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quinta-feira, 18 de agosto de 2016

De adversárias à parceria de ouro: Martine e Kahena têm o DNA da vela

Dupla foi campeã mundial júnior em 2009, se desfez, voltou a se unir e leva a única medalha da vela brasileira na Olimpíada do Rio

Por Rio de Janeiro
Martine Grael e  Kahena Kunze, regatas da classe 49er FX feminina (Foto: Reuters)Martine Grael e Kahena Kunze, regatas da classe 49er FX feminina (Foto: Reuters)
Tal pais, tal filhas. O DNA da vela corre no sangue de Martine Grael e Kahena Kuzne, ambas de 25 anos. A primeira é filha de Torben Grael, bicampeão olímpico, dono de cinco medalhas e coordenador técnico da equipe brasileira de vela. Navegou a vida toda nas águas da Baia de Guanabara. O pai de Kahena é Cláudio Kunze, campeão mundial júnior da classe Pinguim. A parceria que deu a medalha de ouro ao Brasil nesta quinta-feira começou na década passada, quando as adolescentes eram concorrentes ferrenhas na classe 420, e resolveram se unir. De cara foram campeãs do mundial júnior em 2009.

A dupla se desfez e foi estudar engenharia ambiental. A vela passou a ser apenas um lazer de fim de semana. O lazer voltou a virar coisa séria para Martine, quando ela recebeu o convite para ser parceira da medalhista de bronze em Pequim, Isabel Swan, na classe 470. Tentaram a vaga para Londres 2012, e perderam para Fernanda Oliveira e Ana Barbachan. Martine acabou sendo convidada para ir à Inglaterra convidada pelo Comitê Olímpico do Brasil, integrando um grupo de jovens atletas. Era um plano de convivência, feito para eles sentirem o clima olímpico. Separada de Isabel, não sabia muito o que fazer. Até que uma nova classe feminina foi criada para a Olimpíada. A 49erFX casava com as pretensões de Martine. Era a vez dela fazer o convite. E era para amiga Kahena. 
Kahena Kunze, Martine Grael, vela (Foto: Matheus Tibúrcio)Kahena Kunze, Martine Grael, vela (Foto: Matheus Tibúrcio)
-  A vela era um lazer de fim de semana. Quando eu comecei a velejar com a Isabel é que pensei em Olimpíada. A Olimpíada não é só aquela semana, mas todo o trajeto, os amigos que fazemos, as dificuldades. A parceria foi ficando cada vez mais certa e segura. Estávamos tendo resultado e deixamos a faculdade - disse Martine. 
- Para mim as coisas foram acontecendo. Eu nunca me distanciei da vela. Só não era profissional. Sabendo que os Jogos seriam aqui eu pensei que poderiam surgir uma classe, já que tinha vaga garantida. O COB desde o começo deu apoio. É difícil. É uma luta. Vi isso com a Martine e a Isabel. Para nós foi bem fácil em termos de patrocínio e ajuda - disse Kahena.

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E que resultados vieram. Em 2014 conquistaram o primeiro título mundial da vela feminina do Brasil e foram eleitas melhores velejadoras do ano pela World Sailing. Venceram os dois eventos-testes no Rio e em 2015 alternaram vitórias e segundos lugares nas competições. Mas viram as adversárias crescerem. Perderam o bicampeonato mundial na última regata e este ano ficaram em sexto lugar no mundial de Clearwater, nos Estados Unidos. Como melhor resultado de 2016 até agora haviam levado a prata na etapa da Copa do Mundo de Hyeres, na França e chegaram aos Jogos como líderes do ranking mundial.

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Martine Grael, Torben Grael e Marco Grael na apresentação da equipe brasileira de iatismo (Foto: André Durão)Martine com o pai Torben e o irmão Marco, que também competiu na Olimpíada na 49er (Foto: André Durão)


Desde cedo elas se acostumaram às conquistas da vela brasileira. Ainda mais Martine.

- Em 96 lembro de pegar meu pai no aeroporto, tinha 5 anos. Uma vez minha mãe ligou na escola, em 2000, para ir para o clube assistir a última regata. Viemos para cá e foi a maior comemoração.

Kahena era bem novinha quando foi até o Yacht Club Santo Amaro, em São Paulo, recepcionar Robert Scheidt,que acabara de ganhar seu primeiro ouro.

- Fui no corpo de bombeiros com o Robert quando ele ganhou em 96, acho. Eu era bem pequena, devia ter uns 5 anos - lembrou. 
Agora a festa será para elas. 

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