Marísia e lamenta o fato de não ter mais a família ao seu lado: "Ela faz parte de mim"
"Naquele
dia estraguei não só a minha vida, como a do meu irmão, a dos meus
pais. Queria fazer diferente, mas não tenho como voltar atrás". Quase
dez anos depois de conceder sua última entrevista, Suzane Von Richtofen
voltou a falar publicamente sobre o duplo assassinato dos pais, Marísia e
Manfred, planejado e executado por ela ao lado dos irmãos Cravinhos no
dia 31 de outubro de 2002, o que a levou a ser condenada a 39 anos de
prisão, em 2006.
Relembre como foi o assassinato de Manfred e Marísia Von Richtofen:
"Estou pagando pelo que fiz até hoje. E não é só com cadeia", discursou Suzane. "Eu não tenho mais minha família, minha mãe... Se eu tivesse ela, com certeza ela viria aqui [ao presídio] todos os domingos para me visitar. Quando se está preso e vem a mãe o para te ver é uma força maior aqui dentro. Quando não se tem isso não é fácil. E estou sofrendo com isso."
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Também lamentou em diversos momentos o afastamento do irmão, Andreas, que na época do crime tinha apenas 15 anos. Suzane contou não vê-lo desde o julgamento dos assassinatos, em 2006. De lá para cá, o jovem – que, segundo ela, chegou a se mostrar até compreensível em relação às mortes – não quis mais se aproximar. Em outubro passado, Suzane abriu mão da herança deixada pelos pais, calculada em mais de R$ 10 milhões. Afirmou que é tudo do irmão.
"Eu sei que ele sofreu para caramba. Se isso aconteceu comigo aqui dentro, imagina com ele, quando reconheciam o sobrenome. Sei que causei muito mal a ele, mas queria que ele pudesse estar presente novamente", disse Suzane. "Não sei se ele me ama. Eu desejo que sim. Mas ainda que ele não me ame, continuo amando ele e só lhe desejo o melhor."
Atualmente, Suzane aguarda o término de uma obra que criará uma área para detentos em regime semiaberto no Presídio do Tremembé. No ano passado, ela abriu mão do direito, concedido pela Justiça, segundo afirmou, por temer falta de segurança na cadeia para a qual seria transferida por falta da ala.
No Tremembé trabalha como costureira, prática que planeja levar para fora do presídio quando ganhar a liberdade, a fim de abrir um negócio próprio. Para isso, pretende cursar faculdade de Administração de Empresas.
Desde o ano passado, também passa o tempo no presídio ao lado da sequestradora Sandra Regina Gomes, mulher que foi casada com Elize Matsunaga – condenada pela morte do marido, Marcos Matsunaga, em junho de 2012. Suzane sorriu ao falar da companheira: "Nos aproximamos".
Desta vez falando ao novo programa de Augusto
Liberato, o Gugu, em entrevista de mais de uma hora gravada em uma sala
do Penitenciária Feminina do Tremembé, no interior de São Paulo, e
exibida nesta quarta-feira (25) na TV Record, Suzane voltou a a afirmar
ter arrependimento do crime, a exemplo do que já havia dito ao
"Fantástico" pouco depois do crime. Agora, no entanto, não fugiu de sua
responsabilidade no duplo homicídio: confessou, além de participado, ter
premeditado os assassinatos com o então namorado, Daniel, e o irmão
dele, Cristian.
"Não
foi na véspera [dos assassinatos] que tudo foi resolvido. Foi planejado
[...], uma junção de ideias, os três bolaram. Acho que o Cristian
conhecia menos a situação, mas tanto eu quanto o Daniel temos culpa nas
mortes, sim", disse Richtofen, jovem de família abastada que chocou o
Brasil ao ter sido descoberta como culpada pelos assassinatos dos pais.
Ela justificou o crime como uma tentativa de ter a liberdade que tanto
sonhava ao lado do então namorado, com quem começou a se
relacionar quando tinha 14 anos.
"Minha casa era toda
certinha, tinha hora de almoçar, de jantar, de dormir. Tudo era
certinho. Era uma vida regradinha... O Daniel me apresentou uma vida
desregrada, em que podia tudo, e eu me encantei com isso. Conheci uma
vida em que era livre. Hoje sei que era tudo mentira, porque para ter
liberdade é preciso ter responsabilidade, saber das consequências. Mas
lá atrás eu só queria viver aquela liberdade", contou a ex-estudante de
Direito, hoje com 31 anos. "Se eu não tivesse conhecido os irmãos
Cravinhos minha história seria diferente. Mas eu tive culpa e estou
pagando por isso."Relembre como foi o assassinato de Manfred e Marísia Von Richtofen:
Dentro
do carro modelo Gol, na garagem da casa, Daniel e Cristian vestem luvas
cirúrgicas e meia de nylon na cabeça; intenção é não deixar nenhum
vestígio. Foto: Arte/iG
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"Pais carinhosos"
Desde que ficou conhecida a participação da jovem bonita, loira e rica no duplo homicídio, teorias pipocaram a respeito da forma como Suzane foi criada. Abusos na infância, relacionamento difícil com os pais, problemas com diálogos. Mas, segundo a própria executora do plano, Manfred e Marísia eram pessoas boas, pais carinhosos, que sempre a apoiaram em suas escolhas.
Em diversos momentos da entrevista,
Suzane afirmou sentir "saudades" dos pais, da família, da antiga rotina.
Disse ter lembranças doces da mãe, "uma pessoa presente, maravilhosa".
Afirma que a relação com as vítimas era de carinho, de abraços. O único
"pecado" delas foi terem sido contra o namoro com Daniel.Desde que ficou conhecida a participação da jovem bonita, loira e rica no duplo homicídio, teorias pipocaram a respeito da forma como Suzane foi criada. Abusos na infância, relacionamento difícil com os pais, problemas com diálogos. Mas, segundo a própria executora do plano, Manfred e Marísia eram pessoas boas, pais carinhosos, que sempre a apoiaram em suas escolhas.
"Estou pagando pelo que fiz até hoje. E não é só com cadeia", discursou Suzane. "Eu não tenho mais minha família, minha mãe... Se eu tivesse ela, com certeza ela viria aqui [ao presídio] todos os domingos para me visitar. Quando se está preso e vem a mãe o para te ver é uma força maior aqui dentro. Quando não se tem isso não é fácil. E estou sofrendo com isso."
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Ex-advogado de Suzane Von Richtofen critica MP e diz que "crime é passado"
Também lamentou em diversos momentos o afastamento do irmão, Andreas, que na época do crime tinha apenas 15 anos. Suzane contou não vê-lo desde o julgamento dos assassinatos, em 2006. De lá para cá, o jovem – que, segundo ela, chegou a se mostrar até compreensível em relação às mortes – não quis mais se aproximar. Em outubro passado, Suzane abriu mão da herança deixada pelos pais, calculada em mais de R$ 10 milhões. Afirmou que é tudo do irmão.
"Eu sei que ele sofreu para caramba. Se isso aconteceu comigo aqui dentro, imagina com ele, quando reconheciam o sobrenome. Sei que causei muito mal a ele, mas queria que ele pudesse estar presente novamente", disse Suzane. "Não sei se ele me ama. Eu desejo que sim. Mas ainda que ele não me ame, continuo amando ele e só lhe desejo o melhor."
Atualmente, Suzane aguarda o término de uma obra que criará uma área para detentos em regime semiaberto no Presídio do Tremembé. No ano passado, ela abriu mão do direito, concedido pela Justiça, segundo afirmou, por temer falta de segurança na cadeia para a qual seria transferida por falta da ala.
No Tremembé trabalha como costureira, prática que planeja levar para fora do presídio quando ganhar a liberdade, a fim de abrir um negócio próprio. Para isso, pretende cursar faculdade de Administração de Empresas.
Desde o ano passado, também passa o tempo no presídio ao lado da sequestradora Sandra Regina Gomes, mulher que foi casada com Elize Matsunaga – condenada pela morte do marido, Marcos Matsunaga, em junho de 2012. Suzane sorriu ao falar da companheira: "Nos aproximamos".
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