Certas pessoas com sobrepeso não têm hipertensão nem gordura abdominal.
Segredo está na diferença entre o fígado e os músculos na reação à insulina.
Um novo estudo conseguiu desvendar parte da razão pela qual os "obesos saudáveis", as pessoas com alto índice de massa corpórea que conseguem, manter sua saúde apesar dos riscos que o sobrepeso traz para o organismo.
Os cientistas do Instituto Garvan de Pesquisa Médica, da Austrália, partiram de descobertas de que que a resistência à insulina, a condição que com frequência leva ao diabetes, não ocorre da mesma maneira em todos as partes do corpo. Como consequência, aumentam os níveis de glicose no organismo, desencadeando uma série de problemas de saúde.
A resistência à insulina é caracterizada pela incapacidade de alguns tecidos do corpo de ignorar os comandos químicos transmitidos por esse hormônio, produzido pelo pâncreas. Células adiposas, células musculares e células do fígado, porém, processam a insulina de maneiras diferentes.
Usando uma técnica nova que distingue a resistência à insulina em tecido hepática daquela em tecido muscular, os pesquisadores observaram que apenas as pessoas que sofriam do problema em ambos os tipos de célula é que tinham os piores níveis açúcar no sangue. Aqueles saudáveis, com “sensibilidade” à insulina em pelo menos um dos dois sistemas, não apresentaram os piores fatores de risco.
Resistência x sensibilidade
Jerry Greenfield, líder do grupo de pesquisa que fez a descoberta, publicou um estudo descrevendo-a na revista médica "The Journal of Clinical Endocrinology and Metabolism".
Jerry Greenfield, líder do grupo de pesquisa que fez a descoberta, publicou um estudo descrevendo-a na revista médica "The Journal of Clinical Endocrinology and Metabolism".
“Indivíduos obesos que eram sensíveis à insulina nos músculos e/ou no fígado exibiam características metabólicas favoráveis, incluindo pressão sanguínea menor gordura abdominal e no fígado”, escreveram o médico e seus colegas. “O estudo identifica fatores associados à sensibilidade à insulina na obesidade, que possivelmente contribuem para ela.”
A descoberta, afirmam os cientistas, pode ajudar na elaboração de diagnósticos mais precisos para avaliar melhor os riscos de saúde de forma mais personalizada para pessoas obesas. A pesquisa de drogas contra a diabetes também pode se tornar mais precisa caso leve isso em conta.
O novo estudo, porém, não deve ser visto como uma absolvição da obesidade como problema de saúde, mesmo desacompanhada da hipertensão. A endocrinologista Maria Edna de Melo, consultora do Bem Estar, explica que nem sempre os obesos metabolicamente saudáveis se livram de probleas circulatórios ou ortopédicos. Veja vídeo abaixo:
Nenhum comentário:
Postar um comentário