Provas de alguns cargos em Boituva (SP) foram até adiadas pela demanda. 'Segurança é atrativo durante instabilidade do país', comenta especialista.
27/02/2016 08h15 - Atualizado em 27/02/2016 08h15
Por Caio Gomes Silveira
Do G1 Itapetininga e Região
Pessoas fazem prova em São Paulo. concursos, concurseiros, exame, vestibular, fuvest, enem. -HN- (Foto: Analice Diniz/G1)
Procura por concursos municipais aumenta com
crise econômica (Foto: Analice Diniz/G1)
Um concurso público municipal com 309 vagas atraiu 19 mil candidatos em Boituva (SP). O número representa cerca de 35% da população total do município, que tem 55 mil habitantes, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com tantos candidatos, a organização do processo seletivo precisou adiar as provas de alguns cargos para que toda a demanda fosse atendida.
De acordo com o gestor em Recursos Humanos Sidney Vieira, os concursos municipais, que há dois anos não chamavam tanta atenção, hoje são atrativos pela insegurança, desemprego e situação econômica que o país vive. “O concurso é visto como algo seguro, ou seja, estar em um cargo público se torna segurança para muitas pessoas diante da crise que o Brasil vive. Muitos que vão tentar a prova agora, por exemplo, não fariam se fosse em 2013 ou 2014, quando a economia estava em alta”, comenta Vieira.
O processo de Boituva oferece 218 oportunidades diretas e 91 vagas para cadastro de reserva. São 88 cargos distintos nas áreas de saúde, educação, esportes e atendimento para ensino fundamental, médio e ensino superior. O cargo com maior concorrência é de auditor público interno, com 485 inscritos para apenas uma vaga. Outros muitos procurados são de professor de educação básica infantil que teve 2.311 inscritos para 35 vagas (concorrência de 66); e agente administrativo escolar com 2.293 para 8 vagas (286 candidatos por posto).
A serviços gerais Lindinauva Maria Souza é uma das candidatas ao posto de agente administrativo escolar. Ela já é funcionária pública na Guarda Municipal, mas tentará o cargo para exercer uma função que considera menos “pesada”.
“Só vai aumentar R$ 100 do que ganho, mas a rotina ficará mais fácil. Mal pude estudar porque faço ‘bico’ nos fins de semanas, mas quem sabe eu passo? A gente tem que tentar sempre o melhor para a gente, de qualquer forma já tenho um emprego. É mais díficil para quem está desempregado”, conta.
Prefeitura de Boituva (Foto: Cláudio Nascimento/ TV TEM)
Concurso da prefeitura de Boituva atraiu 19 mil
pessoas (Foto: Cláudio Nascimento/ TV TEM)
Até mesmo os cargos com os menores salários tiveram grande procura, como tratador de animal que teve 204 inscritos para 2 vagas com salário de R$ 1,1 mil. Outro exemplo é o cargo de coveiro: com salário de R$ 1 mil, o posto atraiu 69 candidatos para 3 vagas, disputa de 23 pessoas por vaga.
"Os salários não são tão altos como nos concursos federais e estaduais. Mas, com tantos desempregados e com um número grande de pessoas que sentem que podem ser demitidos, a tendência é crescer o número de inscritos nos concursos municipais, até mesmo nos cargos com salários mais baixos", ressalta o gestor Sidney.
Para Lindinauva, o que importa é ter segurança. "Só sairia no meu trabalho se passasse em outro concurso. Do jeito que está, é sempre melhor ter um cargo público que te dá estabilidade", afirma.
Provas adiadas
De acordo com a diretora da empresa responsável pelo processo seletivo, Lidiane Elizabeth Augusto, o remanejamento das datas das provas de 17 dos 88 cargos disponíveis foi necessário devido à limitação da disponibilidade de locais para a realização delas. “Assim, os candidatos que se inscreveram para duas inscrições não terão conflitos de horário para a realização das provas”, explica Lidiane.
27/02/2016 08h15 - Atualizado em 27/02/2016 08h15
Por Caio Gomes Silveira
Do G1 Itapetininga e Região
Pessoas fazem prova em São Paulo. concursos, concurseiros, exame, vestibular, fuvest, enem. -HN- (Foto: Analice Diniz/G1)
Procura por concursos municipais aumenta com
crise econômica (Foto: Analice Diniz/G1)
Um concurso público municipal com 309 vagas atraiu 19 mil candidatos em Boituva (SP). O número representa cerca de 35% da população total do município, que tem 55 mil habitantes, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com tantos candidatos, a organização do processo seletivo precisou adiar as provas de alguns cargos para que toda a demanda fosse atendida.
De acordo com o gestor em Recursos Humanos Sidney Vieira, os concursos municipais, que há dois anos não chamavam tanta atenção, hoje são atrativos pela insegurança, desemprego e situação econômica que o país vive. “O concurso é visto como algo seguro, ou seja, estar em um cargo público se torna segurança para muitas pessoas diante da crise que o Brasil vive. Muitos que vão tentar a prova agora, por exemplo, não fariam se fosse em 2013 ou 2014, quando a economia estava em alta”, comenta Vieira.
O processo de Boituva oferece 218 oportunidades diretas e 91 vagas para cadastro de reserva. São 88 cargos distintos nas áreas de saúde, educação, esportes e atendimento para ensino fundamental, médio e ensino superior. O cargo com maior concorrência é de auditor público interno, com 485 inscritos para apenas uma vaga. Outros muitos procurados são de professor de educação básica infantil que teve 2.311 inscritos para 35 vagas (concorrência de 66); e agente administrativo escolar com 2.293 para 8 vagas (286 candidatos por posto).
A serviços gerais Lindinauva Maria Souza é uma das candidatas ao posto de agente administrativo escolar. Ela já é funcionária pública na Guarda Municipal, mas tentará o cargo para exercer uma função que considera menos “pesada”.
“Só vai aumentar R$ 100 do que ganho, mas a rotina ficará mais fácil. Mal pude estudar porque faço ‘bico’ nos fins de semanas, mas quem sabe eu passo? A gente tem que tentar sempre o melhor para a gente, de qualquer forma já tenho um emprego. É mais díficil para quem está desempregado”, conta.
Prefeitura de Boituva (Foto: Cláudio Nascimento/ TV TEM)
Concurso da prefeitura de Boituva atraiu 19 mil
pessoas (Foto: Cláudio Nascimento/ TV TEM)
Até mesmo os cargos com os menores salários tiveram grande procura, como tratador de animal que teve 204 inscritos para 2 vagas com salário de R$ 1,1 mil. Outro exemplo é o cargo de coveiro: com salário de R$ 1 mil, o posto atraiu 69 candidatos para 3 vagas, disputa de 23 pessoas por vaga.
"Os salários não são tão altos como nos concursos federais e estaduais. Mas, com tantos desempregados e com um número grande de pessoas que sentem que podem ser demitidos, a tendência é crescer o número de inscritos nos concursos municipais, até mesmo nos cargos com salários mais baixos", ressalta o gestor Sidney.
Para Lindinauva, o que importa é ter segurança. "Só sairia no meu trabalho se passasse em outro concurso. Do jeito que está, é sempre melhor ter um cargo público que te dá estabilidade", afirma.
Provas adiadas
De acordo com a diretora da empresa responsável pelo processo seletivo, Lidiane Elizabeth Augusto, o remanejamento das datas das provas de 17 dos 88 cargos disponíveis foi necessário devido à limitação da disponibilidade de locais para a realização delas. “Assim, os candidatos que se inscreveram para duas inscrições não terão conflitos de horário para a realização das provas”, explica Lidiane.
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