Parte do comércio também parou de funcionar na tarde desta quarta-feira (4); adolescente e jovem foram mortos pela PM na noite de ontem
A Escola Municipal e o Centro de Saúde Marechal Rondon, localizados no mesmo bairro, tiveram as atividades paralisadas na tarde desta quarta-feira (4), após boatos de um toque de recolher ordenado por traficantes do local. A ordem teria relação com a morte de dois jovens em um confronto com a Polícia Militar, ocorrido na noite de ontem.
Além da escola e do posto de saúde, parte do comércio próximo ao fim de linha do bairro também deixou de funcionar, por volta das 13h30.
Escola municipal fecha as portas após mortes em Marechal Rondon
(Foto: Diogo Costa/CORREIO) |
De acordo com informações da PM, "não há possibilidade de ocorrer qualquer tipo de restrição aos direitos da população de Marechal Rondon". A polícia ainda informou que "o que há até o momento são mensagens de origem desconhecida veiculadas através das redes sociais" e que "a 9ª CIPM ( Companhia Independente da Polícia Militar/ Pirajá) não subestimará qualquer ameaça desse tipo, manterá a intensificação na região e atuará de forma imediata e saneadora contra investidas criminosas".
Por volta das 13h, a unidade de saúde do bairro paralisou os atendimentos. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), o fechamento da unidade ocorreu "por conta do clima de insegurança na localidade". A secretaria informou que o funcionamento do posto médico será retomado a partir das 9h, nesta quinta-feira.
Segundo moradores do bairro, as aulas na Escola Municipal Marechal Rondon também foram encerradas por conta do clima de insegurança. Na porta da escola, um aviso fixado na porta informava sobre a suspensão das aulas.
"Quando começou a circular essa notícia, os pais foram logo buscar os filhos na escola. Nem esperaram terminar a aula direito. Agora de tarde, ninguém veio. Colocaram até uma plaquinha na porta avisando. Assim que fiquei sabendo fui pegar meu filho no reforço, que fica perto da escola", contou uma moradora do bairro, que não quis ser identificada.
De acordo com o titular da Secretaria Municipal de Educação, secretário Guilherme Bellintani, em casos que envolvam segurança, cabe ao gestor escolar avaliar a manutenção ou não atividades. "Sempre que um gestor sente que não há segurança para continuar as atividades, ele deve tomar a decisão mais prudente e comunicar a secretaria. Fomos informados sobre o caso de Marechal Rondon. As aulas lá serão retomadas amanhã", disse o secretário.
No meio da tarde, comerciantes que não tinham fechado as portas no final da manhã anteciparam o encerramento do expediente vespertino. "Normalmente fecho às 20h, 21h, mas, por conta dessa situação, vou ter que fechar 15h. Todo mundo parou de trabalhar com medo. Eu deixei o salão aberto porque a polícia estava passando por aqui toda hora, mas as pessoas não estão saindo de casa, não tem movimento", disse uma cabeleireira do bairro, também sob anonimato.
Até o final da tarde, o movimento de policiais pelo bairro era constante. Um módulo policial foi instalado na entrada do final de linha do Marechal Rondon e viaturas faziam rondas pelo local.
Escola municipal fecha as portas após mortes em Marechal Rondon
(Foto: Diogo Costa/CORREIO)
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MortesNa noite de ontem, a polícia matou David Ueslei Santos, 17 anos, e Valdemir dos Santos Junior, 20, durante uma troca de tiros em Marechal Rondon. O tiroteio aconteceu por volta das 19h30, na localidade conhecida como Inferninho.
Segundo a Polícia Militar, duas equipes do Pelotão de Emprego Tático Operacional (Peto) e da 9ª Companhia Independente da Polícia Militar (Pirajá) faziam ronda quando foram recebidas a tiros por quatro indivíduos armados.
Os policiais revidaram e conseguiram balear David, Valdemir e Davi Laudelino dos Santos, 19. Eles foram socorridos para o Hospital do Subúrbio, mas o adolescente e Valdemir não resistiram aos ferimentos e morreram. Davi passou por procedimento cirúrgico e continua internado no hospital, com quadro clínico estável. O quarto suspeito, identificado como Lucas Adson dos Santos, 19, foi preso e já está no Complexo Peniternciário da Mata Escura.
Segundo a Polícia Civil, no momento em que foram abordados, Valdemir portava um revólver calibre 38 com numeração raspada, cinco munições, 28 pinos de cocaína, 54 trouxas de maconha e uma balança de precisão. Já com David, foram apreendidos uma arma calibre 38, seis munições, 48 pinos de cocaína, 15 pedras de crack e sete doletas de maconha. Davi possuía uma arma calibre 32 com numeração raspada e cinco munições.
Ainda de acordo com a polícia, Lucas Adorno já responde a um inquérito por porte ilegal de arma. Ele responderá pelos crimes de tráfico, associação para o tráfico e corrupção de menores. Até o início da noite de hoje, os corpos de Valdemir e David permaneciam no Instituto Médico Legal Nina Rodrigues. O caso está sendo investigado pelo titular da 3ª Delegacia de Hominícios, delegado Reinaldo Mangabeira.
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