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sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Ministério nega indicação para evitar gravidez por temor de microcefalia

Comunicado oficial contraria declaração de diretor de vigilância de doenças.
Cláudio Maierovitch havia aconselhado a mulheres: "Não engravidem agora".

Do G1, em São Paulo
O Ministério da Saúde negou hoje que exista uma recomendação do governo para que as mulheres evitem engravidar. Um comunicado emitido hoje contraria declaração dada ontem por Cláudio Maierovitch, diretor do departamento de Vigilância de Doenças Transmissíveis.
Maierovitch é um dos encarregados de coordenar esforços para combater o surto de bebês nascidos com microcefalia na região Nordeste. Em entrevista ao jornal "O Estado de São Paulo", ele se dirigiu a mulheres, afirmando: “Não engravidem agora. Esse é o conselho mais sóbrio que pode ser dado”.
O comunicado enviado na manhã desta sexta-feira (13) pelo ministério ao G1, porém,  afirma o contrário. "Não há uma recomendação do Ministério da Saúde para evitar a gravidez", diz o documento. "A decisão de uma gestação é individual de cada mulher e sua família."
Apesar de não pedir que se evite a gravidez, porém, o Ministério da Saúde diz que quem pretende engravidar deve buscar acompanhamento médico antecipadamente.
"Até que se esclarecem as causas do aumento da incidência dos casos de microcefalia na região Nordeste, as mulheres que planejam engravidar devem conversar com a equipe de saúde de sua confiança", diz o comunicado. "Nessa consulta, devem avaliar as informações e riscos de sua gravidez para tomar a sua decisão."
Recomendações
Abaixo seguem as seis recomendações básicas de saúde que o governo endossa.
As gestantes:
1 - Devem ter a sua gestação acompanhada em consultas pré-natal, realizando todos os exames recomendados pelo seu médico;
2 - Não devem consumir bebidas alcoólicas ou qualquer tipo de drogas;
3 - Não utilizar medicamentos sem a orientação médica;
4 - Evitar contato com pessoas com febre, exantemas ou infecções;
5 - Adoção de medidas que possam reduzir a presença de mosquitos transmissores de doenças, com a eliminação de criadouros (retirar recipientes que tenham água parada e cobrir adequadamente locais de armazenamento de água);
6 - Proteger-se de mosquitos, como manter portas e janelas fechadas ou teladas, usar calça e camisa de manga comprida e utilizar repelentes;
Causas
Ainda não se sabe exatamente qual é o motivo do aumento do número de casos de microcefalia na região Nordeste. Uma das hipóteses com as quais o governo trabalha é que o problema seja consequência de infecções pelo vírus zika, patógeno transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, mas nenhuma evidência desta possibilidade foi apresentada até agora.
O ministério continua em contato com as secretarias estaduais e municipais de saúde para avaliar com mais precisão a gravidade da situação. Um COES (Centro de Operações de Emergência em Saúde Pública) foi estabelecido para tentar descobrir qual é o agente causador do aumento da ocorrência de microcefalia.  Um boletim epidemiológico deve ficar pronto na próxima terça-feira (17).

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