Alexandre Marceniuk afirma que peixes não costumam atacar os humanos.
Duas mulheres ficaram feridas ao serem atingidas por bagres em Itanhaém.
Duas banhistas foram feridas por bagres no final de semana em Itanhaém, no litoral de São Paulo. Os casos preocupam moradores e turistas, mas o biólogo Alexandre Pires Marceniuk, especialista em peixes marinho-estuarinos, não vê motivo para pânico. Em entrevista ao G1, o biólogo afirmou que a espécie não ataca humanos e que, no momento do acidente, os animais provavelmente estavam mortos.
Local onde ocorreram os acidentes
“O peixe não vai ao encontro da pessoa. Ele vai evitar ter contato com ela e, por isso, não vai atacar. Tenho 90% de certeza de que estavam mortos. As pessoas esbarram e acontece isso. Eles podem ter sido descartados em barcos de pesca e trazidos pelas ondas”, explicou.
Os animais que causaram os acidentes, segundo o especialista, vivem perto do solo, em uma profundidade média de 20 metros. No momento dos ferimentos, as mulheres estavam com água na altura da cintura. Uma delas foi atingida no cotovelo e outra, na barriga.
Durante o resgate das vítimas, os peixes, que têm três espinhos espalhados pelo corpo, nas nadadeiras peitorais e dorsais, não se mexiam.
As regiões de Itanhaém onde os acidentes aconteceram são próximas e marcadas pelo encontro do rio com o mar. Marceniuk diz que os locais são tradicionalmente frequentados pelos bagres durante a época de reprodução. No entanto, eles costumam ficar em alto mar, longe dos banhistas.
"Todos os anos eles fazem esse trajeto por causa da reprodução. De qualquer forma, acho que precisa investigar o que aconteceu. Os peixes morreram por algum motivo e, por estarem mortos, podem ter sido lançados pela maré espetando as pessoas", disse.
O biólogo aconselhou os banhistas que frequentam as praias a ficarem atentos, já que os espinhos podem causar graves ferimentos.
"É como se fosse um anzol. Ele entra fácil e é muito difícil de sair. Os ferrões causam uma infecção. Se alguém puxar o espinho vai ser pior ainda porque pode causar uma dilaceração. Tem que ir ao médico de qualquer jeito", afirmou.
De acordo com Marceniuk, os bagres-marinhos são extremamente comuns no litoral brasileiro e, apenas em São Paulo, existem pelo menos oito espécies diferentes. Eles comem moluscos, camarões e peixes menores.
Casos
O primeiro caso aconteceu na tarde da última sexta-feira (8), na praia do Centro. Uma mulher mergulhou no mar e foi atingida pelos ferrões de um bagre. O peixe acabou ficando preso na barriga da vítima, que precisou ser submetida a uma microcirurgia.
O primeiro caso aconteceu na tarde da última sexta-feira (8), na praia do Centro. Uma mulher mergulhou no mar e foi atingida pelos ferrões de um bagre. O peixe acabou ficando preso na barriga da vítima, que precisou ser submetida a uma microcirurgia.
Na tarde de sábado (9), outra banhista ficou ferida ao ser atingida no cotovelo por um bagre, na região conhecida como "Boca da Barra". Um morador da cidade fez um vídeo da garota sendo socorrida por dois salva-vidas (veja abaixo).
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