Vazão de água na manhã deste domingo (22) passou de 11 milhões de l/s.
Cheia vem sendo monitorada por comissão que alerta sobre enchentes.
Com vazão recorde, a Usina de Itaipu, em Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná, abriu na manhã deste domingo (22) todas as 14 comportas do vertedouro. Situação semelhante foi registrada pela última vez em 2011. Por volta das 10h, o volume de água dispensado pelas três calhas passava de 11 milhões de litros por segundo, o equivalente a sete Cataratas do Iguaçu em dias normais. Inicialmente, a previsão é que seguisse aberto até as 12h, mas até o começo da tarde seguia sem previsão de fechamento.
A vazão do excedente de água não usada na produção de energia elétrica é a maior do ano. Por causa do espetáculo raro, o Complexo Turístico da hidrelétrica disponibilizou ônibus extras para a visitação neste domingo e lembra que moradores de Foz do Iguaçu e região não pagam para fazer a visita panorâmica. Para tanto, é preciso apresentar comprovante de endereço recente. Até as 15h, 6.034 pessoas tinham visitado a hidrelétrica, o triplo da média diária.
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Por ser uma usina que opera com reservatório um pequeno volume de água se comparado à vazão do rio – do tipo fio d’água -, Itaipu não tem como “segurar” a água do Rio Paraná. Por isso, toda a água que chega até a barragem segue o curso do rio barragem abaixo, seja passando pelas unidades geradoras e produzindo energia, ou dispensada pelo vertedouro, quando há mais água do que o necessário para a geração.
O reservatório opera no sistema de cotas mínima e máxima de armazenamento. A cota máxima fica aos 220,30 metros acima do nível do mar. Até hoje, a cota mínima utilizada por Itaipu foi de 215,35 metros, em 2001, quando a binacional precisou operar em carga máxima para atender o setor elétrico brasileiro. Naquele ano, o Brasil chegou a enfrentar um racionamento de energia e a usina precisou ser acionada com maior potência.
Alerta para enchentes
A Comissão de Cheia permanece monitorando e avaliando a situação, com a divulgação deboletins permanentes de alertas hidrológicos para a região. No sábado (21), cerca de 40 casas no bairro San Rafael, em Hernandárias, no Paraguai, foram atingidas pela elevação do Rio Paraná na região da Ponte da Amizade, na fronteira entre o Brasil e o país vizinho. Naquele ponto, o nível do rio chegou a 113,3 metros, mais de 4 metros acima do normal.
A Comissão de Cheia permanece monitorando e avaliando a situação, com a divulgação deboletins permanentes de alertas hidrológicos para a região. No sábado (21), cerca de 40 casas no bairro San Rafael, em Hernandárias, no Paraguai, foram atingidas pela elevação do Rio Paraná na região da Ponte da Amizade, na fronteira entre o Brasil e o país vizinho. Naquele ponto, o nível do rio chegou a 113,3 metros, mais de 4 metros acima do normal.
Estrutura segura
Apesar do grande volume de água no lago, técnicos de Itaipu asseguram que a população não precisa temer possíveis rompimentos da barragem.
Apesar do grande volume de água no lago, técnicos de Itaipu asseguram que a população não precisa temer possíveis rompimentos da barragem.
“Não há motivo algum para preocupação com Itaipu”, afirma o coordenador da Comissão de Concreto do Comitê Brasileiro de Barragens (CBDB), engenheiro José Marques Filho, que esta semana esteve na usina para ministrar um curso sobre segurança de barragens, direcionado a 25 funcionários de Itaipu.
Para ele, a combinação de três fatores – projeto, obra e monitoramento bem feitos – faz com que o risco em Itaipu seja considerada mínimo, apesar de sua dimensão gigantesca. “Uma obra deste porte tem importância monstruosa, do ponto de vista econômico e de responsabilidade com as pessoas do entorno. Imagine ter um problema na usina que contribui com quase 17% do consumo de energia do País? Seria desastroso”, observa.
Itaipu conta com mais de 2,5 mil instrumentos para acompanhar o comportamento das estruturas de concreto e da fundação das suas barragens, além de 5.295 drenos e do próprio vertedouro, com capacidade para vazão de 60 milhões de litros por segundo.
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