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sábado, 13 de agosto de 2016

Aula de matemática de como 'chocar ovos' em Pokémon Go viraliza na web

Professor da Etec de Itapeva ensinou trigonometria com o exemplo dos ovos.
'Objetivo é cativar os alunos e aumentar o aprendizado', diz Eddy Antonini.

Caio Gomes SilveiraDo G1 Itapetininga e Região
Professor juntou game de celular com trigonometria (Foto: Arquivo Pessoal/ Eddy Antonini)Professor juntou game de celular com trigonometria (Foto: Arquivo Pessoal/ Eddy Antonini)
Em apenas cinco minutos o professor Eddy Antonini  da Escola Técnica Estadual (Etec) deItapeva (SP), conseguiu juntar as regras de trigonometria e do Teorema de Pitágoras com a febre mundial Pokémon Go. O professor usou a situação de quando o jogador precisa pegar um ovo e andar até ele chocar para ensinar aos alunos do curso de eletrônica o cálculo entre hipotenusa e catetos.
O vídeo da aula, que aconteceu no último sábado (6), foi postado pelo professor nas redes sociais e "viralizou" na web. Segundo Eddy , em sua página no Facebook já ultrapassou a marca de 1,2 milhão de visualizações. No Youtube, o registro tem mais de 49 mil visualizações.
Durante a explicação, Eddy mostra que, quando o jogador pega um ovo no Pokémon Go, precisa andar até ele chocar. Porém, se o usuário fecha o aplicativo enquanto caminha, o jogo capta apenas a quilometragem da caminhada através de GPS (Global Positioning System, ou Sistema de Posição Global).
O professor, então, supõe que o jogador precise andar cinco quilômetros até a chocagem do ovo. Porém, se ele fizer o trajeto com mudança de percurso no meio do caminho, como dar a volta em um quarteirão, o aplicativo soma a distância entre os dois pontos, e não a distância realmente percorrida. Por fim, ele explica que a melhor forma de caminhar para chocar um ovo é andar em linha reta.
Para o professor, além de divertido, Pokémon Go também pode ser educativo. “Sou professor há oito anos e há cerca de sete anos uso assuntos do mundo pop, como filmes de super-heróis, para ensiná-los. Sempre será meu jeito, porque o objetivo é cativar meus alunos e aumentar a taxa de aprendizado deles. Até onde sei, outros colegas veem com bons olhos esse modo de ensinar, mesmo que às vezes com críticas construtivas. Tenho autoridade para fazer o que acredito. Estando dentro da legislação e seguindo a lógica, posso até plantar bananeira em aula se for para os alunos aprenderem”, completa.
O jogo de realidade aumentada 'Pokemon Go' é visto na tela de um smartphone em foto ilustrativa tirada em Palm Springs, na Califórnia, EUA (Foto: Sam Mircovich/Reuters)O jogo de realidade aumentada 'Pokemon Go'
(Foto: Sam Mircovich/Reuters)
Ainda no vídeo, o professor critica colegas de profissão que veem os jogos eletrônicos e a internet como “vilões do ensino”. “Essa é uma ‘bronca’ muito antiga minha contra professores que não querem se atualizar. Eu tento incentivar os alunos ao aprendizado por projetos, também por times. Por exemplo, ao invés do professor não autorizar o uso de textos do Wikipédia porque são ruins, ele pode pedir aos seus alunos que eles pesquisem e melhorem esses artigos na internet. Os estudantes terão o aprendizado deles divulgado para as outras pessoas”, afirma Eddy.
Para o estudante Vitor Pereira Corrêa, de 18 anos, a ideia foi mais que aprovada.."Aprender trigonometria foi mais fácil com o Pokémon Go. Como a maioria da sala tem o jogo instalado no celular, sendo  80% dos 40 alunos, todo mundo viu uma aplicação prática para o que ele estava ensinando. Foi muito eficiente a iniciativa dele. Eu não tinha e instalei o jogo no meu celular depois da aula porque achei interessante”, conta Vitor.
O estudante Cláudio Antunes Júnior, também de 18 anos, afirma que joga desde o lançamento. Para ele, foi novidade essa relação entre matemática e o jogo. “Absorvi muito mais o conteúdo porque não são apenas os números. Tem relação com a nossa vida, mesmo que seja em um jogo de celular. É difícil quando os professores fazem sempre a mesma coisa”, comenta.
(VALE ESTE) 'Pokémon Go' já funciona na redação do G1, em São Paulo (Foto: Marcelo Brandt/G1)'Pokémon Go' já funciona na redação do G1, em São Paulo (Foto: Marcelo Brandt/ G1)

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