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quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Para estimular economia, governo anuncia R$ 83 bilhões em crédito

Medida foi comentada durante reunião do Conselhão, em Brasília.
Governo enviará proposta para verba do FGTS ser garantia de crédito.

Alexandro Martello, Filipe Matoso e Lais AlegrettiDo G1, em Brasília
Durante reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES) em Brasília, nesta quinta-feira (28), o governo anunciou a abertura de linhas de crédito no valor de R$ 83 bilhões. Os bancos públicos e o FGTS têm mais recursos em caixa com o pagamento das chamadas "pedaladas fiscais" no fim do ano passado.
O objetivo das linhas de crédito, é estimular o nível de atividade econômica e tentar evitar um impacto maior da recessão na taxa de desemprego - que já vem crescendo nos últimos meses. "São R$ 83 bilhões que se podem abrir de novas operações de crédito utilizando melhor os recursos que já existem", explicou o ministro da Fazenda, Nelson Barbosa.
O ministro afirmou não acreditar que essas linhas de crédito coloquem em risco o combate à inflação. "São recursos que já estão no mercado financeiro. Não é uma injeção de recursos no mercado. Já estão no FGTS e nos bancos públicos e podem ser melhor utilizados", declarou ele. No ano passado, a inflação somou 10,67%, o maior patamar em 13 anos.
Uso de recursos do FGTS como garantia
A presidente Dilma Rousseff anunciou que encaminhará ao Congresso Nacional proposta para uso de verba do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) como garantia para operação de crédito consignado.
Nelson Barbosa, por sua vez, explicou que a ideia é que o trabalhador possa ofercer como garantia para operações de crédito sua multa rescisória (de 40% no caso de demissão), além de 10% do saldo de seu depósito, para reduzir as taxas de juros bancárias - que dispararam em 2015. Segundo ele, serão tomadas precauções para que isso não gere sobreendividamento das famílias.
"Estamos na fase inicial deste processo. Se o Congresso Nacional concordar, isso reduz o risco de operações de crédito consignado [que têm juros mais baratos] para trabalhadores do setor privado. Eles podem ser utilizados para reduzir o risco. É uma coisa boa para a economia. Na medida em que a inflação cair e a economia se estabilizar, vai gerar uma recuperação do crédito", declarou Barbosa a jornalistas.
O presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, afirmou que o anúncio do governo "veio no momento adequado", segundo a Reuters. "A oferta de crédito está em um nível adequado. Quando se oferta mais crédito a gente pode ter uma disputa até pelo preço e pela taxa de juros". Trabuco afirmou ainda que "nós (Brasil) temos que parar de piorar", ao comentar as medidas.
Veja as linhas de crédito anunciadas e seus valores:
- R$ 10 bilhões para pré-custeio da safra agrícola 2016/2017 via Banco do Brasil
- R$ 10 bilhões em recursos do FGTS para instituições financeiras contratarem novas operações de crédito imobiliário
- R$ 22 bilhões em recursos do FI-FGTS (fundo de investimento do FGTS) em crédito para operações de infraestrutura
- R$ 5 bilhões do BNDES para capital de giro para as micro e pequenas empresas
- R$ 4 bilhões em linhas de pré-embarque para exportações via BNDES
- R$ 15 bilhões do BNDES para refinanciamento das operações que estão vencendo do PSI e do Finame com taxas de mercado, sem subsídio
- R$ 17 bilhões (estimativa do governo) em recursos do FGTS para consignado ao setor privado com garantia da multa por demissão e 10% do saldo dos depósitos existentes
Dilma participa de reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico (Foto: André Dusek/Estadão Conteúdo)Dilma participa de reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico (Foto: André Dusek/Estadão Conteúdo)
Crédito bancário 'patina' em 2015
O crédito bancário registrou, em 2015, desaceleração pelo quinto ano consecutivo e, também, o menor crescimento anual já registrado. O saldo total do crédito ofertado pelos bancos (o chamado estoque) avançou 6,6% no ano passado, para R$ 3,21 trilhões, contra um crescimento de 11,29% em 2014 e de 14,48% em 2013.
Recessão e desemprego
Neste mês, a presidente Dilma Rousseff afirmou que todo o esforço do governo federal está voltado para impedir que o desemprego se eleve ainda mais. Em sua segunda entrevista coletiva do ano, a petista ressaltou que essa é sua "grande preocupação".
Atualmente, a economia brasileira passa por forte retração. A expectativa dos economistas do mercado financeiro é de que o Produto Interno Bruto (PIB) tenha registrado uma contração de 3,7% no ano passado - o que, se confirmada, será a maior queda dos últimos 25 anos. O resultado oficial do PIB de 2015 ainda será divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Para o PIB de 2016, o mercado financeiro estima uma contração de 3%. Se a previsão se concretizar, será a primeira vez que o país registra dois anos seguidos de contração na economia – a série histórica oficial, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), tem início em 1948.
Barbosa propõe limite para alta do gasto
Durante reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, o ministro da Fazenda, Nelson Barbosa,propôs criar limite legal para o crescimento do gasto público.

De acordo com a conta do CDES no microblog Twitter, ele também propôs o estabelecimento de uma "margem fiscal legal" para acomodar eventuais flutuações de receita. Não foram dadas mais explicações sobre o assunto.
O Tesouro Nacional informou nesta quinta que as contas do governo tiveram forte deterioração e registraram um rombo recorde de R$ 114,98 bilhões em 2015, ou 1,94% do Produto Interno Bruto (PIB).

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