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sábado, 20 de agosto de 2016

Para superar traumas, Brasil enfrenta a Alemanha em busca do ouro inédito no futebol masculino

Seleção de Micale tenta apagar passado de insucessos em Olimpíadas e 7 a 1 da Copa do Mundo de 2014 

Por: Leandro Behs - enviado especial ao Rio de Janeiro
20/08/2016 - 06h01min | Atualizada em 20/08/2016 - 06h01min
Para superar traumas, Brasil enfrenta a Alemanha em busca do ouro inédito no futebol masculino Miguel SCHINCARIOL / AFP/Miguel SCHINCARIOL / AFP
Foto: Miguel SCHINCARIOL / AFP / Miguel SCHINCARIOL / AFP
Rogério Micale é um sonhador. O técnico baiano, de 47 anos de idade, e dono de um eterno sorriso enigmático, surge como um Dom Quixote desafiando os moinhos de vento, as críticas, e tentando devolver ao futebol brasileiro um jogo mais ofensivo e de resultados. Como no passado. E Micale sabe que está entre a consagração e o esquecimento.
Neste sábado, às 17h30min, no icônico Maracanã, a seleção olímpica desafiará a Alemanha, na disputa da medalha de ouro, o título com o qual o Brasil sempre sonhou e jamais concretizou. E logo contra a Alemanha, responsável por um trauma tão grande como o Maracanazo de 1950, com o impositivo 7 a 1 da Copa do Mundo de 2014, uma tatuagem que jamais será removida do esporte brasileiro, mesmo com a conquista da medalha de ouro.
_ Pode ser uma pretensão da minha parte, mas, desde que assumi a seleção sub-20, tive como meta tentar extrair o que temos de melhor dos nossos jogadores _ comentou Micale, em sua última entrevista coletiva antes da definição do seu futuro e o do futebol nacional.
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E seguiu o técnico:
_ Podemos extrair muito do que o futebol no mundo tem nos mostrado. Não podemos abandonar a nossa essência. Ainda somos um dos poucos países do mundo que consegue ter jogadores que desequilibram. O trio de ataque do Barcelona é todo sul-americano. Isso tem de representar algo. Ser competitivo, mas organizado, mostrando todo o talento que o nosso jogador tem.
E o Barcelona foi responsável pela virada da seleção nos Jogos do Rio. Depois de duas atuações medíocres, o duplo 0 a 0 de Brasília, contra África do Sul e Iraque, o time saiu vaiado e Neymar foi responsabilizado pelo mau futebol. Foi então que o jogo começou a virar. Assim que a seleção desembarcou em Salvador, para a rodada decisiva diante dos dinamarqueses (até então líderes da Chave A), encontrou com Tite. O novo técnico da Seleção Brasileira já estava sendo informado sobre a falta de confiança do time, afinal, o seu auxiliar, Cléber Xavier, acompanhava a olímpica desde o primeiro jogo.
Tite conversou com Micale e ouviu do treinador que ele mexeria no esquema, saindo do ineficiente 4-3-3, com Felipe Anderson no meio-campo, para o ousado 4-2-4, com Luan ingressando no ataque e com Walace substituindo ao suspenso Thiago Maia. Houve desconfiança em um primeiro momento. Como o treinador faria virtuoses como Neymar, Gabriel Jesus, ¿Gabigol¿ e Luan serem combativos no meio-campo, a fim de não deixar Walace e Renato Augusto desamparados na marcação? Foi aí que entrou em campo o axioma catalão.
Neymar foi chamado para uma conversa com Rogério Micale. Pediu ao capitão que jogasse como no Barcelona, que fosse o Messi da seleção olímpica (o do Barcelona, não o da Argentina). Conversou, depois, com o time todo. Sobretudo com os atacantes. Ficou estabelecido que a equipe jogaria em função de Neymar, como o Barça para Messi _ e não para Neymar, como ocorreu nos dois primeiros jogos, quando os demais atacantes estavam sem confiança para chutar e gol, pois sempre procuravam neymar antes de decidirem o que fazer em campo.
O pacto pelo ouro teve ainda a garantia de que a comissão técnica blindaria os jogadores _ principalmente Neymar, que havia deixado Brasília sem dar entrevistas depois dos jogos. E assim foi feito. Até porque Micale sabe que, em caso de a medalha brilhar como prata, ele e o camisa 10 serão ¿responsabilizados¿ pelo insucesso.
O pacto pelo ouro teve ainda a garantia de que a comissão técnica blindaria os jogadores _ principalmente Neymar, que havia deixado Brasília sem dar entrevistas depois dos jogos. E assim foi feito. Até porque Micale sabe que, em caso de a medalha brilhar como prata, ele e o camisa 10 serão ¿responsabilizados¿ pelo insucesso.
_ Tomara que tudo dê certo. Mas sei que somos impacientes, que estamos sempre procurando um vilão, um culpado. E patinamos nesse processo porque não damos continuidade a ele. Vou jogar contra um técnico (Hurst Hrubesch) que está há três anos na seleção. Nós sempre queremos os seis meses finais da Alemanha, não os 12 anos que eles ficaram maturando a seleção _ comentou Rogério Micale.
Assim como Hrubesch, o treinador brasileiro tenta dissociar o dia 8 de julho de 2014 do 20 de agosto de 2016. São 774 dias e um trauma a separar este novo Brasil e Alemanha daquele 7 a 1 do Mineirão.
_ Era a Copa do Mundo, a Seleção Brasileira, aqui é a olímpica. Existe apenas um jogador nos dois grupos que participou daquele jogo (Matthias Ginter, zagueiro da Alemanha). É tudo diferente: idades diferentes, competições diferentes. O torcedor está no papel dele, ao falar de revanche e dos 7 a 1. Nós, não. Mas vamos precisar muito da torcida _disse Micale, que não terá direito à medalha, prêmio destinado somente aos atletas nos Jogos.
Brasil e Alemanha não será apenas mais uma partida de futebol, desta vez, há algo mais em jogo e ela poderá definir os novos rumos do futebol nacional.
Olho neles
A Alemanha que estará entre o Brasil e a medalha de ouro. Mas não é a Alemanha dos 7 a 1, a atual campeã do mundo, mas, sim, o embrião do time que estará na Copa da Rússia, em 2018. O time de Hurst Hrubesch joga no 4-1-4-1 e o ex-atacante do Borussia Dortmund e da seleção alemã já avisou que não mudará o sistema de jogo para a final. O meia do Arsenal Serge Gnarby e o atacante do Freiburg Nils Petersen são os goleadores da Olimpíada, com seis gols cada. O ataque germânico marcou 21 gols em cinco jogos _ é bem verdade que fez 10 a 0 sobre os semiamadores de Ilhas Fiji.
_ Vou jogar contra o Brasil, não vou jogar contra o Neymar _ disparou, logo que questionado sobre o camisa 10 da seleção olímpica _ disparou o treinador alemão. _ O Brasil é quem precisa pensar no meu time, que fez 21 gols na Olimpíada _ emendou.
Hurst Hrubesch desconversou sobre os 7 a 1 de 2014. Mas fez questão de lembrar que Alemanha não disputava uma Olimpíada desde 1988, quando foi eliminada dos Jogos de Seul pelo Brasil, na semifinal.
_ Não vamos mudar a nossa forma de jogar. Temos bons jogadores para atacar e defender. Vamos continuar da mesma maneira. Estamos muito felizes de chegarmos à final e vamos fazer de tudo para vencer. Nós não disputávamos os Jogos há 28 anos e, agora, queremos desfrutar _ finalizou Hrubesch.

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