Governo de Minas divulgou relatório de impactos socioeconômicos.
Estudo pode ser usado em ações judiciais de reparação de danos.
O impacto socioeconômico direto das 35 cidades mineiras atingidas pela lama vazada do rompimento da barragem de Mariana, na Região Central de Minas, é de R$ 1,212 bilhão. O valor foi determinado por uma força-tarefa do governo de Minas Gerais e divulgado em um relatório nesta quinta-feira (4).
No dia 5 de novembro de 2015, mais de 35 milhões de metros cúbicos de rejeitos de minério e lama vazaram da Barragem de Fundão, na Samarco, cujas donas são a Vale e a anglo-australiana BHP Biliton. Dezessete pessoas morreram e duas estão desaparecidas. A lama atravessou o estado e atingiu diversas cidades do Espírito Santo, chegando ao mar.
A força-tarefa identificou que 321.626 pessoas foram afetadas ao longo do Rio Doce, em Minas. O laudo não aponta danos ambientais e nem indenizações que deveriam ser pagas pela mineradora.
“Dentro das 35 cidades, R$ 145 milhões as prefeituras gastaram com o evento. O estado de Minas Gerais gastou mais de R$ 12 milhões com o desastre. Também fizemos levantamento de danos de infraestrutura, mais de R$ 500 milhões. E fizemos um levantamento da parte privada, e aí incluo agropecuária, indústria, mais de R$ 540 milhões. No final temos um valor de R$ 1,2 milhão”, detalhou o secretário de Desenvolvimento Regional Política Urbana e Gestão Metropolitana, Tadeu Martins Leite.
Segundo o governo, mais de 80 entidades contribuíram com pesquisas, relatórios, análises, trabalhos de campo, programas e projetos usados na elaboração do documento, que aponta medidas corretivas restauradoras e compensatórias ambientais, materiais e humanas. O relatório ainda tem algumas diretrizes para a mineração sustentável. Um dos objetivos do levantamento é ainda cobrar ações concretas da Samarco.
O próximo passo da força-tarefa é enviar o relatório para o Ministério Público, Assembleia Legislativa e Prefeituras para que sirva de base para as ações judiciais que já estão em curso.
Outra decisão apontada pelo relatório é a criação, ainda sem data, de uma fundação privada que pode ser criada para gerir um fundo de R$ 2 bilhões por ano em uma ação de R$ 20 bilhões ao todo. Este órgão atuaria em conjunto com um conselho deliberativo dos municípios, estados de Minas e Espírito Santo, e União, definindo prioridades de investimento.
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