Primeiro contato dos dois será mostrado por TV australiana no domingo.
Operação de Richard Norris teve grande repercussão mundial.
O canal australiano Nine vai exibir no domingo (31) o primeiro encontro da irmã do jovem Joshua Aversano, de 21 anos, morto por atropelamento, com Richard Norris, o homem que recebeu o rosto do rapaz num arriscado transplante.
Richard passou em 2012, aos 32 anos, por um transplante de face considerado um dos mais extensos já feitos. O americano havia destruído seu rosto num acidente com uma arma de fogo, em 1997. A emissora australiana realizou o encontro para que Norris pudesse agradecer à família Aversano por terem doado o rosto de Joshua. Eles já se falavam à distância, mas não haviam se encontrao fisicamente.
A TV, por enquanto, divulgou apenas alguns segundos de imagens, incluindo um instante em que a irmã Rebekah passa a mão no rosto de Richard, que originalmente é de Joshua.
Richard atirou acidentalmente contra seu rosto, e até a cirurgia vivia recluso. Durante o período, ele enfrentou a crueldade de estranhos, lutou contra o vício em remédios e até pensou em suicídio. Depois da cirurgia, e com uma recuperação considerada exemplar pelos médicos, ele disse em entrevista à agência AP, em 2013, que, se pudesse voltar no tempo, talvez não apagaria o episódio de sua vida.
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“Os mais de 10 anos de horror que vivi me deram um grande conhecimento”, disse Norris à AP, em sua segunda entrevista após o transplante. “Isso colocou algumas das melhores pessoas que conheço na minha vida”.
Depois do acidente, Richard ficou sem dentes, nariz e partes de sua língua. Ele podia falar e identificar sabores, mas perdeu o olfato. Quando saía em público, normalmente à noite, se escondia com uma máscara.
Ele passou por dezenas de cirurgias para tentar recuperar sua face, mas seu corpo chegou a um limite. Foi quando um de seus médicos sugeriu um transplante de rosto.
O medico Eduardo Rodriguez, que liderou a equipe que fez o transplante, já vinha trabalhando na área há algum tempo. O time explicou todos os riscos, como a rejeição dos tecidos, para todos os familiares. A mãe de Richard, Sandra, lembra do risco de 50% de seu filho morrer durante a cirurgia.
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