Obama prestou homenagem na sexta, mas não foi ao enterro.
Morte de Scalia abriu debate político por sua sucessão na Suprema Corte.
O vice-presidente americano, Joe Biden, e várias personalidades foram, neste sábado (20), aos funerais do juiz conservador Antonin Scalia, cujo falecimento abriu a porta para um processo de nomeação extremamente politizado para ocupar sua vaga na Suprema Corte dos Estados Unidos, em pleno ano eleitoral.
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Quatro mil pessoas assistiram ao funeral, menos a mais aguardada: o presidente Barack Obama. ]
O chefe de Estado democrata compareceu na sexta-feira ao lado da primeira-dama, Michelle, à sede da Suprema Corte para prestar sua homenagem diante do caixão com o corpo do juiz, que estava coberto com a bandeira americana.
Este ato de homenagem pública era a mais apropriada para o presidente, explicou a Casa Branca, sem conseguir silenciar as críticas à sua ausência neste sábado.
Os comentários foram ainda mais ásperos, depois que Obama anunciou que preferiria passar boa parte do fim de semana estudando os possíveis candidatos para substituir Scalia, um magistrado conservador, falecido no sábado passado no Texas (sul), aos 79 anos.
"Pergunto-me se o presidente Obama teria ido ao funeral do juiz Scalia se fosse organizado em uma mesquita? É muito triste que não tenha ido!", escreveu no Twitter o pré-candidato republicano à Casa Branca, o magnata Donald Trump, durante a cerimônia fúnebre. Alguns críticos do presidente o denominam como muçulmano.
Com escolta policial, o carro fúnebre preto trazendo o caixão chegou pouco antes das 11h00 locais (14h00 de Brasília) diante da Basílica do Santuário Nacional da Imaculada Conceição, o maior templo católico da América do Norte.
O vice-presidente Biden, católico, e seu antecessor, o republicano Dick Cheney, estavam entre as personalidades reunidas sob a grande cúpula azul e dourada da basílica, junto com a família de Scalia, um católico devoto.
Foi um momento de emoção, calma e reflexão na antessala do que se anuncia como uma amarga batalha política desatada por sua repentina morte para substituí-lo na Suprema Corte.
Defensor do porte pessoal de armas, abertamente contrário ao aborto, às uniões homoafetivas e à discriminação positiva, Scalia deixa a máxima corte com quatro juízes por nomeados por presidentes republicanos e outros quatro por democratas.
Daí a importância da eleição de seu sucessor, que poderia fazer a balança pender, enquanto a Suprema Corte deve decidir em breve assuntos delicados, como temas relativos ao aborto e à imigração.
Obama, que já nomeou dois juízes progressistas na Suprema Corte, se disse decidido a eleger o substituto de Scalini, que deve ser ratificado pelo Senado.
Neste fim de semana, ele estudará expedientes preparados por seus assessores e, em sinal eventual de sua vontade de encontrar um candidato de consenso, "o presidente consultará uma vasta gama de indivíduos que têm um amplo leque de pontos de vista", disse o porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest.
No entanto, deve ser levado em conta que os republicanos dominam o Senado e o líder da maioria, Mitch McConnell, controla a ordem do dia e já antecipou que não submeterá a votação indicações enquanto Obama for presidente.
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