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sábado, 14 de novembro de 2015

'Fui salvo por celular', diz testemunha de atentado em Paris

Em entrevista à emissora francesa iTELE, Sylvestre conta que usou aparelho e jaqueta para se proteger de estilhaços de bomba.

BBC
Em entrevista à emissora francesa iTELE, Sylvestre conta que usou aparelho e jaqueta para se proteger de estilhaços de bomba (Foto: iTELE)Em entrevista à emissora francesa iTELE, Sylvestre conta que usou aparelho e jaqueta para se proteger de estilhaços de bomba (Foto: iTELE)
Uma testemunha diz ter sido salva por seu celular durante os ataques terroristas ocorridos na noite de sexta-feira em Paris.
Em entrevista à emissora francesa iTELE, Sylvestre conta que usou o aparelho e a jaqueta para se proteger da bomba que explodiu nos arredores do Stade de France. Segundo ele, um dos estilhaços que vinha em direção à sua cabeça acabou atingindo seu celular.
Pelo menos 127 pessoas morreram e outras 200 ficaram feridas, 99 em estado crítico, na série de ataques coordenados a bomba e tiros em seis locais diferentes de Paris, segundo o último balanço divulgado pelas autoridades.
Sylvestre teve ferimentos leves. Ele disse ter comprado o aparelho havia poucos dias. O francês lembrou ainda que estava atravessando a rua falando ao telefone quando a bomba explodiu a poucos metros dele.
"Quando a bomba explodiu, vi os estilhaços vindo na minha direção. Fui salvo pelo meu celular. Senão, certamente (o estilhaço) atingiria minha cabeça", contou ele à emissora.
"Minha jaqueta amorteceu o impacto dos estilhaços que vinham em direção a mim", lembrou ele.
"Honestamente, eu não desejo isso a ninguém", acrescentou.
'Estado Islâmico'
Ataques a tiros e com bombas deixaram pelo menos 127 mortos na noite de sexta-feira em Paris. Foi o pior ataque a atingir a França desde a 2ª Guerra Mundial (1939-1945) e apenas dez meses depois do atentado contra o semanário satírico Charlie Hebdo.
Segundo as autoridades francesas, os atentados ocorreram em seis localidades distintas da cidade; o mais letal foi na casa de shows Bataclan, onde pelo menos 80 pessoas teriam morrido quando dois homens armados abriram fogo contra a plateia durante a apresentação de uma banda de rock americana.
Na manhã deste sábado, o presidente da França, François Hollande, disse que o grupo autodenominado 'Estado Islâmico' está por trás dos ataques, que chamou de "ato de guerra".
Segundo Hollande, os ataques foram planejados e organizados no exterior com a ajuda de pessoas dentro da França.
Ele também declarou três dias de luto nacional.
Líderes mundiais expressaram solidariedade às vítimas dos ataques terroristas. O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, classificou os atentados como uma "tentativa ultrajante de aterrorizar civis inocentes" e "um ataque contra toda a humanidade".
Em sua conta no Twitter, a presidente Dilma Rousseff expressou "repúdio" à "barbárie terrorista".
"Consternada pela barbárie terrorista, expresso meu repúdio à violência e manifesto minha solidariedade ao povo e ao governo francês", escreveu a presidente logo após os ataques.
Em comunicado, o governo brasileiro manifestou "profunda consternação" pela série de "atentados bárbaros" registrados em Paris e condenou as ações "nos mais fortes termos".
"Ao mesmo tempo em que transmite suas condolências aos familiares das vítimas e empenha sua plena solidariedade ao povo francês e ao governo da França, o Brasil condena os ataques nos mais fortes termos e reitera seu firme repúdio a qualquer forma de terrorismo, qualquer que seja sua motivação", disse o governo em comunicado divulgado pelo Itamaraty.
Dois brasileiros teriam ficado feridos, um deles, um arquiteto, com gravidade.
Ataques na França deixaram pelo menos 127 mortos (Foto: iTELE)Ataques na França deixaram pelo menos 127 mortos (Foto: iTELE)
Segurança reforçada
A França mobilizou 1,5 mil soldados para fazer a segurança de prédios públicos, religiosos e atrações turísticas. Escolas e universidades, muitas das quais abrem normalmente aos sábados, foram fechadas como parte das medidas de segurança implementadas por autoridades locais.
O governo também reimpôs os controles de fronteira que foram abandonados por causa da zona de livre trânsito da União Europeia. Oficiais da alfândega e das fronteiras passam agora a checar pessoas, bagagens e veículos entrando na França e saindo país por terra, mar e ar.
As autoridades francesas também pediram à população que permanecesse em casa.

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