Palestra com o pastor e deputado federal havia sido cancelada no dia 6.
Encontro em Cascavel (PR), na sexta (12), reuniu cerca de 800 pessoas.
A organização de um evento com a participação do pastor e deputado federal Marco Feliciano (PSC-SP) em Cascavel, no oeste do Paraná, voltou atrás decidiu realizar o encontro após ter anunciado seu cancelamento. A decisão havia sido tomada, conforme explicava o comunicado, em função das denúncias de assédio sexual envolvendo o parlamentar.
Na terça-feira (9), um novo comunicado no perfil da loja de produtos cristãos que organizou o evento informava que a programação seria retomada e realizada no dia inicialmente previsto, na sexta-feira (12). No total, cerca de 800 pessoas assistiram à palestra organizada para a Semana Municipal da Família. A imprensa não foi autorizada a acompanhar o encontro.
Em um vídeo gravado durante o evento, Feliciano citou a reportagem do G1 sobre o cancelamento e disse que a reportagem mentiu. O organizador do encontro, pastor Alaor Caciano Freitas, confirmou, no entanto, que o evento havia sido cancelado, e que depois resolveu mantê-lo.
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“Depois de conversar com o pastor, analisei com mais tranquilidade os acontecimentos e cheguei à conclusão de que se num momento de ataque que alguém da nossa família estiver sofrendo, baseado em verdade ou em uma inverdade, nosso familiar não puder contar com o nosso apoio ele não vai ter com quem contar. Aí pesou o lado cristão e o apoio a um irmão na fé”, explicou Freitas.
O pastor e dono da Loja Ebenezer, que promoveu o evento em comemoração aos 15 anos do estabelecimento, disse que Feliciano não comentou sobre as denúncias de assédio sexual e agressão pela estudante de direito e militante do PSC Patrícia Lélis.
Denúncia e defesa
A jovem de 22 anos acusa o pastor de abuso sexual e também registrou boletim de ocorrência em São Paulo contra o chefe de gabinete de Feliciano, Talmo Bauer. Segundo ela, Bauer a ameaçou com uma arma para que ela realizasse vídeos nas redes sociais desmentindo o abuso sexual. Feliciano e Bauer negam as acusações.
A jovem de 22 anos acusa o pastor de abuso sexual e também registrou boletim de ocorrência em São Paulo contra o chefe de gabinete de Feliciano, Talmo Bauer. Segundo ela, Bauer a ameaçou com uma arma para que ela realizasse vídeos nas redes sociais desmentindo o abuso sexual. Feliciano e Bauer negam as acusações.
As denúncias de Patrícia vieram à tona na no dia 2, após serem publicadas pela coluna Esplanada, do UOL. No dia seguinte circularam na internet áudios em que a jovem, de 22 anos, diz ter sido abusada sexualmente pelo deputado.
No dia 6, Marco Feliciano divulgou um vídeo em seu perfil no YouTube no qual diz que a militante do PSC Patrícia Lélis fez uma "falsa comunicação" de crime de assédio sexual contra ele.
No boletim de ocorrência registrado por Patrícia, ela relata que se sentiu ameaçada por Talma Bauer, chefe de gabinete de Feliciano. A jovem declarou que, com uma arma na cintura, ele teria dito que se ela não voltasse atrás nas denúncias sobre o deputado Feliciano, poderia ocorrer um "mal maior" com ela. O assessor de Feliciano chegou a ser detido, prestou depoimento à polícia sobre o caso e foi liberado.
Patrícia chegou a gravar vídeos, dias antes de registrar o boletim na delegacia, desmentindo a versão do assédio.
Por ter foro privilegiado, Feliciano não é investigado pela polícia paulista, que apura apenas as acusações da jovem de que foi mantida em cárcere privado por Bauer para que mudasse a versão. Esta hipótese já foi descartada pela polícia. O delegado Luiz Roberto Hellmeister apura se a jornalista cometeu falsa comunicação de crime e extorsão.
A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), que é procuradora especial da Mulher no Senado, protocolou ofício junto ao Ministério Público do Distrito Federal pedindo investigação sobre o deputado pela suposta tentativa de estupro. O PSC também criou uma comissão interna para apurar o caso.
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