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terça-feira, 17 de novembro de 2015

Ministra estima que revitalização do Rio Doce levará 'pelo menos' 10 anos

Dilma disse que lançará plano para revitalizar rio atingido por rompimento. Segundo a ministra Izabella Teixeira, esta é a 'maior catástrofe do país'.
17/11/2015 20h37 - Atualizado em 17/11/2015 21h35

Por Nathalia Passarinho
Do G1, em Brasília



A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, afirmou nesta terça-feira (17) que a recuperação do Rio Doce, que será elaborado pelo governo em parceria com os governos de Minas Gerais e Espírito Santo, poderá levar pelo menos 10 anos.
 Após reunião com governadores de Minas Gerais e Espírito Santo, a presidente Dilma Rousseff informou que anunciará um plano conjunto de recuperação do rio. Ela não deu, porém, detalhes sobre esse projeto e disse que a Advocacia-Geral da União se reuniria com procuradores dos dois estados para avaliar questões “legais”.
“Sabemos que a parte de répteis e peixes, o que foi impactado foi perdido. Recuperação de peixes tem que fazer estudo das espécies [...]. Os especialistas terão que dizer quanto tempo leva. Além da recuperação de nascentes, que são estruturantes para a manutenção  da qualidade ambiental na bacia. Certamente, é um projeto de longo prazo e, quanto falo de longo prazo, é pelo menos um projeto de uma década”, disse Izabella Teixeira.
 No útimo dia 5, a barragem de Fundão se rompeu e provocou um “tsunami” de lama que destruiu o distrito de Bento Rodrigues e varreu outros distritos da região central de Minas Gerais. A lama atingiu o Rio Doce, provocando a morte de peixes e prejudicando o abastecimento de água em cidades banhadas pelo rio. Até esta segunda, 12 pessoas seguiam desaparecidas, sendo nove funcionários da Samarco e três moradores de Bento Rodrigues.
 De acordo com a ministra do Meio Ambiente, a quantidade de lama produzida com o rompimento da barragem é “equivalente a dez lagoas Rodrigo de Freitas”, em referência a lagoa da Zona Zul do Rio de Janeiro.
'A maior catástrofe do país'
“O que está sendo feito são ações para conter a lama. Temos que avaliar o solo, que será sedimentado. Há um trabalho imenso pela frente nesse plano de recuperação. Não é uma proposta de curto prazo, tem que ter um modelo de governança. Isso não está circunscrito a um ou dois anos. O desastre é enorme. É a maior catástrofe do país”, disse.


Izabella Teixeira destacou ainda que os governos ainda estão na fase de resposta “emergencial”, tentando conter a água, atender aos desabrigados e identificar as vítimas.
“É um processo de médio e longo prazo, com ações emergenciais. E ainda estamos na ação emergencial, segurando a água, procurando vítimas. Paralelamente há a análise do projeto de revitalização. Teremos que ter um esforço nacional”, afirmou Izabella.
 A barragem é da mineradora Samarco, de propriedade da Vale e da BHP.

ertamente, é um projeto de longo prazo e, quanto falo de longo prazo, é pelo menos um projeto de uma década"
—  Izabella teixeira,
“Não estamos descuidando às questões da revitalização, retorno à vida do Rio Doce. O Rio Doce é responsável pela vida humana, animal, que ocorre numa região importante do Brasil. Então, nós temos agora um posicionamento muito claro. Vamos olhar um plano de recuperação do Rio Doce. Falamos recuperação, inclusive, tornando-o melhor do que estava antes. Revitalizando as nascentes, a mata ciliar”, disse Dilma, ao lado dos governadores Fernando Pimentel (MG) e Paulo Hartung (ES).
'Responsabilidade da empresa'
 Segundo a presidente, parte dos custos da recuperação do Rio Doce será da empresa proprietária da barragem que se rompeu. Ela não soube, porém, precisar o percentual.
“Obviamente tem uma parte que é responsabilidade da empresa e uma parte que precisa ser recuperado o rio. Uma série de processos levaram a essa situação. A recuperação do rio é algo que temos que tornar uma questão objetiva e concreta, porque é a única forma que temos como responder à população de forma positiva”, disse Dilma.
“Se houve esse desastre, perdemos vidas humanas, o que temos de fazer é dar um exemplo, recuperar esse rio. E revitalizá-lo no sentido de torna-lo o rio que era antes de nós humanos termos chegado ali. Uma parte que é muito expressiva terá que ser feito por ressarcimento de responsabilidade da empresa”, completou a presidente.
 Dilma negou ainda que o governo tenha qualquer responsabilidade pelo rompimento da barragem. "Nossa responsabilidade, nós cumprimos toda. O governo federal cumpriu todas as fiscalizações que nos cabem", afirmou.

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