Eles têm fama de saudáveis, mas podem atrapalhar o crescimento e até mesmo provocar alterações hormonais em crianças; melhor é sempre optar por alimentos orgânicos
Quando o assunto é alimentação saudável, os alimentos integrais e a soja aparecem sempre no topo da lista. São de fato muito benéficos à saúde, mas as crianças, no entanto, devem consumi-los com muita moderação, pois o excesso desses alimentos pode prejudicar o crescimento e proporcionar alterações hormonais, explicam nutricionistas.
“A soja possui fitoestrógeno, que é uma substância vegetal parecida com o estrógeno, o hormônio feminino. Este fator parece sim interferir no desenvolvimento de crianças que consomem um volume exagerado. Os resultados ainda não determinaram um consenso científico, por isso a nossa recomendação é não exagerar no consumo, muito menos consumir diariamente”, explica a nutricionista Paola Moreira, da Super Healthy.
Por ser alergênico, esse grão não deve ser consumido antes dos seis meses de idade, afirma Fabiana Honda, nutricionista da PB Consultoria em Nutrição. Além disso, ela recomenda que as crianças que substituem o leite de vaca pelo de soja devem aumentar o consumo de outros alimentos fontes de cálcio. “Além de conter pouco cálcio, a soja ainda contém fitatos que atrapalham a absorção do cálcio e de outros minerais”, alerta
Soja: crianças devem consumir com moderação, por conta das possíveis alterações hormonais que esse grão causa. Foto: Getty Images
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Fabiana explica que a preocupação hoje em dia deve estar relacionada ao alto consumo de soja presente em alimentos industrializados. “A maioria contém proteína de soja na composição, como biscoitos, alimentos prontos, nuggets, salsichas, frios, além de outros”, recomenda.
Os alimentos integrais não escapam ilesos. Conhecidos por conter fibras que ajudam no trânsito intestinal e também na saciedade, eles também devem ser consumidos com parcimônia pelas crianças.
“A criança só pode começar a comer integrais acima de um ano de idade e, a partir de então, das cinco porções de cereais recomendadas diariamente, apenas duas podem ser integrais, assim não haverá comprometimento no crescimento”, recomenda Paola.
Fabiana explica que o excesso de fibras e a presença de fitatos em alguns alimentos integrais, vegetais e leguminosas pode atrapalhar a absorção de alguns nutrientes. Ela, no entanto, acha difícil que a quantidade de alimentos integrais que as crianças costumam ingerir hoje em dia chegue a atrapalhar o crescimento. “O que vemos atualmente é que as crianças comem pouca fibra, devido ao alto consumo de alimentos refinados”, explica.
Alimentos naturais proibidos até um ano de idade
Além dos cuidados na infância com a soja e os integrais, a recomendação de Paola é de poupar as crianças do leite de vaca, frutos do mar, peixes, mel, amendoim e açúcar até completarem um ano de idade.
“Depois de um ano, quando não há casos de alergia alimentar, não há alimentos que necessitamos restringir às crianças. Os alimentos que devem ser evitados na alimentação infantil são exatamente os industrializados com alto teor de gordura saturada ou trans, alto teor de sódio, com corantes e conservantes, com edulcorantes (substâncias adoçantes), tais como, salgadinhos, bolacha com recheio, suco de caixinha com açúcar, embutidos em geral (linguiça, salsicha, presunto, peito de peru, salame, mortadela), balas com corantes, iogurtes e sucos com corantes e conservantes".
Além disso, Paola recomenda sempre optar por alimentos orgânicos.
“Assim se evita uma exposição exagerada das crianças às substâncias agrotóxicas. Sempre que possível devemos comprar os alimentos com casca fina ou folhas que sejam da agricultura orgânica. Quando isso não for possível ou o alimento apresentar casca dura, é preciso retirar essa casca, porque o agrotóxico se acumula em maior quantidade na casca”, explica a nutricionista da Super Healthy.
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