McLaren nega desmaio e descarga elétrica e credita estranha batida a "tempestuosos e imprevisíveis ventos" no circuito. Empresário divulga foto do espanhol no hospital
Fernando Alonso se recuperando no hospital, em foto publicada pelo empresário (Foto: Reprodução / Twitter)
Fim da apreensão sobre o estado de saúde de Fernando Alonso após o estranho acidente ocorrido no último domingo durante os testes de pré-temporada da Fórmula 1 no circuito de Barcelona-Catalunya, na Espanha. No início da tarde desta segunda-feira, a McLaren divulgou um comunicado informando que o bicampeão se recupera bem no Hospital Geral da Catalunha, onde segue internado. Ainda não há previsão de alta e o piloto é dúvida para a próxima sessão de testes, de 26 de fevereiro a 1º de março na mesma pista.
– Temos o prazer de confirmar que Fernando Alonso está fazendo uma sólida recuperação no hospital, e está conversando com a família, amigos e funcionários do hospital - disse parte do comunicado da escuderia.
Pouco antes, o empresário do piloto, Luis Garcia Abad, já havia tranquilizado os fãs de Alonso ao postar uma foto do espanhol na cama do hospital fazendo sinal de positivo e com a seguinte frase: "Hora de comer! Muito obrigado pelo apoio de vocês!".
Alonso estava a aproximadamente 150km/h, velocidade relativamente baixa para um Fórmula 1, quando virou repentinamente para a direita, parte interna da curva 3, chocando-se com o muro e, em seguida, arrastando-se por alguns metros contra ele. A McLaren apresenta poucos danos visíveis, mas impacto da batida foi considerável. Além disso, por causado ângulo incomum, as estruturas programadas para deformar não absorveram o impacto de cerca de 15G (15 vezes a força da gravidade), que acabou sendo transferido para o piloto. Após a pancada, o espanhol não esboçou reação e precisou ser atendido na pista. Levado ao centro médico do circuito, o bicampeão foi sedado e transferido de helicóptero para o Hospital Geral da Catalunha. De acordo com o diretor da equipe, Eric Boullier, Alonso sofreu uma concussão e foi hospitalizado por precaução, um procedimento padrão em casos como este.
Momento do atendimento a Fernando Alonso após o acidente de domingo em Barcelona (Foto: Getty Images)
ESPANHOL SEGUE NO HOSPITAL
A McLaren informou que o piloto passou por uma série de exames, e todos apresentaram resultados normais. Mesmo assim, Alonso ainda não recebeu alta. De acordo com a escuderia, ele foi mantido no hospital para observação e para se recuperar completamente dos efeitos dos sedativos:
- Da cena do incidente, ele foi levado para o centro médico do circuito, onde recebeu os primeiros socorros e, de acordo com os procedimentos normais, foi sedado para ser transferido para um hospital. No hospital, foi feita uma profunda e completa análise de sua condição, envolvendo tomografias e exames de ressonância magnética, todas as quais foram completamente normais. A fim de proporcionar a privacidade e tranquilidade necessárias para facilitar uma recuperação tranquila, ele está sendo mantido no hospital para observação, e para se recuperar dos efeitos da medicação que o colocou com sucesso sob a sedação de rotina ontem - continuou a equipe.
Alonso foi levado de helicóptero para hospital após batida no domingo (Foto: Getty Images)
VENTOS FORTES CAUSARAM ACIDENTE
McLaren descarta desmaio e descarga elétrica e credita acidente a vento forte
A dinâmica intrigante do acidente gerou diversas especulações. Uma delas seria de que o espanhol poderia ter desmaiado antes da batida com o muro. E um dos motivos poderia ter sido uma descarga elétrica no cockpit do MP4-30 em razão do sistema de recuperação de energia dos novos motores híbridos da F-1. Todas as hipóteses foram refutadas pela McLaren, que também descartou problemas mecânicos.
– Podemos afirmar categoricamente que não há nenhuma evidência que indica que o carro de Fernando sofreu qualquer tipo de falha mecânica. Podemos confirmar também que absolutamente nenhuma perda de pressão aerodinâmica foi registrada. Por fim, podemos garantir que nenhuma descarga elétrica ou qualquer tipo de irregularidade ocorreu no sistema de recuperação de energia (ERS) do carro seja antes, durante ou depois do acidente. Esse último ponto refuta os boatos errôneos que se espalharam de que Fernando estava inconsciente em razão de uma falha elétrica.
Segundo a equipe, os "tempestuosos e imprevisíveis ventos" que atingiam o circuito no domingo foram os responsáveis por fazer o espanhol perder o controle do carro. A McLaren lembrou que, no mesmo dia, seu compatriota Carlos Sainz Jr., da STR, foi outro piloto a sair da pista em razão das rajadas.
– Nas últimas 24 horas, conduzimos uma detalhada análise dos danos no carro de Fernando, e associamos aos dados de telemetria com o objetivo de entender a causa, ou as causas, do acidente. Mesmo em um estágio inicial, fomos capazes de chegar a algumas conclusões. Seu carro espalhou na entrada da curva 3 – que é uma curva de alta, em subida, para a direita – fazendo com que ele passasse na grama sintética que reveste a parte de fora da pista. Uma consequente perda de tração causou uma instabilidade, “cuspindo-o” de volta para o interior do circuito, onde ele recuperou a tração e atingiu a parede de dentro. Nossos resultados indicam que o acidente foi causado pelos tempestuosos e imprevisíveis ventos naquela parte do circuito naquele momento, que afetou outros pilotos de forma similar (por exemplo, Carlos Sainz Jr.).
PILOTO É DÚVIDA EM ÚLTIMO TESTE
A McLaren prefere esperar a recuperação de Fernando Alonso para confirmar a presença de do piloto na última sessão de testes de pré-temporada, que será realizada de 26 de fevereiro a 1º de março também no circuito de Barcelona. O campeonato da F-1 começa com o GP da Austrália, de 13 a 15 de março.
CONFIRA O COMUNICADO DA MCLAREN NA ÍNTEGRA
"Temos o prazer de confirmar que, tendo se envolvido em um incidente no circuito de Barcelona-Catalunya (Espanha) em 22 de fevereiro, Fernando Alonso está fazendo uma sólida recuperação no hospital, e está conversando com a família, amigos e funcionários do hospital.
Da cena do incidente, ele foi levado para o centro médico do circuito, onde recebeu os primeiros socorros e, de acordo com os procedimentos normais, foi sedado para ser transferido para um hospital.No hospital, foi feita uma profunda e completa análise de sua condição, envolvendo tomografias e exames de ressonância magnética, todas as quais foram completamente normais.
A fim de proporcionar a privacidade e tranquilidade necessárias para facilitar uma recuperação tranquila, ele está sendo mantido no hospital para observação, e para se recuperar dos efeitos da medicação que o colocou com sucesso sob a sedação de rotina ontem.
Daremos a ele todas as oportunidades para fazer uma recuperação rápida e completa, e avaliaremos oportunamente se ele irá ou não participar do próximo teste em Barcelona.
Nas últimas 24 horas, conduzimos uma detalhada análise dos danos no carro de Fernando, e associamos aos dados de telemetria com o objetivo de entender a causa, ou as causas, do acidente. Mesmo em um estágio inicial, fomos capazes de chegar a algumas conclusões.
Seu carro espalhou na entrada da curva 3 – que é uma curva de alta, em subida, para a direita – permitindo que ele passasse na grama sintética que reveste a parte de fora da pista. Uma consequente perda de tração causou uma instabilidade, “cuspindo-o” de volta para o interior do circuito, onde ele recuperou a tração e atingiu a parede de dentro. Nossos resultados indicam que o acidente foi causado pelos tempestuosos e imprevisíveis ventos naquela parte do circuito naquele momento, que afetou outros pilotos de forma similar (por exemplo, Carlos Sainz Jr.)
Podemos afirmar categoricamente que não há nenhuma evidência que indica que o carro de Fernando sofreu qualquer tipo de falha mecânica. Podemos confirmar também que absolutamente nenhuma perda de pressão aerodinâmica foi registrada, o que de fato indica que o carro não sofreu qualquer perda aerodinâmica, apesar de ter sido submetido a um nível significativo de força G.
Por fim, podemos garantir que nenhuma descarga elétrica ou qualquer tipo de irregularidade ocorreu no sistema de recuperação de energia do caro seja antes, durante ou depois do acidente. Esse último ponto refuta os boatos errôneos que se espalharam de que Fernando estava inconsciente em razão de uma falha elétrica. Nossos dados também mostram claramente que ele reduziu marchas enquanto pressionava o freio completamente até o momento do primeiro impacto – algo que claramente não teria sido possível se tivesse inconsciente no momento.
Nossos dados também confirmam que o carro de Fernando atingiu o muro de concreto em primeiro lugar com sua roda dianteira direita e, em seguida, com a traseira direita. Foi um impacto lateral significativo, resultando em danos na frente e no eixo. Após o impacto inicial, o carro deslizou pela parede por cerca de 15 segundos antes de parar. Todas as quatro rodas permaneceram presas ao carro, mas não houve nenhum dano na carroceria ou quebras na estrutura entre as rodas dianteira e traseira.
Desejamos a Fernando uma recuperação muito rápida. Assim que tivermos mais atualizações para compartilhar, obviamente iremos fazer"
Nenhum comentário:
Postar um comentário