Informação foi dada em entrevista coletiva nesta quinta-feira (18).
Responsabilidade de cada atleta dos EUA está sendo analisada.
Um dos quatro nadadores americanos que teriam sido assaltados no Rio no domingo (14)afirmou à polícia que o crime, na realidade, não aconteceu. O chefe da Polícia Civil, Fernando Veloso, disse em entrevista coletiva que os atletas Gunnar Bentz e Jack Conger foram ouvidos pela polícia nesta quinta-feira (18). Um deles – Veloso não soube precisar qual dos dois – confirmou a conclusão da polícia de que não houve assalto, mas uma confusão em um posto de gasolina.
Segundo Veloso, as responsabilidades de cada um dos nadadores serão analisadas antes de concluir se eles vão responder criminalmente. O chefe da Polícia Civil disse que ainda não é possível afirmar de que crimes os atletas podem ser acusados e que eles provocaram "atos de vandalismo" no banheiro do posto.
"Em tese, eles podem vir a responder por falsa comunicação de crime e dano ao patrimônio", explicou Veloso. "O carioca viu nome da cidade manchado por essa versão fantasiosa. Seria nobre e digno pedir desculpas. Por hora, não houve [o pedido]".
Confusão em posto
Na confusão ocorrida no posto, o 12 vezes medalhista olímpico Ryan Lochte seria o mais exaltado, segundo o depoimento de um dos nadadores.
Na confusão ocorrida no posto, o 12 vezes medalhista olímpico Ryan Lochte seria o mais exaltado, segundo o depoimento de um dos nadadores.
Veloso, no entanto, ressaltou que seria "prematuro" atribuir ao atleta a invenção da mentira. Lochte é o único dos quatro nadadores envolvidos no caso que já deixou o país, embarcando antes de ter o passaporte retido por decisão da Justiça brasileira.
Gunnar Bentz e Jack Conger eram ouvidos na Delegacia de Atendimento ao Turista (Deat), responsável pela investigação, na tarde desta quinta. Na quarta à noite, eles foram retirados de dentro do avião após um mandado judicial.
Para Veloso, não há necessidade de manter Bentz e Conger no Brasil e cabe à Justiça decidir quando os passaportes serão devolvidos aos nadadores. Segundo a polícia, o quarto nadador, James Feigen, já manifestou, por meio de advogados, que vai colaborar com a investigação.
Mentira para namorada
Segundo Veloso, uma das linhas de investigação é de que os nadadores iventaram o assalto para tentar enganar a namorada de um deles. Testemunhas contaram que eles ficaram com meninas na festa onde estavam. Outras hipóteses, no entanto, não estão decartadas.
Segundo Veloso, uma das linhas de investigação é de que os nadadores iventaram o assalto para tentar enganar a namorada de um deles. Testemunhas contaram que eles ficaram com meninas na festa onde estavam. Outras hipóteses, no entanto, não estão decartadas.
A polícia deu mais detalhes também sobre o momento da confusão do posto. A polícia confirmou que os seguranças do local sacaram a arma para conter os nadadores e que elas estão legalizadas.
"Se houve arma apontada para eles? Sim. Arma foi empregada para contê-los", disse o chefe da Polícia Civil. "Nada indica que houve excesso do segurança ao usar força", acrescentou. Veloso disse ainda que até o momento não há indícios de que o segurança tenha usado a arma para extorquir dinheiro dos nadadores.
Ele confirmou que os seguranças do posto trabalham para forças de segurança, mas não quis especificar qual delas.O delegado disse ainda que não há elementos até o momento que confirmem a teoria, levantada por um jornalista, de que, por não falarem português, os nadadores podem ter confundido a abordagem do segurança armado com uma tentativa de extorquí-los.
Segundo Veloso, uma das testemunhas ouvidas pela polícia falava inglês e teria tentado intermediar o contato entre os seguranças e funcionários do posto e os nadadores.
Vídeo mostra tumulto
Vídeo obtido pela TV Globo mostra os nadadores saindo do banheiro. Segundo a polícia e funcionários do posto, eles depredaram o local. Por isso, teriam sido impedidos por seguranças de deixar o estabelecimento que fica na Barra da Tijuca, no caminho entre a Lagoa, onde estavam em uma festa, e a Vila Olímpica.
Vídeo obtido pela TV Globo mostra os nadadores saindo do banheiro. Segundo a polícia e funcionários do posto, eles depredaram o local. Por isso, teriam sido impedidos por seguranças de deixar o estabelecimento que fica na Barra da Tijuca, no caminho entre a Lagoa, onde estavam em uma festa, e a Vila Olímpica.
As imagens mostram um dos nadadores levantando as mãos enquanto os segurança os abordam. A Globo teve acesso com exclusividade aos depoimentos dos funcionários do posto, que contaram detalhes do que viram na manhã de domingo.
– Segundo um dos funcionários, os atletas pararam no posto por volta das 6h de táxi para usar o banheiro. Uma das testemunhas reconheceu por foto o nadador Ryan Lochte como sendo um dos homens que chegou no táxi.
– Em determinado momento, o gerente ficou muito nervoso e preocupado, chamou um segurança para ajudar a controlar os nadadores, que faziam "algazarra" nos fundos do posto. O gerente mostrou o banheiro onde homens haviam quebrado saboneteira, papeleira e uma placa de ferro com banner informativo.
– O segurança então ligou para o 190, sendo lhe solicitado que todos esperassem no local até a chegada de uma viatura da Polícia Militar. Os nadadores então entraram no táxi, mas o taxista respeitou a solicitação dos seguranças e permaneceu parado.
– Os nadadores gritaram palavrões várias vezes, desceram do táxi e bateram a porta. Segundo testemunhas, eles estavam muito alterados, agressivos e claramente bêbados.
– Joseph Gunnar Bentz mostrou uma nota de US$ 20, esticando-a com as duas mãos e falando debochadamente em português muito ruim: "Vinde dólares! Sessenta reais". Os seguranças então mostraram suas credenciais e se identificaram como agentes de segurança.
– Ryam Lochte e James Feigen saíram correndo. Um dos seguranças disse que ele e o amigo pararam os outros dois e mostraram a palma da mão (em posição de "pare"), indicando que não aceitariam os US$ 20.
– Lochte e Feigen retornanaram ao posto de gasolina, agressivos. Outro segurança sacou a sua arma e gritou para que todos parassem e sentassem no chão. Com exceção de Ryan Lochte, os demais obdeceram.
– Outro segurança sacou a arma e gritou para que todos parassem. Colocou a mão no peito de Lochte e o empurrou em direção ao chão, e o então o nadador se sentou.
– Um funcionário da Unimed ofereceu ajuda na tradução. Após alguns minutos de conversa, os funcionários do posto receberam os US$ 20 e mais R$ 1000 em razão do dano causado no banheiro. O funcionário da Unimed falou com os estrangeiros que eles podiam ir.
– Por volta das 6h20 ou 6h30, os nadadores deixaram o local de táxi. A viatura da PM não havia chegado ao posto até as 7h.
De acordo com Fernando Veloso, Chefe de Polícia Civil, os atletas devem desculpas aos cariocas. “A única verdade que eles contaram é que eles estavam bêbados”, disse Veloso.
Impedidos de embarcar
Na noite desta quarta-feira (17), os nadadores americanos Gunnar Bentz e Jack Conger foramimpedidos de embarcar em um voo de volta aos EUA pela Polícia Federal (PF). Bentz e Conger foram retirados do avião. Pouco antes, a Justiça havia mandado apreender o passaporte dos dois, para que prestassem depoimento, como testemunhas.
Na noite desta quarta-feira (17), os nadadores americanos Gunnar Bentz e Jack Conger foramimpedidos de embarcar em um voo de volta aos EUA pela Polícia Federal (PF). Bentz e Conger foram retirados do avião. Pouco antes, a Justiça havia mandado apreender o passaporte dos dois, para que prestassem depoimento, como testemunhas.
A polícia vai enviar por ofício ao FBI uma relação de perguntas para que Ryan Lochte, 12 vezes medalhista olímpico, responda, dos EUA, por carta precatória.
As duas decisões de proibir a saída dos nadadores foram do Juizado Especial do Torcedor e Grandes Eventos, a pedido da Deat. A Polícia Federal notificou o Consulado dos EUA e o Comitê Olímpico americano para impedir a saída dos nadadores, mas não havia recebido resposta até a noite de quarta.
Em nota, o Comitê Olímpico Americano informou que o time de natação deixou a Vila logo após o fim das competições e que, por questões de segurança, não poderia confirmar a localização de cada atleta.
Instigados a dar mais detalhes do assalto, Feigen e Lochte disseram que não se lembravam porque estavam muito bêbados após deixarem a festa. A polícia ainda procura o taxista que teria levado os nadadores da Lagoa à Vila Olímpica.
Em entrevista à rede de TV norte-americana NBC, já nos EUA, Ryan Lochte deu uma terceira versão para o suposto assalto, diferente da que havia contado em uma outra entrevista no domingo e do que relatou à polícia em depoimento.
Lochte disse também que, ao depor na polícia no Rio, foi tratado com muita cordialidade, que os policiais fizeram poucas perguntas e não pediram que ele ficasse para as investigações. Na entrevista, o nadador reclamou que está sendo tratado como suspeito, quando é vítima.
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