Coronel Cesar Kogut alegou 'dificuldades intransponíveis com a Sesp'.
Chefe do Estado-Maior da PM vai assumir interinamente as funções.
O comandante geral da Polícia Militar (PM) do Paraná César Vinícius Kogut entregou o cargo no fim da tarde desta quinta-feira (7). Ele desistiu de permanecer à frente da corporação após o episódio que terminou com mais de 200 feridos, num confronto entre policiais e manifestantes, no dia 29 de abril. O grupo, que tinha majoritariamente professores, protestava contra a votação de um projeto de lei que mudou a gestão de recursos da ParanáPrevidência.
Kogut participou de uma reunião com o governador Beto Richa (PSDB), na qual deixou o cargo de comandante-geral à disposição. O coronel Carlos Alberto Bührer Moreira, chefe do Estado Maior da PM, vai assumir as funções de Kogut interinamente. Além de Kogut, o confronto também levou o secretário de educação Fernando Xavier Ferreira a deixar o cargo, na quarta-feira (6). No lugar dele, quem assumiu foi a professora Ana Seres Trento Comin.
O abalo à imagem da Polícia Militar após a operação ficou caracterizado com as declarações posteriores ao confronto. A PM, a Secretaria de Segurança Pública e o Governo do Estado defendiam que a participação de integrantes de movimentos black blocks fomentou a ação policial. Ao todo, 14 pessoas foram detidas. Contudo, a Defensoria Pública e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) apontaram que não havia indícios de que essas pessoas participavam de tais movimentos radicais.
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Além disso, uma entrevista do secretário de Segurança Pública, Fernando Francischini, acabou colocando a maior parte da culpa pelos feridos nos comandantes da PM. Segundo Francischini, ele não havia participado diretamente da ação. A informação foi desmentida em uma carta assinada por Kogut e outros coronéis da PM, na qual eles alegavam que o secretário era informado de cada passo da ação policial.
De acordo com a assessoria do governo, Kogut justificou a saída por conta de "dificuldades administrativas intransponíveis com a direção da Secretaria de Segurança Pública e Administração Penitenciária (Sesp)".
Confronto
O conflito de 29 de abril, que resultou em mais de 200 pessoas feridas, aconteceu no dia em que os professores protestavam em frente à Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) contra o projeto do governo estadual que mudava a forma de custear a ParanaPrevidência, o regime da Previdência Social dos servidores do estado.
O conflito de 29 de abril, que resultou em mais de 200 pessoas feridas, aconteceu no dia em que os professores protestavam em frente à Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) contra o projeto do governo estadual que mudava a forma de custear a ParanaPrevidência, o regime da Previdência Social dos servidores do estado.
Com a paralisação, quase um milhão de alunos estão sem aula em todo o estado. A Justiça chegou a determinar o retorno imediato dos professores às salas de aula, mas o Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná (APP-Sindicato) entrou com recurso.
Com a aprovação do texto na Assembleia e a sanção do governador, a greve foi continuada. Nesta quinta-feira, professores e funcionários das escolas em greve há 13 dias realizam ato em frente à sede da Secretaria de Estado da Educação (Seed), em Curitiba, e dos Núcleos Regionais de Educação, em várias cidades do Paraná, na manhã desta quinta-feira (7). Na quarta (6), a entidade enviou um ofício à nova secretária de Educação, Ana Seres Trento Comin, solicitando uma audiência de negociação para debater a questão da data-base e as punições aos grevistas. A reunião começou às 11h e terminou sem acordo entre os trabalhadores e a nova secretária.
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